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Domingo, 25/07/2010
Existem em Brasília 160 crianças à espera de adoção, mas poucas famílias se interessam por maiores de 2 anos. O Projeto Aconchego, com apoio do Criança Esperança, ajuda pais que adotam essas crianças.
"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."
* Mostrar a realidade
A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
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segunda-feira, 26 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Tia Mara do http://noticias.r7.com/videos/conheca-a-tia-mara
Conheça a “Tia Mara”, que cuida de crianças vítimas de maus tratos.
Uma mulher que continuou o trabalho da mãe e vendeu uma casa e uma chácara para construir um abrigo que cuida de crianças maltratadas. Ao todo, 50 crianças recebem amor e educação de Maria Graça, que se dedica à solidariedade desde pequena.
Uma mulher que continuou o trabalho da mãe e vendeu uma casa e uma chácara para construir um abrigo que cuida de crianças maltratadas. Ao todo, 50 crianças recebem amor e educação de Maria Graça, que se dedica à solidariedade desde pequena.
terça-feira, 13 de julho de 2010
* Estatuto da criança e do adolescente, 20 anos.
Com o objetivo de comemorar os 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) vem desenvolvendo diversas ações, programas e projetos em prol da criança e adolescente. Desde o mês de junho, se aprovou um projeto para explicar o que significa o estatuto das atribuições do Conselho Tutelar, dos direitos e deveres dos pais e filhos através da parceria entre o Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude (NEDIJ), Polícia Militar, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Secretaria de Assistência Social, Conselho Tutelar, Secretaria de Educação, Núcleo de Educação, educadores e pais.
Em conjunto está sendo realizado um trabalho continuado com as crianças e adolescentes a fim de buscar soluções sendo que o projeto será implementado nas escolas municipais, estaduais e particulares. Além disso, esta data é uma forma de chamar a atenção da sociedade e dar a devida importância a lei que serviu como base na construção do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente além de ser um momento para refletir acerca das conquistas e dos limites que se impuseram na implementação da Doutrina da Proteção Integral.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Giliane Reuter, explica que "o ECA marca, a partir do artigo 227 da Constituição Federal, um novo tempo, pois se passa do código de menores para um estatuto que vê a criança como prioridade absoluta. Esta vai desde as questões locais até estaduais e nacionais e, por isso, devemos ver a criança como um ser em desenvolvimento e traçar políticas, programas e serviços voltados a esse público para que ela cresça e se desenvolva em um ambiente saudável".
Os 20 anos do ECA tem um significa muito grande para o Conselho da Criança e do Adolescente, pois como afirma a presidente Giliane, "nesse tempo muitas coisas já foram de encontro e avançamos bastante, mas ainda é necessário avançar porque o ECA é um marco legal e dá instrumento para a efetivação das ações. É o momento de chamar atenção da sociedade para que dê a devida importância a essa lei que serviu para a construção do sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente".
Estatuto da Criança e do Adolescente
Hoje (13), data em que se comemora o aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Ministério Público do Paraná, está realizando o seminário "Estatuto da Criança e do Adolescente: 20 anos de conquistas e desafios". A programação engloba debates e palestras sobre temas como a municipalização do atendimento de crianças, adolescentes e famílias, o papel do CMDCA no planejamento e na implementação das políticas públicas, a priorização da criança e do adolescente nos orçamentos dos municípios e o desafio do trabalho em 'rede' na proteção de jovens e crianças. Os interessados em acompanhar o evento podem acessar o site www.mp.pr.gov.br, pois terá transmissão ao vivo.
Em conjunto está sendo realizado um trabalho continuado com as crianças e adolescentes a fim de buscar soluções sendo que o projeto será implementado nas escolas municipais, estaduais e particulares. Além disso, esta data é uma forma de chamar a atenção da sociedade e dar a devida importância a lei que serviu como base na construção do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente além de ser um momento para refletir acerca das conquistas e dos limites que se impuseram na implementação da Doutrina da Proteção Integral.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Giliane Reuter, explica que "o ECA marca, a partir do artigo 227 da Constituição Federal, um novo tempo, pois se passa do código de menores para um estatuto que vê a criança como prioridade absoluta. Esta vai desde as questões locais até estaduais e nacionais e, por isso, devemos ver a criança como um ser em desenvolvimento e traçar políticas, programas e serviços voltados a esse público para que ela cresça e se desenvolva em um ambiente saudável".
