"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."

* Mostrar a realidade

A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Brasileiro adotado quer reencontrar a mãe pelo X-Factor

Brasileiro adotado quer reencontrar a mãe pelo X-Factor


David Correy, 27, surpreendeu os jurados do reality musical ao dizer que participava do programa para tentar encontrar a mãe, que é de Pernambuco


O músico David Correy, um dos participantes do The X Factor, nasceu no Brasil e foi adotado por um casal de americanos (Divulgação)

“Por que você acha que é diferente dos outros?” A pergunta, feita aos calouros do reality musical The X Factor, invariavelmente é respondida com clichês. Uns dizem que foram destinados ao estrelato, outros, que só querem fazer música. Por isso, não foi difícil para David Correy, 27, surpreender. “Sou adotado e espero me reconectar com minha mãe biológica se ela ouvir minha voz”, disse o cantor, quando questionado pelos jurados desta edição. Para os espectadores brasileiros do programa, exibido pelo canal pago Sony às terças-feiras, a surpresa foi ainda maior – Correy nasceu em Recife, Pernambuco.



A mãe de Correy, Luciene Correia de Lima, deu à luz aos 13 anos. Como não podia sustentar o garoto, o cedeu para adoção. Menos de um ano depois, ele foi levado aos Estados Unidos pelo casal Stanley Lee Chaney e Carolyn May Cushman Chaney. Bem diferente da vida que teria no Brasil, o menino foi criado com conforto em uma grande casa na pequena cidade de Riva, no estado de Maryland, e mais tarde na capital Washington – ele faz segredo quanto à profissão dos pais, mas com uma pesquisa rápida é fácil descobrir que a mãe é lobista. “Eles me contaram que fui adotado assim que aprendi a falar, mas sempre quis conhecer minha mãe biológica”, diz Correy, que só sabia o nome da mãe pelos papéis da adoção.



Desde que entrou no The X Factor, sua história chamou atenção dos espectadores brasileiros, e o jornal Diário de Pernambuco conseguiu localizar uma mulher cujo nome, idade e história batem com o enredo narrado por Correy. Para oficializar a relação, só falta um exame de DNA, que deve ser feito assim que o programa terminar, neste domingo (4), quando será revelado o vencedor – a apresentação final dos competidores será exibida nos Estados Unidos nesta quinta-feira (1º). Um encontro entre os dois também está sendo providenciado, mas ele ainda não sabe se virá ao Brasil ou se Luciene irá aos Estados Unidos – há rumores de que a produção do programa estaria preparando um reencontro-surpresa. “Ainda estamos vendo isso, mas estou ansioso para conhecê-la e fazer logo o exame de DNA”, diz Correy.




Biografia – Além de ter nascido no Brasil, o cantor chama atenção pelo seu jeito para a música. Diferentemente de muitos talentos brutos que chegam aos programas de calouros, Correy tem uma carreira já longa e, por isso, teve tempo para se moldar ao sucesso. Desde pequeno, o menino aprendeu que tinha uma ótima voz e um pendor natural para a musicalidade. “Meu pai construiu um palco para mim quando eu tinha cinco anos”, diz. Já na adolescência, ele integrou grupos adolescentes e, sob os codinomes de Ricardo Lee (seu nome de batismo no Brasil era Ricardo, que foi mantido na certidão americana) e DC aka The Loverboy, ele conquistou um bom número de fãs no exterior, em países como Alemanha e Japão.



Mas, em 2006, um elemento trágico deu um empurrãozinho a Correy. Ele sofreu um acidente de carro ao adormecer ao volante e quase ficou paraplégico. Foi preciso mais de um ano de fisioterapia até que voltasse a andar. Nesse meio tempo, o que lhe dava força era a música. Decidido a cantar para públicos maiores, o rapaz criou um nome artístico mais chamativo a partir da junção dos sobrenomes da mãe biológica e dos pais adotivos, e moldou seus gostos musicais – antes, era fã de hip-hop e agora canta soul e R&B. Até a sua aparência física mudou: Correy ganhou corpo, fez tatuagens e piercings e passou a usar roupas mais estilosas. Tudo como manda a cartilha do sucesso.



Tutorado no X Factor pelo jurado L.A. Reid, um dos mais influentes produtores fonográficos do mundo, sua chance de vencer o programa é grande. Mas, ainda que não vença, certamente terá seu lugar garantido no mercado americano – ele aposta em um som de forte apelo pop e com lugar cativo nas paradas de sucesso dos EUA. E, quem sabe, no Brasil. “Quero conhecer o país onde nasci quando o programa acabar.”



Leia abaixo alguns momentos da entrevista de David Correy ao site de VEJA.



Como foi sua infância? Foi inspiradora. Eu fui exposto a muitas oportunidades diferentes. Minha criação é a razão pela qual sou muito eclético. Meus pais são meus heróis. Eles me contaram que fui adotado assim que aprendi a falar. Nunca houve segredos. Eles são as pessoas mais honestas que conheço e sei que não seria quem sou hoje se não fosse por eles.



Sempre teve vontade de conhecer sua mãe biológica? Sempre fui curioso. Queria saber como ela era, se nós éramos parecidos, se eu tenho irmãos ou irmãs. Meus pais sempre tentaram me ajudar a encontrá-la. Eles sabem que eles são meus pais e que eu os amo, mas preciso esclarecer essa parte da minha vida e sei que eles me apoiam.



Você se identifica com o Brasil? Sou fascinado pelo país. Gosto das pessoas, da comida, da cultura, das mulheres (risos). Quero sentir a areia nos meus pés e andar na praia, tomar uma cerveja brasileira e brindar à vida. Sinto muito orgulho do lugar onde nasci. Quero ir ao Brasil quando o programa acabar.



Acha que a mulher que encontraram é sua mãe, mesmo? Fiquei muito intrigado. Ela tem um rosto semelhante ao meu, os olhos... É muito surreal. Rezo para que seja ela, sei de sua história há um tempo, mas vê-la falar em um vídeo (feito pelo Diário de Pernambuco) me deixou muito emocionado. Ainda estamos vendo, mas estou ansioso para conhecê-la e fazer logo o exame de DNA.



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