"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."

* Mostrar a realidade

A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DE MARIA LUIZA.(Visitem seu blog www.nascidosdocoracao.blogspot.com.br)


Minha foto

Minha mãe aproveitava as férias para visitar sua família na praia. Já meu pai seguia seu trabalho em São Paulo. Eu estava embrulhada para presente aguardando a hora exata para entrar em cena.


A cegonha deveria deixar um bebêzinho na porta da casa de meus pais já que estavam casados há muitos anos, mas ela insistia em passar na casa de meus tios. Meu pai gostava de brincar com meus primos e minha mãe ficava encantada com a doçura de minhas primas, mas eles queriam mais... Queriam padecer no paraíso.

Colocaram seus nomes na lista de adoção à brasileira (muito utilizada antigamente e não recomendada!) de uma enfermeira que trabalhava no hospital de uma cidade catarinense. Sabiam que demoraria a chegar a princesa do lar, pois tinham alguns casais na frente a espera de uma criança, por isso se quer decoraram o quartinho ou compraram roupinhas.

Sua filha nasceu". Foi numa simples ligação telefônica que minha mãe recebeu a notícia que mudaria todas as noites de sua vida (e suas férias também). Tão pronto ela avisou meu pai que agora não seria apenas marido, mas seria, sim exemplo de um pequeno ser que estava a caminho de casa.

O casal mencionado acima segue um estilo discreto. Acampamento, escalada ou qualquer aventura deste segmento jamais entraria no repertório dele! Entretanto a aventura estava apenas começando quando decidiram me buscar.

Ah, vocês devem pensar... Mas eles não arrumaram nada para minha chegada? Não! Pela lógica eu não deveria chegar naquela época do ano... Quer dizer, não deveria ser entregue a eles. Acontece que todos os casais antecedentes aguardavam a chegada de menino, e meus pais eram os primeiros na lista que tinham preferência por menina. Mas posso dizer que o motivo de eu ter chegado nesta família é que Deus quis assim (e não tinha escolha melhor!).

Maria Luiza. Nome português escolhido por meu pai. Fui registrada antes mesmo do1º encontro com meus pais. Diz minha mãe que seu coração pressentiu que tudo caminharia bem e que realmente sua filha havia nascido e já que não havia dúvida foram ao cartório e lá tiraram minha certidão de nascimento.


A história continua...


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Minha experiência com filhos adotados.

Falar sobre o assunto de adoção é complicado. Pais adotivos nunca querer falar sobre o assunto e os filhos parecem ter vergonha.
No meu caso gostaria que minha experiencia com a adoção de meus filhos fosse divulgada por todos os meios de comunicação, pois sei que é um exemplo para pessoas que gostariam de adotar e tem medo.
Agora eu posso me abrir e falar livremente sobre o assunto, pois a pouco tempo, por meios pouco desejaveis, meus filhos acabaram descobrindo que eram adotados, e foi uma benção, acabaram aceitando e demonstrando gratidão, e parece que agora são muito mais amorosos comigo. Bom, eles com 16 e 22 anos, eu nunca tinha contado a verdade pelo medo da revolta e rejeição. Mas agradeço a Deus pelos filhos amados que tenho. Sou feliz e realizada por te-los ao meu lado. Estou agora livre para continuar a minha batalha a favor da adoção. E gritar ao mundo que nem todos os filhos adotados ou não, são marginais!!!!
O preconceito é grande, mesmo camuflado na piedade de poucos.

Destino das crianças adotadas.

1) DESTINO DAS CRIANÇAS ADOTADAS




Tradução e resenha :Eliezer de Hollanda Cordeiro

Referências: Christine Angiolini : Jornal Le Monde (10.12.2011) ; L'origine de l'histoire - Paroles d'adoptés from Njaylarage on Vimeo.



Muitos psicólogos , psiquiatras e psicanalistas já estudaram ‘’os ferimentos das crianças adotadas e as dificuldades das familias adotantes. Mas o que se passa com essas crianças quando alcançam a idade adulta? Uma possibilidade é que a ferida original, provocada pelo abandono, cicatrize graças ao amor da família adotiva e ao sentimento de filiação que ela engendra’’. Viadeo Cet élément a bien été ajouté aux favoris de votre classeur. Cet élément a bien été supprimé des favoris de votre classeur.A ferida original d

Outra possibilidade é que ‘’ os segredos de famílias tornem as feridas ainda mais dolorosas e lancinantes’’ Para os que foram adotados, a questão é melindrosa. Muitos temem nunca poderem se livrar da etiqueta de criança abandonada. Como se a sociedade considerassem-nos como seres diferentes,marcados na carne com ferro quente.’’

"Quando conto a alguém que fui adotada,isto provoca frequentement um mal-estar’’, diz Hélène J., 34 anos de idade, de pais desconhecidos, adotada aos 3 meses e meio. As pessoas curiosas respondem quase sempre : Desculpe-me, sinto muito, eu não sabia.Ora, tive muita sorte de ter sido adotada. Não foi um abandono, mas uma dádiva". No LeMonde.fr, Laurent , 38 anos, testemunha : "Fui realmente adotado. Isto me honra e eu não dissimulo este fato, muito pelo contrário. Mas sobretudo, nunca agradecerei suficientemente minha mãe por me ter dado uma família verdadeira. Hoje,sou casado,tenho tres filhos.E sou são de espírito."