Os 20 anos do ECA tem um significa muito grande para o Conselho da Criança e do Adolescente, pois como afirma a presidente Giliane, "nesse tempo muitas coisas já foram de encontro e avançamos bastante, mas ainda é necessário avançar porque o ECA é um marco legal e dá instrumento para a efetivação das ações. É o momento de chamar atenção da sociedade para que dê a devida importância a essa lei que serviu para a construção do sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente".
Estatuto da Criança e do Adolescente
Hoje (13), data em que se comemora o aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Ministério Público do Paraná, está realizando o seminário "Estatuto da Criança e do Adolescente: 20 anos de conquistas e desafios". A programação engloba debates e palestras sobre temas como a municipalização do atendimento de crianças, adolescentes e famílias, o papel do CMDCA no planejamento e na implementação das políticas públicas, a priorização da criança e do adolescente nos orçamentos dos municípios e o desafio do trabalho em 'rede' na proteção de jovens e crianças. Os interessados em acompanhar o evento podem acessar o site www.mp.pr.gov.br, pois terá transmissão ao vivo.
Estatuto da Criança e do Adolescente faz 20 anos...
13/7/2010
Estatuto da Criança e do Adolescente faz
20 anos, mas não tem o que comemorar
Lívia Francez
Nesta terça-feira (13) é celebrado o 20° aniversário da Lei n° 8.069/90, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas o Estado ainda registra graves transgressões em detrimento dos avanços que o estatuto deveria trazer para o bem-estar de crianças e adolescentes. Apesar de ser uma das leis mais avançadas no que tange à preservação de direitos, a estruturação não conseguiu ser efetivada no País.
As agressões acontecem principalmente no sistema socioeducativo, mas também podem ser constatadas nas áreas de saúde e educação. Para o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Bruno Alves de Souza, os avanços alcançados com a criação dos Conselhos que preservam a dignidade das crianças e adolescentes, por exemplo, são inferiores às violações, que continuam a aumentar.
Ele diz que o momento do aniversário de 20 anos do Estatuto é a hora de se fazer um balanço dos avanços alcançados e também de denunciar as agressões. Bruno defende a permanência do ECA em sua integralidade e o cumprimento dos artigos do estatuto, para que não haja retrocessos na luta pela preservação dos direitos das crianças e adolescentes. “É uma tarefa dos três poderes, do Ministério Público, da sociedade e dos meios de comunicação cobrar e preservar o cumprimento do estatuto e esclarecer sobre lei”.
Pata cobrar a preservação da integralidade do ECA, o CEDH vai promover, na próxima quinta-feira (15), uma caminhada das entidades defensoras dos direitos humanos da Assembleia Legislativa até o Tribunal de Justiça do Estado (TJES).
O presidente do CEDH acrescenta que existe uma cultura de desvalorização do ECA, sob a alegação de que ele protege os adolescentes em conflito com a lei e gera violência. Mas ele alerta que é preciso conhecer a essência do estatuto para comprovar que é um instrumento dos mais avançadas e não conseguiu ser estruturado pelo Estado. “As escolas não conseguem garantir a permanência das crianças. Nos postos de saúde o que se vê são crianças que passam horas em filas por falta de pediatras. Os níveis de exploração do trabalho e do sexo no Estado estão dentre os maiores do País”, completa Bruno Alves.
Ele também cita como exemplo o caso da Unidade de Internação Socioeducativa, que já foi alvo de inúmeras denúncias por parte de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). “É preciso fazer cumprir as diretrizes do ECA para que a dívida com a sociedade seja paga”.
Estatuto da Criança e do Adolescente faz
20 anos, mas não tem o que comemorar
Lívia Francez
Nesta terça-feira (13) é celebrado o 20° aniversário da Lei n° 8.069/90, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas o Estado ainda registra graves transgressões em detrimento dos avanços que o estatuto deveria trazer para o bem-estar de crianças e adolescentes. Apesar de ser uma das leis mais avançadas no que tange à preservação de direitos, a estruturação não conseguiu ser efetivada no País.
As agressões acontecem principalmente no sistema socioeducativo, mas também podem ser constatadas nas áreas de saúde e educação. Para o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Bruno Alves de Souza, os avanços alcançados com a criação dos Conselhos que preservam a dignidade das crianças e adolescentes, por exemplo, são inferiores às violações, que continuam a aumentar.
