"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."
* Mostrar a realidade
A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
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quarta-feira, 21 de março de 2012
A Adoção de Crianças com Necessidades Especiais
"Muitos casais vêm a nós buscando mais informações a respeito da adoção, uma vez que não tiveram todas as suas dúvidas esclarecidas, por ocasião de seu cadastro no judiciário.
Ao falarem da criança pretendida, mesmo que estejam abertos para adoções tardias, demonstram, via de regra, um desconhecimento da realidade.
Por essa razão creio ser necessário reafirmar que as crianças abandonadas nas instituições ali estão porque sofreram privações, não foram atendidas em suas necessidades básicas, sofreram maus tratos, tiveram doenças infantis que não foram diagnosticadas em tempo hábil... Por isso, quase todas são crianças que têm características particulares.
No folheto "Transtornos mentais da Infância e da Adolescência", que aborda um trecho de autoria de Sylvia B. Nabinger, há uma abordagem muito realista e honesta: "Muitas das crianças abandonadas em instituições governamentais para a adoção têm problemas de saúde, malformações congênitas (lábio leporino, problemas ortopédicos, cardiopatias, seqüelas sifilíticas, genitália confusa etc.), retardos psicomotores, seqüelas de maus tratos (queimaduras, cicatrizes), problemas psicoafetivos (apatia, agressividade, hiperatividade, marasmo etc.), problemas psíquicos diversos (relacionados a má nutrição, infecções hospitalares etc.), cegueira e vírus HIV."
Diante dessa realidade os futuros pais adotantes precisam se conscientizar de que a maioria das crianças disponíveis tem "defeitos", mas necessitam de uma chance para reverter seu quadro, para ser curadas, para ser tratadas e voltar a viver dignamente. Tenho constatado que isso é possível. Num levantamento que fiz das crianças encaminhadas para a adoção através de Monte Refúgio nos últimos quatro anos, constatei o seguinte: foram adotadas onze crianças com necessidades especiais (crianças com subnutrição grave, com possibilidades de comprometimento neurológico, criança com Síndrome de Down, crianças com sérios distúrbios de aprendizagem por bloqueio emocional, criança com distúrbios da fala, crianças com saúde delicada, necessitando de intervenção médica e cirúrgica, criança com síndrome rara, necessitando de multi-terapias e criança soropositiva abrigada em outra instituição, mas adotada por casal indicado por nós) e todas tiveram parte de seu atendimento no tempo em que estiveram abrigadas e depois, após a adoção.
Em todos esses casos, as famílias têm alegria em compartilhar conosco as curas e os progressos animadores de todas as crianças, provando, uma vez mais, que elas precisavam apenas de uma nova alternativa para redirecionar suas vidas.
Acontece, porém, que crianças com necessidades especiais são triplamente abandonadas: primeiro por suas famílias biológicas; depois pelo Estado, que não tem programas adequados para a reabilitação delas; e por fim por muitos dos futuros pais adotantes, que, por falta de informação, têm medo de adotá-las.
"O filho biológico você ama porque é seu. O filho adotivo é seu porque você ama."
(Luiz Schettini Filho)
"Adotar é acreditar que a história é mais forte que a hereditariedade, que o amor é mais forte que o destino."
(Lídia Weber)
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