Todo ano, nessa época, a casa da aposentada Elaine Rosa, 47 anos, e do metalúrgico José Carlos dos Santos, 64, se transforma. Brinquedos, papéis de presente e fitas se misturam em um quarto da casa humilde na Boa Vista. São os preparativos do Papai Noel e da Mamãe Noel, que todo sábado antes do Natal distribuem presentes e alegria para as crianças dos bairros carentes de Rio Preto.
Uma promessa pela filha que ainda não tinha nascido. Foi assim que começou o trabalho voluntário do casal. “Eu engravidei com 41 anos e, não bastando a gravidez de risco pela idade, passei por exames como tomografia sem saber que estava esperando um bebê. O médico disse que minha filha provavelmente teria sequelas, então começamos a rezar”, conta Elaine.
Seguindo o espiritismo, os dois prometeram que se a filha nascesse com saúde perfeita, começariam um trabalho com crianças, e há 15 anos nunca deixaram de fazer a felicidade dos pequenos cujos pais não têm condições financeiras. No começo a iniciativa era tímida. Eles arrecadavam brinquedos com os vizinhos, consertavam o que vinha quebrado e distribuíam em bairros próximos ao antigo Cadeião. Aos poucos foram ampliando e hoje, além do Natal, organizam ações na Páscoa, Dia das Crianças e também trabalham com idosos.
Retribuição
Para Elaine, além do agradecimento pela boa saúde da filha caçula (eles também são pais de uma jovem de 32 anos), o trabalho com as crianças reflete sua infância difícil. “Meus pais se separaram quando eu tinha 4 anos e minha mãe me criou sozinha. Sempre passamos muita necessidade, então eu me vejo no lugar desses pequenos. Queria eu que alguém tivesse me dado um presente no Natal”, afirma a aposentada.
O Papai Noel, que durante o dia trabalha em uma metalúrgica, garante que não se cansa da dupla jornada. “A gente faz por amor, então não cansa. Ver a alegria no rostinho deles não tem preço, isso revigora a alma”, declara Santos. Eles raramente reencontram crianças que receberam os brinquedos, mas nunca se esquecem do momento que compartilharam. “Uma vez um menino estava passando com um triciclo e eu pedi para dar uma volta, vestido de Papai Noel.
Ele disse que não podia porque a bicicletinha não era dele. Abri o porta-malas do carro e tirei uma bicicleta. Ele nem acreditou quando viu, me perguntava se era dele mesmo, se eu não tomaria de volta. Foi emocionante”, conta Santos. Quem ajuda o casal uma vez, ajuda sempre. “Recebemos doações de Rio Preto, Mirassol, Monte Aprazível e outras cidades. Já estou tendo que recusar doações porque não temos onde colocar. A casa da minha mãe já está cheia de brinquedos”, afirma Elaine, que contabiliza pelo menos 500 presentes arrecadados.
Eles ainda recuperam presentes usados que chegam quebrados
Iniciativa inspira a filha
Razão do trabalho voluntário dos pais, a jovem Joselaine Aparecida dos Santos, 15 anos, também participa das ações realizadas pela Ong Estrela Guia, criada pelos pais. “Esse trabalho deles é muito importante. Me ajuda a crescer espiritualmente e materialmente. Às vezes, quando estou em um momento de dificuldade, me lembro das pessoas que ajudamos e vejo que tem muita gente com mais dificuldades do que eu”, conta. Responsável pelo registro das ações voluntárias, Joselaine grava DVDs com fotos e filmagens para os pais levarem a possíveis colaboradores. “A gente sempre quer mostrar que trabalha sério.”
Para economizar e facilitar o acesso de todos às informações sobre a Ong e o trabalho do casal, a adolescente teve a ideia de criar um blog - www.ongestrelaguia.blogspot.com.br. “Assim, quando eles vão pedir alguma doação, ajuda, ou quando quem doou quer saber para onde foi seu auxílio, é só acessar a página na internet. Tornou tudo mais barato e prático”, conta orgulhosa. Além da manutenção do blog, Joselaine conta que gosta de ajudar os pais no conserto e embalagem dos brinquedos. “Me identifico mais com a parte de manutenção dos brinquedos. Adoro consertar, montar, acho prazeroso.”