Ele diz que o momento do aniversário de 20 anos do Estatuto é a hora de se fazer um balanço dos avanços alcançados e também de denunciar as agressões. Bruno defende a permanência do ECA em sua integralidade e o cumprimento dos artigos do estatuto, para que não haja retrocessos na luta pela preservação dos direitos das crianças e adolescentes. “É uma tarefa dos três poderes, do Ministério Público, da sociedade e dos meios de comunicação cobrar e preservar o cumprimento do estatuto e esclarecer sobre lei”.
Pata cobrar a preservação da integralidade do ECA, o CEDH vai promover, na próxima quinta-feira (15), uma caminhada das entidades defensoras dos direitos humanos da Assembleia Legislativa até o Tribunal de Justiça do Estado (TJES).
O presidente do CEDH acrescenta que existe uma cultura de desvalorização do ECA, sob a alegação de que ele protege os adolescentes em conflito com a lei e gera violência. Mas ele alerta que é preciso conhecer a essência do estatuto para comprovar que é um instrumento dos mais avançadas e não conseguiu ser estruturado pelo Estado. “As escolas não conseguem garantir a permanência das crianças. Nos postos de saúde o que se vê são crianças que passam horas em filas por falta de pediatras. Os níveis de exploração do trabalho e do sexo no Estado estão dentre os maiores do País”, completa Bruno Alves.
Ele também cita como exemplo o caso da Unidade de Internação Socioeducativa, que já foi alvo de inúmeras denúncias por parte de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). “É preciso fazer cumprir as diretrizes do ECA para que a dívida com a sociedade seja paga”.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Nova lei contra estupro e pedofilia se torna mais severa
A Lei 12.015, sancionada na última sexta-feira (7), altera as Leis 2.848 (Código Penal) e 8.072 (que trata dos crimes hediondos) e torna mais severas as penas para os crimes de pedofilia, estupro seguido de morte e assédio sexual contra menores, além de tipificar o crime de tráfico de pessoas. O autor de estupro contra maiores de 14 anos e menores de 18 anos será punido com penas que variam de oito a 12 anos de prisão.
Atualmente, a pena varia de seis a dez anos. A pena será aumentada em até 50% quando for praticado por alguém que deveria proteger e cuidar da criança. Essa mesma regra vale para o crime que gerar gravidez. Se a vítima contrair doença sexual, a pena sofrerá um acréscimo de um sexto metade do tempo de condenação.
Atualmente, a pena varia de seis a dez anos. A pena será aumentada em até 50% quando for praticado por alguém que deveria proteger e cuidar da criança. Essa mesma regra vale para o crime que gerar gravidez. Se a vítima contrair doença sexual, a pena sofrerá um acréscimo de um sexto metade do tempo de condenação.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Recem-nascido é encontrado em uma caixa...
publicado em 08/07/2010 às 06h23:
Bebê é abandonado em caixa de
papelão na zona sul de São Paulo
Menino tem cerca de três dias de nascido e ainda estava com o cordão umbilical
A polícia militar encontrou, na noite da quarta-feira (7), um recém-nascido abandonado em frente a uma residência da rua Silvio Padovani, no Jardim Clélia, divisa com Diadema, zona sul de São Paulo. A PM, que chegou até o local por meio de denúncia anônima, disse que o bebê estava dentro de uma caixa de papelão.
Os moradores da casa não sabiam do recém-nascido até a chegada da polícia. O menino, de aproximadamente três dias de nascimento, segundo a PM, ainda estava com o cordão umbilical. Ele foi encaminhado ao pronto-socorro de Diadema, onde permanece em observação, mas seu estado de saúde é bom. A PM disse que os moradores da casa têm interesse em adotar o bebê.
Bebê é abandonado em caixa de
papelão na zona sul de São Paulo
Menino tem cerca de três dias de nascido e ainda estava com o cordão umbilical
A polícia militar encontrou, na noite da quarta-feira (7), um recém-nascido abandonado em frente a uma residência da rua Silvio Padovani, no Jardim Clélia, divisa com Diadema, zona sul de São Paulo. A PM, que chegou até o local por meio de denúncia anônima, disse que o bebê estava dentro de uma caixa de papelão.
Os moradores da casa não sabiam do recém-nascido até a chegada da polícia. O menino, de aproximadamente três dias de nascimento, segundo a PM, ainda estava com o cordão umbilical. Ele foi encaminhado ao pronto-socorro de Diadema, onde permanece em observação, mas seu estado de saúde é bom. A PM disse que os moradores da casa têm interesse em adotar o bebê.
terça-feira, 6 de julho de 2010
* Mudanças e realidade após a nova Lei Nacional de Adoção.