Diane Drory, psicóloga, psicanalista co-autora com Colette Frère do livro Le Complexe de Moïse. Paroles d'adoptés devenus adultes (O Complexo de Moisés. Palavras de adotados que se tornaram adultos) , realça a importância de não se estigmatizar as pessoas adotadas. "Se elas puderam superar as duras provas da adoção, foi graças a incrivel energia vital que possuem. É preciso ter muita confiança nelas , não considerá-las como vítimas. E não atribuir-lhes todas as dificuldades que encontram na adoção."

"DUPLA LEALDADE"

As crianças adotadas são confrontadas a uma dívida dupla, que os psicoterapeutas de família chamam "dupla lealadade ". Como explica Nicole Prieur, psicoterapeuta, filósofa e autora de Raconte-moi d'où je viens (Bayard Jeunesse, 2007) (Conte-me de onde venho), elas recebem a vida da mãe biológica, e os meios de vivê-la de maneira digna de sua família adotiva, o que provoca conflitos. "Frequentemente, a criança adotada quer ser leal à sua família adotiva, respondendo até demais, às espectativas existentes nas outras famílias’’, ajunta Nicole Prieur.

Esta exacerbação da lealdade nos adotados pode se traduzir em escolhas profissionais contrariadas,correspondendo mais aos desejos dos pais do que aos seus próprios desejos. "Conseguir tornar-se um traidor feliz não é nada fácil",salienta Nicole Prieur. As vezes,as relações dos adotados com os outros sofrem porque eles precisam evitar conflitos. Enfim, sobre o aspecto amoroso, alguns vão se interessar por seres que têm as mesmas feridas, esperando assim reparar suas próprias histórias dolorosas. Entretanto, Nicole Prieur salienta o perigo de um investimento excessivo do casal e dos filhos pela pessoa adotada, prejudicando os ajustes necessários ao equilíbrio familiar.

A questão das origens pode ressurgir com muita força, quando ocorrem certos acontecimentos na vida destas pessoas: nascimentos, luto, fracasso profissional, ruptura amorosa... No livro, L’enfant et la séparations parentale’’, Diane DRORY descreve O complexo de Mosés., Ela conta o exemplo de Marie-Claire, que sentiu muito a ausência de sua mãe biológica quando ela ficou grávida : "Tua ausência, eu domino, eu a sufoco. Porém ,quando meu ventre se torna mais redondo,eu não suporto mais.. A vida mexe em mim da mesma maneira que ela mexeu contigo. E você não a enfrentou, você desapareceu." Uma etapa dolorosa, mas às vezes salvadora : "O fato de ser mãe e de não abandonar o seu bebê, repara alguma coisa da história dessas mulheres."

Sem dúvida, os homens vivem menos intensamente uma situação de abandono(...) mas, quando o pai olha o rosto de sua criança, ele acha por exemplo que ela parece com ele. Isto lhe faz lembrar, naturalmente, suas origens’’, diz Diane Drory.

UNE IDENTIDADE EM PERMANENTE CONSTRUÇÃO

Quando envelhecemos, a questão de saber donde viemos se torna mais insistente. No LeMonde.fr, Claude , 70 anos, adotado aos 2 anos, evoca sua história. "Minha vida tornou-se agora permanentemente dolorosa, embora eu nunca tivesse pensado nisso no passado. Não suporto mais o grito, o riso, a movimentação duma criança no terraço de um café", contou. Colocamos tais questões existenciais nesta idade da vida. Ora, na história dos adotados, existe um pedaço amputado que é preciso restaurar.

Os adotados interessam muito a fotógrafa Hélène Jayet, que criou um projeto fotográfico cujo objetivo é uma exposição , um webdocumentário e um livro. O projeto busca apoios para terminar a produção das imagens. Desde a escola das Belas-Artes (Beaux-Arts), seus dezenhos já falavam de identidade. Ela fotografava e filmava os adotados, dáva-lhes a palavra. Ela continua lutando para criar um documentário sobre o assunto. Seus objetivos ? Acabar com certos clichês ("Os adotados são sempre infelizes"), ajudar famílias adotivas e, sobretudo, oferecer aos adotados a possibilidade de falar sobre suas histórias. De fato, os adotados evocam com muita dificuldades o que ressentem.A resiliência, esta capacidade das pessoas a se recobrar ou se adaptar às provações da vida, depende também da criatividade. Entretanto, a resiliência não é adquirida de maneira definitiva.Nossa identidade está sempre em construção. "A resiliência do adotado é sem dúvida a aceitação, como todo o mundo, que a identidade é movediça", salienta ainda Diane Drory.A " ferida do abandono deu-me muita força, revindica Hélène Jayet. É esta força que dá uma grande sensibilidade aos adotados e uma abertura ao mundo."