Joselaine ajuda os pais e criou blog para atrair colaboradores
Ação inclui visita a entidades
Além do trabalho de arrecadação de brinquedos, ovos de páscoa, kits de higiene e outras diversas ações que Elaine Rosa e José Carlos dos Santos realizam, o casal também doa seu tempo, atenção e companhia. Prova disso é que a família nunca passa domingos de Páscoa, dias de Natal ou outras datas comemorativas em casa, reunida. “A gente sempre procura uma entidade onde as pessoas precisem de atenção, como asilos, orfanatos e afins”, explica Elaine.
O trabalho voluntário começou por uma promessa pela saúde da filha Joselaine, que ainda não tinha nascido, mas a iniciativa de passar essas datas comemorativas com quem precisa de carinho foi de Elaine. “Eu sempre fui muito pobre e vivia sozinha com minha mãe. Quando era pequena, via as pessoas reunidas para o Natal e outras datas e achava muito bonito. Sempre quis ter isso, mas acabava sendo rejeitada porque não fazia parte das famílias”, conta a aposentada.
Para eles, esse trabalho tão próximo de crianças e idosos é prazeroso, mas pode ser também muito triste. “Principalmente com os idosos, temos que nos controlar, porque enquanto alguns riem de felicidade pela nossa presença, outros choram e isso corta o coração. É pesado, mas gratificante”, diz Santos.
"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."
* Mostrar a realidade
A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.
Pesquisar este blog
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Um recém-nascido foi encontrado no meio do lixo na manhã desta quarta-feira (30), em Santa Luzia
Um recém-nascido foi encontrado no meio do lixo na manhã desta quarta-feira (30), em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Militar, uma moradora da cidade que passava pelo local ouviu o choro e encontrou o bebê enrolado em um jaleco. No local, havia entulhos e móveis abandonados.
O Corpo de Bombeiros foi chamado pela moradora, e o bebê foi encaminhado ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova. De acordo com a assessoria da unidade de saúde, uma pediatra prestou os primeiros-socorros. Pela avaliação médica, o parto deve ter acontecido pouco antes de o bebê ser abandonado, pois ele ainda estava com o cordão umbilical.
De acordo com o hospital, o recém-nascido está em observação e passa bem; o bebê é um menino, com cerca de três quilos e 46 centímetros. O hospital acionou a Vara da Infância e Juventude para acompanhar o caso.
A "mãe" foi encontrada, ela mãe de mais tres filhos, diz precisar trabalhar para sustentar os outros, e escondeu a gravidez de todos, não sabe quem é o pai!!!! Bom, esta presa e pagara pelo crise(espero que mofe na cadeia).
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Licença maternidade de mãe adotante
Licença de mãe adotante depende da idade da criança
Este trabalho se propõe a analisar o período de licença maternidade da adotante, considerando a alteração que ocorreu na legislação trabalhista em 2009, pela Lei 12.010, que revogou o artigo 392-A da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que fixava os prazos de afastamento. Em seguida serão abordados pontos controvertidos e a possibilidade de prorrogação da licença, para as empregadas cujos empregadores participem do Programa Empresa Cidadã.
A controvérsia se manifesta pelo fato de que a revogação do referido artigo pode levar pesquisadores a concluírem que a licença maternidade da gestante e da mãe adotante, hoje, é de 120 dias, ou seja, o mesmo período - a despeito das regras previdenciárias -. O presente trabalho abordará, portanto, as regras vigentes para fixação do tempo de afastamento da mãe adotante.
Na análise à Constituição Federal, constata-se que dentre os direitos sociais elencados no artigo 6º da Constituição Federal de 1988, consta a proteção à maternidade, sendo prevista também no artigo 201, que trata da Previdência Social, no artigo 203, que trata da Assistência Social e o artigo 227, que trata da proteção à família e à criança. Com relação à licença maternidade, o artigo 7º, inciso XVIII da Constituição Federal prevê que “a licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias”.