24/06/2010 Jornal Online UFPI Deixar um comentário Ir para os comentários
Socorro Solano, Coordenadora do Lar de Maria
Às vésperas de completar um ano de sanção, a nova Lei Nacional de Adoção, promulgada pelo Presidente Lula em 03 de agosto de 2010, surgiu como uma esperança para milhares de crianças dos abrigos e para aqueles que sonham em se tornarem pais. A coordenadora do Lar da Criança Maria João de Deus, Maria do Socorro Solano, esclarece aspectos relativos à lei, como o cadastro único de adoção, o maior controle dos abrigos e a questão da família extensa, e fala sobre a realidade dos abrigos e crianças aptas para adoção em Teresina e no país.
P: Quais os benefícios que a nova lei trouxe para o processo de adoção?
R: Primeiro, a questão do cadastro único que facilita o processo. Por exemplo, uma criança que está para adoção aqui no Piauí pode encontrar uma família apta na Bahia, em São Paulo, no Ceará, ou em qualquer outra região do país, e vice versa.
Outro ponto importante é que a criança não passa mais de dois anos em uma instituição de abrigo. A idade da pessoa que podia adotar, antes de 21 anos no mínimo, hoje, com a nova lei, reduz para 18 anos, desde que essa pessoa tenha, pelo menos, 16 anos a mais que o adotado.
A família tem agora o privilégio pela guarda da criança ou adolescente. É a chamada família extensa. Os parentes, mais próximos têm prioridade no processo de adoção. No caso do pai e da mãe não poderem mais ficar com a criança, acontecendo à destituição do poder familiar, a família extensa tem a preferência pela criança.
Os estrangeiros também podem adotar, mas apenas nos casos em que a criança não tem possibilidade alguma de ser adotada no próprio país.
P:Quais as etapas do processo de adoção?
R: A pessoa ou casal se cadastra (não precisa ser casado para adotar uma criança), visita o juizado da Infância e da Juventude e depois passa por algumas entrevistas com assistente social e psicólogo. Devem ser feitas visitas domiciliares e agora, com a nova lei, essa pessoa ou família que deseja adotar a criança, passa por uma formação para entender o processo e a dinâmica de ter uma criança nova na sua vida, para que não venha dar um passo e depois arrepender-se. É preciso estar emocionalmente preparado para essa tarefa de ser pai ou mãe.
P: Quais as principais dificuldades nesse processo?
R: Uma das maiores dificuldades é a própria estrutura do juizado no Brasil como um todo. Todo juizado precisa, e agora mais ainda, de uma equipe formada por psicólogos e assistentes sociais, com número suficiente de funcionários para melhor desempenho das atividades, como entrevistas, reuniões para os pais que querem se tornar habilitados. Então se não houver uma reestruturação por parte do juizado, esse trabalho não vai fluir.
Muitas vezes, o trabalho de visitar as famílias, de ver os processos de destituição familiar, se torna longo porque não se tem pessoas suficientes nos juizados para fazer todo esse trabalho. Não se pode destituir uma criança do convívio familiar de uma hora para outra. Precisa-se ter consciência e certeza de que aquela criança não pode mais voltar para o seio da família.
A equipe do juizado tem que estar pronta para fazer esse trabalho de acompanhamento e registro. Caso contrário, mesmo que os abrigos desempenhem corretamente sua função, não é possível que haja uma aceleração no processo de adoção.
P: Você acredita que houve um aumento no número de adoções, já que a nova lei traz a possibilidade de parentes próximos adotarem as crianças e adolescentes?
R: Pela realidade vivenciada aqui no abrigo, boa parte dessas crianças tem família extensa, que é o nome dado aos parentes próximos, mas raramente essas pessoas querem se envolver, já que elas foram retiradas do convívio familiar por problemas sérios, como drogas, negligência ou maus tratos. A família extensa não quer confusão com os pais dessas crianças. Prefere abrir mão de dar um conforto, um lar, um carinho dentro de uma estrutura familiar e as crianças permanecem nos abrigos.
P: Com relação à linha histórica de adoção de dez anos para cá, tem aumentado a procura por adoção?
R: Tem aumentado sim. O que não tem acontecido é ter um número suficiente de crianças para ser adotada. Os abrigos estão lotados e as pessoas às vezes pensam que todas as crianças que estão no abrigo são para adoção, quando na realidade não são. Muitas estão esperando a destituição do poder familiar ou estão em caráter provisório, ou seja, tem possibilidade de retorno.
