"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."

* Mostrar a realidade

A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ONG malasiana abre 'incubadora' para crianças abandonadas .

Sex, 10 de Setembro de 2010 18:09 G1 .Noraini Hashim, da Orphancare (Foto: BBC)
Organizações tentam combater problemas de bebês abandonados num país onde gravidez fora do casamento ainda é tabu.

Uma organização de caridade malasiana está abrindo uma "incubadora" para crianças abandonadas, para que as mães que não queiram os filhos possam deixar seus bebês de maneira anônima.

A creche da entidade Orphancare abriga apenas um bebê, ainda sem nome. Mas a organização espera resgatar cada vez mais crianças, num momento em que as autoridades do país tentam conter o alto número de bebês abandonados.

Quase 500 bebês abandonados foram encontrados na Malásia desde 2005.

Alguns foram deixados em templos muçulmanos, em frente a portas de casas e até mesmo em latas de lixo. Muitos são encontrados mortos.

Acredita-se que essas crianças são principalmente abandonadas por mães solteiras.

Ter um filho fora do casamento ainda é visto como algo profundamente vergonhoso no país de maioria muçulmana, onde a educação sexual ainda é baseada na pregação da abstinência.

Berço

Os escritórios da Orphancare estão localizados em um subúrbio tranquilo perto da capital, Kuala Lumpur.

Perto da entrada principal há uma pequena porta que abre para um pequeno berço.

Uma vez que um bebê é colocado no berço, um alarme é soado e o ar condicionado começa a funcionar.

Quando a porta fecha, o bebê fica preso com segurança do lado de dentro, e um funcionário retira a criança.

Desta forma, o bebê é mantido seguro, e a identidade da mãe se mantém em sigilo.

Os críticos dizem que o programa vai tornar fácil demais para as mães abandonarem seus bebês, encorajando o sexo fora do casamento.

Mas Noraini Hashim, da Orphancare, diz que o anonimato é a única maneira de garantir que os pais usem a entidade em vez de jogar seus bebês no lixo.

"Não queremos perseguir as mães ou o casal que traz o bebê", ela diz.

Ilegal

Na Malásia, é ilegal para os muçulmanos manter relações sexuais fora do casamento. O país tem um sistema duplo de Justiça, no qual a lei islâmica se aplica aos muçulmanos e a lei civil se aplica aos demais.

Mas o estigma de ter um filho fora do casamento é o que leva as mães solteiras a atos desesperados, afirma Noraini.

Ela diz que a pressão é maior para garotas jovens quando seus namorados as deixam e elas se sentem incapazes de se apoiar na família ou em amigos.

"Nesse estado de depressão, suponho que a única solução para elas é abandonar o bebê", diz Noraini.

O governo, preocupado com o número crescente de bebês abandonados, pediu à polícia que comece a investigar esses casos como tentativa de homicídio ou assassinato, crime sujeito à pena de morte.

Refúgio

Perto do centro de Kuala Lumpur, o refúgio Kewaja, para grávidas solteiras, é um dos únicos lugares aos quais essas mulheres podem recorrer, já que o aborto é proibido.

O refúgio é feito de uma série de casas térreas no fundo de uma estrada de terra, parcialmente coberta por bananeiras.

Todas as mulheres usam véus e camisetas em tamanho grande para esconder suas barrigas.

Elas ficam no refúgio até que seus bebês nasçam. Três delas concordaram em contar suas histórias sob condição de anonimato.

Uma delas, Su, é uma garota de 19 anos, que diz ter procurado o refúgio aos cinco meses de gravidez para não envergonhar a família em frente aos vizinhos.

Siti, de 18 anos, deu à luz uma menina no refúgio. Seu pai acha que ela está fora estudando. Ela não pode voltar para casa até que a mãe a autorize, e ela está esperando há mais de um mês.

Mila tem 28 anos e veio para o refúgio no último mês de gravidez. Diferentemente das outras duas, ela está noiva e tem um emprego estável, mas se sente incapaz de manter a criança porque ter sexo fora do casamento é proibido pelo Islã.

"Se o bebê soubesse que nasceu fora do casamento, ele carregaria essa vergonha pelo resto de sua vida", ela diz.

As três mulheres dizem que sabiam sobre contraceptivos, mas que tinham vergonha de comprá-los.

Yahya Mohamed Yusof, que dirige o refúgio com sua mulher, diz que entidades como a sua ou a creche da Orphancare para bebês abandonados ajudam a salvar vidas, mas não resolvem o problema das gravidezes indesejadas.

Yahya diz ver um aumento nos casos todos os meses. "Quando começamos, há 14 anos, tínhamos menos de dez garotas no refúgio. Mas agora temos ao menos 70 mulheres grávidas sob nossos cuidados", diz.

Para manter suas gestações em segredo, a maioria das mulheres no refúgio Kewaja dará seus bebês para adoção. Na Malásia, mulheres solteiras ainda têm poucas alternativas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

* A realidade dos Orfanatos

13 May 2010 - 08:30:00

Uma pesquisa nacional aponta que o que menos tem em orfanatos, são órfãos 95% dos que vivem em abrigos coletivos, tem família

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O carinho e a atenção dos adultos do orfanato amenizam, mas não eliminam o sofrimento das crianças. Longe das famílias originais, elas aguardam, muitas vezes anos, por uma adoção que nem sempre vem. Quando chegam ao abrigo, trazem histórias de violência, humilhação e traumas.

O nome já diz tudo. Orfanato deveria ser lugar para órfãos, crianças que não tem pai, mãe, nem outro familiar. Mas um estudo do instituto de pesquisas econômicas aplicadas, o IPEA, indica que 95% das crianças abrigadas em instituições do Brasil tem família. 80% delas, inclusive, recebe regularmente visitas dos pais no abrigo. Mas por que, então, elas não estão onde deveriam: em casa?

A pesquisa aponta que uma em cada quatro crianças são deixadas em entidades porque os pais não tem condições financeiras para criá-las. quase 19% foram abandonadas pelos responsáveis. A violência doméstica é responsável por mais de 11% dos abrigamentos. Pais viciados em drogas e álcool também representam 11% dos motivos. Só 5,2% não tem pai, mãe, ou algum parente interessado em assumir a guarda.

O estatuto da criança e do adolescente defende que o melhor modelo é o que várias cidades, inclusive Rio Preto, já adotaram. Ao invés de manter abrigos coletivos, os municípios ajudam financeiramente famílias cadastradas para que elas recebam as crianças.

Em um abrigo de Fernandópolis, as responsáveis acreditam que, quando uma criança entra pela porta, toda a rede de proteção social, dela e da família, já falhou antes.

Suzete Isaías, presidente da entidade fala que o abrigo é a última alternativa, mas que muita coisa pode ser feita antes, e evitar que a criança vá para lá.



RICARDO MELLO, TV Record Rio Preto