"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."

* Mostrar a realidade

A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Muito além da tragédia familiar. A do preconceito



Um homicídio motivado, ao que tudo indica, pelo uso abusivo de drogas. Mas o assassinato do bispo Edward Robinson de Barros Cavalcanti, de 68 anos, e de sua esposa, Miriam Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64, trouxe à tona também o tema da adoção. Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29, foi acusado de matar os pais adotivos a facadas na casa onde moravam. A tragédia familiar gerou vários comentários positivos e negativos sobre a realidade da adoção.



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O professor Guilherme Lima Moura, integrante do Grupo de Estudo e Apoio à Adoção no Recife (Gead), critica a relação do crime com o tema adoção. "Existem alguns mitos, como herança genética. Geneticamente, não há determinação de caráter. A falta de adoção é que aumenta essa chance de distúrbio. Não é a adoção que constrói o cidadão problemático, mas a falta dela, devido ao abandono", afirma.



Pai de quatro crianças adotadas, Guilherme garante que esse medo nunca foi levado em consideração, mas reconhece que muitos casais que estão na fila de adoção têm esse receio. "Uma das funções do Gead é dar essa orientação. As pessoas chegam com muitas dúvidas. Tentamos mostrar que a presença dos pais em casa e o ambiente serão imprescindíveis na construção desse caráter", diz.



A psicóloga Suzana Schettini, presidente do Gead, se mostra receosa com a repercussão do assassinato. "Todo processo de adoção entra em julgamento. A adoção é uma instituição coberta de preconceitos e se fazemos uma relação direta com a delinquencia, ampliamos esse preconceito. Será que se o filho fosse de sangue isso não aconteceria?", questiona.



Em seu consultório, Suzana recebe muitos casais que apresentam esse medo. "É como se fosse um fantasma. Nós trabalhamos muito isso. A criança se organiza dentro de uma relação afetiva. Temos medo dos genes do outro como se apenas os nossos fossem bons. Em relação ao filho que vem de outra família, se instala um fantasma. Posso dizer, com certeza, o fato dele ser adotivo não determinou o ato, mas provavelmente sua relação com as drogas", ressalta Schettini.



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