Dos 80 que temos aqui hoje, somente sete estão habilitados para adoção e não tem perfil que a maioria dos brasileiros procura.
P: Qual é o perfil procurado?
R: No máximo três anos, mas a preferência é por bebês de até um ano. Homem, branco e saudável, ou seja, um filho perfeito. Passando dessa idade, as coisas complicam. A maioria dessas crianças, mesmo aquelas que estão em processo de destituição, já passou dessa idade.
O ano de 2003 foi um ano que bateu o recorde aqui no Lar de Maria, onze crianças foram adotadas. Em 2004, seis. Em 2005, dez. Em 2006 e 2007, oito. Em 2008 e 2009, sete, e nesse ano, até o momento, apenas quatro.
Mas isso não significa que outras crianças não tenham sido adotadas. Às vezes, a adoção acontece no próprio juizado.
P: E o perfil das pessoas que adotam?
R: A maioria são casais e há casos de ser apenas a mulher. Somente homem, ainda não encontramos, mas é bem variado. Alguns são de poder aquisitivo elevado, mas a maioria é classe média para baixa.
P: O perfil das crianças adotadas em âmbito nacional corresponde ao perfil de Teresina?
R: É o mesmo perfil. No Brasil como um todo, temos mais de 23 mil pessoas habilitadas para adoção. Só que 80% delas querem crianças de até três anos. A maioria das pessoas abrigadas, já passa dessa faixa. Uma boa parte, 41%, quer filhos brancos. E 64% das crianças nos abrigos são pardas ou negras.
Dizem que não tem crianças. Não tem porque realmente não existe essa generosidade, de realmente receber o filho da maneira que ele é.
Quando se tem um filho biológico, claro que se os pais forem brancos, você sabe que o filho vai ser branco. Mas você vai saber se é saudável? Não sabe como vai ser o temperamento dele. E, às vezes você quer escolher o filho perfeito. Mas não existe o filho perfeito. Tudo é na conquista, o trabalho de amor, de carinho, de diálogo, de convivência.
Há casos no Piauí de adoções fora desse perfil: morenas, pardas, com 10 anos de idade e que, hoje, são pessoas realizadas, tanto filho como a mãe.
Há três ou quatro casos de pessoas adotadas fora desse perfil e não houve problema nenhum. É um filho amado, querido, que está construindo uma relação assim como se constrói com um filho biológico.
P: Qual o destino dessas crianças que não se encaixam no perfil?
R: Passam de uma instituição pra outra. O dever do Estado é criar alternativas para que o jovem se habilite e, no futuro, quando sair do abrigo, atingindo os 18 anos, tenha para onde ir. A criação de republicas é um bom exemplo, para que os que não tem para onde ir, tenham um apoio até realmente se estruturarem e conseguir um trabalho.
É, também, obrigação dos abrigos ir atrás de parcerias para cursos profissionalizantes, trabalhos, primeiro emprego para esses jovens. A sociedade também é responsável por criar mecanismos para que esses jovens consigam exercer sua cidadania, para não cair depois no mundo da marginalidade.
Por Viviana Braga (vivianabraga@hotmail.com)
Socorro Solano, Coordenadora do Lar de Maria
Às vésperas de completar um ano de sanção, a nova Lei Nacional de Adoção, promulgada pelo Presidente Lula em 03 de agosto de 2010, surgiu como uma esperança para milhares de crianças dos abrigos e para aqueles que sonham em se tornarem pais. A coordenadora do Lar da Criança Maria João de Deus, Maria do Socorro Solano, esclarece aspectos relativos à lei, como o cadastro único de adoção, o maior controle dos abrigos e a questão da família extensa, e fala sobre a realidade dos abrigos e crianças aptas para adoção em Teresina e no país.
P: Quais os benefícios que a nova lei trouxe para o processo de adoção?
R: Primeiro, a questão do cadastro único que facilita o processo. Por exemplo, uma criança que está para adoção aqui no Piauí pode encontrar uma família apta na Bahia, em São Paulo, no Ceará, ou em qualquer outra região do país, e vice versa.
Outro ponto importante é que a criança não passa mais de dois anos em uma instituição de abrigo. A idade da pessoa que podia adotar, antes de 21 anos no mínimo, hoje, com a nova lei, reduz para 18 anos, desde que essa pessoa tenha, pelo menos, 16 anos a mais que o adotado.
A família tem agora o privilégio pela guarda da criança ou adolescente. É a chamada família extensa. Os parentes, mais próximos têm prioridade no processo de adoção. No caso do pai e da mãe não poderem mais ficar com a criança, acontecendo à destituição do poder familiar, a família extensa tem a preferência pela criança.