A crítica que se faz a diferença de tratamento no tocante ao período de licença maternidade encontra fundamento no artigo 227 da Constituição, que dispõe em seu parágrafo 6° que “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. (original sem grifos)
Numa incursão histórica, é possível verificar que, a princípio, a mãe adotante sequer tinha direito à licença maternidade prevista em lei e para reivindicá-lo tinha que ajuizar ação judicial. Há decisões na Justiça do Trabalho no sentido de conceder a licença com base na Constituição Federal:
LICENÇA MATERNIDADE. ADOÇÃO. A partir da égide da Constituição Federal/1988, aplica-se à mãe adotiva o disposto no artigo 7º, inciso XVIII, da Constituição Federal, por força do seu artigo 227, caput e §6º, bem como a teor da Lei nº 10.421/2002, editada posteriormente e que veio a positivar na legislação infraconstitucional o direito da mãe adotante à licença maternidade. Precedente da SBDI-1 desta C. Corte. Recurso de revista conhecido e não provido.(TST. 6ª Turma. RR - 7060/1999-661-09-00. Ministro Relator Aloysio Corrêa da Veiga.Publicação: DEJT - 21/08/2009)
LICENÇA-MATERNIDADE. MÃE ADOTIVA. O direito da mãe adotiva à licença maternidade, antes da edição da Lei n.º 10.421/2002, tem fundamento no artigo 7º, XVIII, da Constituição da República, que assegura à empregada -licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias-, sendo equivocado excluir tal benefício das mães adotivas pelo fato de a norma referir-se à -gestante-, uma vez que o artigo 227, § 6º, do mesmo diploma equiparou os filhos adotados aos biológicos, o que é deveras razoável, a fim de evitar discriminação e proporcionar ao adotado os mesmos direitos do filho biológico, porquanto após o nascimento tanto um quanto o outro necessitam dos mesmos cuidados, atenção e afeto da mãe. O escopo de tal norma é a proteção da família, particularmente da mãe e do filho recém-nascido, permitindo uma maior aproximação e o contato constante entre a genitora e o recém-nascido. Precedentes desta Corte superior. Recurso de revista conhecido e provido.(...).( TST - RR - 4432300-91.2002.5.04.0900 , Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 30/06/2010, 1ª Turma, Data de Publicação: 06/08/2010)
Merece advertir que há decisões do TST (mesmo de 2010) reconhecendo a igualdade de direitos, quanto ao período de licença, entre a mãe biológica e mãe adotante, mas se reportando a situações pretéritas (processos antigos), anteriores a vigência da lei 10.421/2002. E, embora o TST tenha julgado os casos com base na Constituição Federal, o STF entendeu que não se estende à mãe adotante o direito à licença maternidade e, ainda, que tal direito não tem fundamento constitucional:
EMENTA: Não se estende à mãe adotiva o direito à licença, instituído em favor da empregada gestante pelo inciso XVIII do art. 7º, da Constituição Federal, ficando sujeito ao legislador ordinário o tratamento da matéria. Licença-Maternidade e Adoção (v. Informativo 191) RE 197.807-RS* RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
Portanto, inúmeros casos foram submetidos ao Poder Judiciário, até que em 15 de abril de 2002 foi publica a Lei 10.421 de 15 de abril de 2002, que inseriu o artigo 392-A na CLT, conferindo à mãe adotante o direito à licença da seguinte forma:
- No caso de adoção ou guarda judicial de criança até um ano de idade, o período de licença será de 120 dias.
- No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de um ano até quatro anos de idade, o período de licença será de 60 dias.
- No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de quatro anos até oito anos de idade, o período de licença será de 30 dias.
Posteriormente, em 2009, a Lei 12.010 revogou referido artigo, levando equivocadamente à conclusão de que a licença da mãe adotante seria a partir daí (tacitamente ou por analogia) de 120 dias. Posição da qual discordamos pelos motivos a seguir elencados.
A primeira razão pela qual não se pode afirmar que a licença da mãe adotante passou a ser de 120 dias é a legislação previdenciária em vigor. A despeito da revogação do artigo celetista, o artigo 71-A da Lei 8.213 de 1991 prevê que o salário maternidade da mãe adotante será devido na seguinte proporção: (a) no caso de adoção ou guarda judicial de criança até um ano de idade, o período de licença será de 120 dias; (b) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de um ano até quatro anos de idade, o período de licença será de 60 dias e (c) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de quatro anos até oito anos de idade, o período de licença será de 30 dias.
