Risco e o grau de violência física praticada contra crianças variam segundo o tipo e o nível de deficiência – comportamental, de desenvolvimento, física ou mental. A descoberta é de pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
Resultados mostram que os que sofrem maior risco de maus-tratos são aquelas com funcionamento médio ou deficiências leves.Estudos anteriores indicaram que crianças com deficiências comportamentais, de desenvolvimento, físicas e mentais são de 3% a 11% mais prováveis de serem lesadas por seus cuidadores – e também o abuso é susceptível a ser de mais longa duração – do que crianças sem deficiência. No entanto, pesquisas anteriores não examinaram como os tipos das vítimas e graus de deficiência funcional relacionam-se com o abuso.
“Descobrimos que muitas vezes as crianças com deficiência são agrupadas em uma categoria – ou têm uma deficiência ou não”, disse o pesquisador principal Jesse Helton. “Esta não é uma boa forma de se pensar porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a comunidade médica não consideram crianças com deficiência versus não-deficientes – eles consideram todos nós, como estando em algum lugar em um continuum de saúde. Se você tem uma criança com paralisia cerebral que não pode se mover ou falar muito bem, uma criança com autismo de alto funcionamento, e uma com Síndrome de Down de alto funcionamento, elas apresentam diferentes vulnerabilidades a maus-tratos.”
Helton e seus colegas obtiveram os dados da Pesquisa Nacional do Bem-Estar da Criança e do Adolescente, um estudo nacional que englobou 5.500 crianças de 3 a 10 anos em 36 estados. As famílias no estudo foram temas de investigação de abuso e negligência, entre outubro de 1999 e dezembro de 2000.
A partir destes dados, os pesquisadores selecionaram 1.678 crianças que vivem com seus pais biológicos, que tinham completado auto-relatos sobre a frequência e severidade de disciplina e de maus-tratos contra a criança usados durante o ano anterior. Os maus-tratos variaram de agressões menores, tais como sacudidas, beliscões ou golpes na criança a agressões graves, como bater na criança com o punho fechado, queimar intencionalmente, escaldá-los ou ameaçá-los com uma arma.
A amostra incluiu crianças que não tinham deficiência, bem como crianças com problemas comportamentais ou sociais, deficiências nas habilidades utilizadas na vida diária ou na aquisição da linguagem.
Os pesquisadores encontraram uma relação linear significativa entre problemas de comportamento e agressões leves e graves – quanto mais intensas e frequentes forem as explosões emocionais e físicas de uma criança, maior o risco dela ser agredida fisicamente por seu cuidador.
No entanto, as crianças com um funcionamento médio das habilidades utilizadas na vida diária estavam em maior risco de violência grave, assim como filhos mais velhos e crianças hispânicas e afro-americanas.
Da mesma forma, crianças com problemas de aquisição de linguagem que tinham funcionamento médio ou ligeiramente abaixo da média tiveram um risco maior de abusos menores, enquanto seus pares nas extremidades do espectro – aqueles com deficiência severa ou funcionamento superior – estavam entre os de menor risco.
” As razões para as correlações entre a funcionalidade e a agressão dos pais são desconhecidas, Helton disse. Talvez as expectativas dos pais fossem maiores para com crianças com habilidades de linguagem médias ou ligeiramente abaixo média, por exemplo, aumentando a probabilidade de que os pais fiquem frustrados e recorram a castigos corporais quando as crianças não cumprem as suas instruções.”
Da mesma forma, ele supões que crianças com habilidades verbais média ou ligeiramente abaixo da média podem ter sido capazes de responder ou desafiar os pais mais do que seus pares com limitações severas. E as crianças com habilidades verbais avançadas, que tinham menor risco de abuso, podem ter respondido mais aos métodos de disciplina verbal, terem sido mais capazes de se comunicarem de maneira que o risco de abuso foi reduzido ou terem se mostrado menos propensas a se comportar de maneiras que irritam ou frustram os pais.
Outra teoria é que alguns pais podem não ter conseguido compreender como a deficiência de seu filho o impede de realizar tarefas de forma consistente ou de se comportar bem, levando assim os pais a atacarem os filhos quando os seus métodos disciplinares iniciais falharam.
“Uma criança com autismo, dificuldades de aprendizagem ou distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade pode ter alguns dias muito bons, onde eles estão indo bem na escola e em casa e são capazes de se conectarem com seus pais”, disse Helton. “Eles também têm dias ruins, nos quais nada parece chegar até eles. E naqueles dias ruins, elas podem estar mais em risco de sofrer abuso físico. ”
Para os pesquisadores, compreender melhor as capacidades das crianças e que pode haver variações no dia-a-dia e em contextos específicos pode influenciar também se um pai interpreta o descumprimento como desobediência deliberada ou como uma função das limitações da criança.
“Em termos de diminuição das taxas de abuso de crianças, pode ser necessário focar em ensinar aos pais que as limitações de seus filhos não permitem que eles ajam de certa forma o tempo todo, assim as expectativas dos adultos precisam ser flexíveis”, observou Helton.
Fonte: Isaude.net
"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."
* Mostrar a realidade
A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
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