Os estrangeiros também podem adotar, mas apenas nos casos em que a criança não tem possibilidade alguma de ser adotada no próprio país.
P:Quais as etapas do processo de adoção?
R: A pessoa ou casal se cadastra (não precisa ser casado para adotar uma criança), visita o juizado da Infância e da Juventude e depois passa por algumas entrevistas com assistente social e psicólogo. Devem ser feitas visitas domiciliares e agora, com a nova lei, essa pessoa ou família que deseja adotar a criança, passa por uma formação para entender o processo e a dinâmica de ter uma criança nova na sua vida, para que não venha dar um passo e depois arrepender-se. É preciso estar emocionalmente preparado para essa tarefa de ser pai ou mãe.
P: Quais as principais dificuldades nesse processo?
R: Uma das maiores dificuldades é a própria estrutura do juizado no Brasil como um todo. Todo juizado precisa, e agora mais ainda, de uma equipe formada por psicólogos e assistentes sociais, com número suficiente de funcionários para melhor desempenho das atividades, como entrevistas, reuniões para os pais que querem se tornar habilitados. Então se não houver uma reestruturação por parte do juizado, esse trabalho não vai fluir.
Muitas vezes, o trabalho de visitar as famílias, de ver os processos de destituição familiar, se torna longo porque não se tem pessoas suficientes nos juizados para fazer todo esse trabalho. Não se pode destituir uma criança do convívio familiar de uma hora para outra. Precisa-se ter consciência e certeza de que aquela criança não pode mais voltar para o seio da família.
A equipe do juizado tem que estar pronta para fazer esse trabalho de acompanhamento e registro. Caso contrário, mesmo que os abrigos desempenhem corretamente sua função, não é possível que haja uma aceleração no processo de adoção.
P: Você acredita que houve um aumento no número de adoções, já que a nova lei traz a possibilidade de parentes próximos adotarem as crianças e adolescentes?
R: Pela realidade vivenciada aqui no abrigo, boa parte dessas crianças tem família extensa, que é o nome dado aos parentes próximos, mas raramente essas pessoas querem se envolver, já que elas foram retiradas do convívio familiar por problemas sérios, como drogas, negligência ou maus tratos. A família extensa não quer confusão com os pais dessas crianças. Prefere abrir mão de dar um conforto, um lar, um carinho dentro de uma estrutura familiar e as crianças permanecem nos abrigos.
P: Com relação à linha histórica de adoção de dez anos para cá, tem aumentado a procura por adoção?
R: Tem aumentado sim. O que não tem acontecido é ter um número suficiente de crianças para ser adotada. Os abrigos estão lotados e as pessoas às vezes pensam que todas as crianças que estão no abrigo são para adoção, quando na realidade não são. Muitas estão esperando a destituição do poder familiar ou estão em caráter provisório, ou seja, tem possibilidade de retorno.
Dos 80 que temos aqui hoje, somente sete estão habilitados para adoção e não tem perfil que a maioria dos brasileiros procura.
P: Qual é o perfil procurado?
R: No máximo três anos, mas a preferência é por bebês de até um ano. Homem, branco e saudável, ou seja, um filho perfeito. Passando dessa idade, as coisas complicam. A maioria dessas crianças, mesmo aquelas que estão em processo de destituição, já passou dessa idade.
O ano de 2003 foi um ano que bateu o recorde aqui no Lar de Maria, onze crianças foram adotadas. Em 2004, seis. Em 2005, dez. Em 2006 e 2007, oito. Em 2008 e 2009, sete, e nesse ano, até o momento, apenas quatro.
Mas isso não significa que outras crianças não tenham sido adotadas. Às vezes, a adoção acontece no próprio juizado.
P: E o perfil das pessoas que adotam?
R: A maioria são casais e há casos de ser apenas a mulher. Somente homem, ainda não encontramos, mas é bem variado. Alguns são de poder aquisitivo elevado, mas a maioria é classe média para baixa.
P: O perfil das crianças adotadas em âmbito nacional corresponde ao perfil de Teresina?
R: É o mesmo perfil. No Brasil como um todo, temos mais de 23 mil pessoas habilitadas para adoção. Só que 80% delas querem crianças de até três anos. A maioria das pessoas abrigadas, já passa dessa faixa. Uma boa parte, 41%, quer filhos brancos. E 64% das crianças nos abrigos são pardas ou negras.