Ressalte-se que benefício previdenciário é o salário maternidade, não a licença. Desse modo, como se pode cogitar a empresa conceder o afastamento de 120 dias, se o INSS não pagará o benefício pelo referido prazo? Quem suportará (financeiramente) o tempo restante de afastamento? Portanto, reafirma-se: embora o dispositivo celetista que tratava do tempo de licença maternidade da adotante tenha sido revogado, a legislação previdenciária em vigor está inalterada e o afastamento ocorrerá conforme a idade da criança adotada.
A segunda razão é o fato de tramitar no Congresso Nacional o Projeto de Lei 367 de 2009 que dá nova redação ao artigo 71-A, conferindo às mães adotantes o mesmo período de licença da mãe biológica, 120 dias:
Dê-se ao art. 71-A da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, modificado pelo art. 1º do PLS nº 367, de 2009, a seguinte redação:
‘Art. 71-A. À segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido o salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
Este trabalho se propõe a analisar o período de licença maternidade da adotante, considerando a alteração que ocorreu na legislação trabalhista em 2009, pela Lei 12.010, que revogou o artigo 392-A da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que fixava os prazos de afastamento. Em seguida serão abordados pontos controvertidos e a possibilidade de prorrogação da licença, para as empregadas cujos empregadores participem do Programa Empresa Cidadã.
A controvérsia se manifesta pelo fato de que a revogação do referido artigo pode levar pesquisadores a concluírem que a licença maternidade da gestante e da mãe adotante, hoje, é de 120 dias, ou seja, o mesmo período - a despeito das regras previdenciárias -. O presente trabalho abordará, portanto, as regras vigentes para fixação do tempo de afastamento da mãe adotante.
Na análise à Constituição Federal, constata-se que dentre os direitos sociais elencados no artigo 6º da Constituição Federal de 1988, consta a proteção à maternidade, sendo prevista também no artigo 201, que trata da Previdência Social, no artigo 203, que trata da Assistência Social e o artigo 227, que trata da proteção à família e à criança. Com relação à licença maternidade, o artigo 7º, inciso XVIII da Constituição Federal prevê que “a licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias”.
A crítica que se faz a diferença de tratamento no tocante ao período de licença maternidade encontra fundamento no artigo 227 da Constituição, que dispõe em seu parágrafo 6° que “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. (original sem grifos)
Numa incursão histórica, é possível verificar que, a princípio, a mãe adotante sequer tinha direito à licença maternidade prevista em lei e para reivindicá-lo tinha que ajuizar ação judicial. Há decisões na Justiça do Trabalho no sentido de conceder a licença com base na Constituição Federal:
LICENÇA MATERNIDADE. ADOÇÃO. A partir da égide da Constituição Federal/1988, aplica-se à mãe adotiva o disposto no artigo 7º, inciso XVIII, da Constituição Federal, por força do seu artigo 227, caput e §6º, bem como a teor da Lei nº 10.421/2002, editada posteriormente e que veio a positivar na legislação infraconstitucional o direito da mãe adotante à licença maternidade. Precedente da SBDI-1 desta C. Corte. Recurso de revista conhecido e não provido.(TST. 6ª Turma. RR - 7060/1999-661-09-00. Ministro Relator Aloysio Corrêa da Veiga.Publicação: DEJT - 21/08/2009)
LICENÇA-MATERNIDADE. MÃE ADOTIVA. O direito da mãe adotiva à licença maternidade, antes da edição da Lei n.º 10.421/2002, tem fundamento no artigo 7º, XVIII, da Constituição da República, que assegura à empregada -licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias-, sendo equivocado excluir tal benefício das mães adotivas pelo fato de a norma referir-se à -gestante-, uma vez que o artigo 227, § 6º, do mesmo diploma equiparou os filhos adotados aos biológicos, o que é deveras razoável, a fim de evitar discriminação e proporcionar ao adotado os mesmos direitos do filho biológico, porquanto após o nascimento tanto um quanto o outro necessitam dos mesmos cuidados, atenção e afeto da mãe. O escopo de tal norma é a proteção da família, particularmente da mãe e do filho recém-nascido, permitindo uma maior aproximação e o contato constante entre a genitora e o recém-nascido. Precedentes desta Corte superior. Recurso de revista conhecido e provido.(...).( TST - RR - 4432300-91.2002.5.04.0900 , Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 30/06/2010, 1ª Turma, Data de Publicação: 06/08/2010)