Dizem que não tem crianças. Não tem porque realmente não existe essa generosidade, de realmente receber o filho da maneira que ele é.
Quando se tem um filho biológico, claro que se os pais forem brancos, você sabe que o filho vai ser branco. Mas você vai saber se é saudável? Não sabe como vai ser o temperamento dele. E, às vezes você quer escolher o filho perfeito. Mas não existe o filho perfeito. Tudo é na conquista, o trabalho de amor, de carinho, de diálogo, de convivência.
Há casos no Piauí de adoções fora desse perfil: morenas, pardas, com 10 anos de idade e que, hoje, são pessoas realizadas, tanto filho como a mãe.
Há três ou quatro casos de pessoas adotadas fora desse perfil e não houve problema nenhum. É um filho amado, querido, que está construindo uma relação assim como se constrói com um filho biológico.
P: Qual o destino dessas crianças que não se encaixam no perfil?
R: Passam de uma instituição pra outra. O dever do Estado é criar alternativas para que o jovem se habilite e, no futuro, quando sair do abrigo, atingindo os 18 anos, tenha para onde ir. A criação de republicas é um bom exemplo, para que os que não tem para onde ir, tenham um apoio até realmente se estruturarem e conseguir um trabalho.
É, também, obrigação dos abrigos ir atrás de parcerias para cursos profissionalizantes, trabalhos, primeiro emprego para esses jovens. A sociedade também é responsável por criar mecanismos para que esses jovens consigam exercer sua cidadania, para não cair depois no mundo da marginalidade.
Por Viviana Braga (vivianabraga@hotmail.com)
sexta-feira, 2 de julho de 2010
* GEAD-JP incentiva adoção de crianças em abrigos
Luana Câmara
Série 20 anos do ECA
O Salmo 82:3 diz: deve-se fazer justiça ao órfão, procedendo retamente com o aflito e desamparado. No entanto, ainda é grande o número de crianças e adolescentes que aguardam, em abrigos, a oportunidade de ter uma família, de ter alguém que os proteja. Em João Pessoa, cerca de 300 vivem em 12 instituições, enquanto 62 casais que desejam ter um filho, estão em uma fila de espera para adotar um deles. Este cenário contraditório gera expectativa para os dois lados, mas, a existência de um padrão de criança perfeita para estes candidatos atrapalha esse processo.
Segundo a vice-presidente do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa (GEAD-JP), Lenilde Cordeiro, o órgão incentiva os futuros pais a não se aterem a padrões pré-definidos na hora da adoção. “Orientamos os que desejam adotar que não procurem um filho pela sua idade, cor ou sexo, mas que visitem abrigos e conheçam crianças que estejam disponíveis para adoção, pois passada a fase de adaptação, esse filho será tão ou mais amado quanto um filho da barriga”, disse.
Segundo a psicóloga Maria da Luz Carvalho, os pais-candidatos procuram resolver questões pessoais e acabam rejeitando as crianças maiores de dois anos, do sexo masculino e negros ou pardos. Na tentativa de manter um padrão familiar “perfeito”, acabam esquecendo-se do real intuito da adoção. “A rejeição sentida pelas crianças presentes em abrigo é relativa de cada uma. Ela cria uma expectativa de ter uma proteção, uma família. E a cada saída de um amiguinho, esse sentimento de rejeição é reforçado. Sendo ideal para quem cuida desse ambiente se esforçar para fazer um ambiente mais caloroso possível”, explicou.
Dificuldades do início superadas com amor
Lenilde Cordeiro, mãe de Leonardo, hoje com 11 anos, descreveu a sua decisão pela adoção como uma maneira possível de realizar o sonho de ser mãe. “Depois que eu e meu marido confirmamos que não poderíamos ter um filho biológico e que teríamos que nos submeter ao tratamento com bebês de proveta – o que levaria tempo, dinheiro e ingestão de hormônios – decidimos pela adoção”, falou.
Ela disse que as visitas a abrigos passaram a ser frequentes até que se encantou a primeira vista por um belo sorriso de um menino de dois anos de idade. “Entramos na instituição e conhecemos o setor de crianças até dois anos de idade, o sorriso e a carinha dele de sapeca nós chamou atenção. Não sabemos dizer o porquê de escolhermos ele, mas depois de descobrir que há um ano ele não recebia visita dos parentes, ele não saiu de nossos pensamentos. Fomos à Vara da Infância e Adolescência e começamos os tramites de adoção. Após três meses ele já estava conosco”.
Lenilde relembra emocionada das dúvidas e dificuldades de adaptação de Leonardo a sua casa. “A gente tinha muitas dúvidas quanto à alimentação, ele foi muito arredio no começo, se revoltava quando escutava um “não”, trocamos até de escola devido às frequentes reclamações para uma briquedoteca. Aos poucos fomos entendendo essa fase de adaptação, até ficarmos em paz”, disse.
Ajuda e aconselhamentos para os pais adotivos
As reuniões que acontecem na sala de treinamento do Anexo do Tribunal de Justiça, 4º andar, Centro, João Pessoa-PB, toda 1ª terça-feira de cada mês, às 19h contam com diálogos entre pais, psicólogos voluntários e pretendentes a adoção. “As reuniões, não funcionam como terapia, mas como troca de conselhos na quebra de mitos e experiências do cotidiano”, afirmou.
Série 20 anos do ECA
O Salmo 82:3 diz: deve-se fazer justiça ao órfão, procedendo retamente com o aflito e desamparado. No entanto, ainda é grande o número de crianças e adolescentes que aguardam, em abrigos, a oportunidade de ter uma família, de ter alguém que os proteja. Em João Pessoa, cerca de 300 vivem em 12 instituições, enquanto 62 casais que desejam ter um filho, estão em uma fila de espera para adotar um deles. Este cenário contraditório gera expectativa para os dois lados, mas, a existência de um padrão de criança perfeita para estes candidatos atrapalha esse processo.
Segundo a vice-presidente do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa (GEAD-JP), Lenilde Cordeiro, o órgão incentiva os futuros pais a não se aterem a padrões pré-definidos na hora da adoção. “Orientamos os que desejam adotar que não procurem um filho pela sua idade, cor ou sexo, mas que visitem abrigos e conheçam crianças que estejam disponíveis para adoção, pois passada a fase de adaptação, esse filho será tão ou mais amado quanto um filho da barriga”, disse.
Segundo a psicóloga Maria da Luz Carvalho, os pais-candidatos procuram resolver questões pessoais e acabam rejeitando as crianças maiores de dois anos, do sexo masculino e negros ou pardos. Na tentativa de manter um padrão familiar “perfeito”, acabam esquecendo-se do real intuito da adoção. “A rejeição sentida pelas crianças presentes em abrigo é relativa de cada uma. Ela cria uma expectativa de ter uma proteção, uma família. E a cada saída de um amiguinho, esse sentimento de rejeição é reforçado. Sendo ideal para quem cuida desse ambiente se esforçar para fazer um ambiente mais caloroso possível”, explicou.
Dificuldades do início superadas com amor
Lenilde Cordeiro, mãe de Leonardo, hoje com 11 anos, descreveu a sua decisão pela adoção como uma maneira possível de realizar o sonho de ser mãe. “Depois que eu e meu marido confirmamos que não poderíamos ter um filho biológico e que teríamos que nos submeter ao tratamento com bebês de proveta – o que levaria tempo, dinheiro e ingestão de hormônios – decidimos pela adoção”, falou.
Ela disse que as visitas a abrigos passaram a ser frequentes até que se encantou a primeira vista por um belo sorriso de um menino de dois anos de idade. “Entramos na instituição e conhecemos o setor de crianças até dois anos de idade, o sorriso e a carinha dele de sapeca nós chamou atenção. Não sabemos dizer o porquê de escolhermos ele, mas depois de descobrir que há um ano ele não recebia visita dos parentes, ele não saiu de nossos pensamentos. Fomos à Vara da Infância e Adolescência e começamos os tramites de adoção. Após três meses ele já estava conosco”.
Lenilde relembra emocionada das dúvidas e dificuldades de adaptação de Leonardo a sua casa. “A gente tinha muitas dúvidas quanto à alimentação, ele foi muito arredio no começo, se revoltava quando escutava um “não”, trocamos até de escola devido às frequentes reclamações para uma briquedoteca. Aos poucos fomos entendendo essa fase de adaptação, até ficarmos em paz”, disse.
Ajuda e aconselhamentos para os pais adotivos
As reuniões que acontecem na sala de treinamento do Anexo do Tribunal de Justiça, 4º andar, Centro, João Pessoa-PB, toda 1ª terça-feira de cada mês, às 19h contam com diálogos entre pais, psicólogos voluntários e pretendentes a adoção. “As reuniões, não funcionam como terapia, mas como troca de conselhos na quebra de mitos e experiências do cotidiano”, afirmou.
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