Merece advertir que há decisões do TST (mesmo de 2010) reconhecendo a igualdade de direitos, quanto ao período de licença, entre a mãe biológica e mãe adotante, mas se reportando a situações pretéritas (processos antigos), anteriores a vigência da lei 10.421/2002. E, embora o TST tenha julgado os casos com base na Constituição Federal, o STF entendeu que não se estende à mãe adotante o direito à licença maternidade e, ainda, que tal direito não tem fundamento constitucional:
EMENTA: Não se estende à mãe adotiva o direito à licença, instituído em favor da empregada gestante pelo inciso XVIII do art. 7º, da Constituição Federal, ficando sujeito ao legislador ordinário o tratamento da matéria. Licença-Maternidade e Adoção (v. Informativo 191) RE 197.807-RS* RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
Portanto, inúmeros casos foram submetidos ao Poder Judiciário, até que em 15 de abril de 2002 foi publica a Lei 10.421 de 15 de abril de 2002, que inseriu o artigo 392-A na CLT, conferindo à mãe adotante o direito à licença da seguinte forma:
- No caso de adoção ou guarda judicial de criança até um ano de idade, o período de licença será de 120 dias.
- No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de um ano até quatro anos de idade, o período de licença será de 60 dias.
- No caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de quatro anos até oito anos de idade, o período de licença será de 30 dias.
Posteriormente, em 2009, a Lei 12.010 revogou referido artigo, levando equivocadamente à conclusão de que a licença da mãe adotante seria a partir daí (tacitamente ou por analogia) de 120 dias. Posição da qual discordamos pelos motivos a seguir elencados.
A primeira razão pela qual não se pode afirmar que a licença da mãe adotante passou a ser de 120 dias é a legislação previdenciária em vigor. A despeito da revogação do artigo celetista, o artigo 71-A da Lei 8.213 de 1991 prevê que o salário maternidade da mãe adotante será devido na seguinte proporção: (a) no caso de adoção ou guarda judicial de criança até um ano de idade, o período de licença será de 120 dias; (b) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de um ano até quatro anos de idade, o período de licença será de 60 dias e (c) no caso de adoção ou guarda judicial de criança a partir de quatro anos até oito anos de idade, o período de licença será de 30 dias.
Ressalte-se que benefício previdenciário é o salário maternidade, não a licença. Desse modo, como se pode cogitar a empresa conceder o afastamento de 120 dias, se o INSS não pagará o benefício pelo referido prazo? Quem suportará (financeiramente) o tempo restante de afastamento? Portanto, reafirma-se: embora o dispositivo celetista que tratava do tempo de licença maternidade da adotante tenha sido revogado, a legislação previdenciária em vigor está inalterada e o afastamento ocorrerá conforme a idade da criança adotada.
A segunda razão é o fato de tramitar no Congresso Nacional o Projeto de Lei 367 de 2009 que dá nova redação ao artigo 71-A, conferindo às mães adotantes o mesmo período de licença da mãe biológica, 120 dias:
Dê-se ao art. 71-A da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, modificado pelo art. 1º do PLS nº 367, de 2009, a seguinte redação:
‘Art. 71-A. À segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido o salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Casal é suspeito de matar criança em Ribeirão Pires
Mãe e padrasto são suspeitos de ter matado uma criança de 2 anos na madrugada de ontem, em Ribeirão Pires. Há indícios de que Nicolas Silva teria sido espancado pelo pintor Valdenei Aparecido de Azevedo, 41 anos, e pela dona de casa Alessandra Pereira da Silva, 22. Até o fechamento desta edição, o pedido de prisão temporária do casal não havia sido decretado pelo juiz.
O casal nega a autoria do crime, no entanto, os três estavam sozinhos em casa, comenta o delegado do 1º Distrito Policial de Ribeirão Pires, André Diogo Rodrigues. "Ainda estou aguardando resultado do laudo do IML para atestar a causa da morte, mas há marcas de agressão na barriga", diz. Informações de um perito do Instituto Médico-Legal de Santo André apontam espancamento como causa da morte.
Uma das principais testemunhas, o vendedor Francismar Nunes de Almeida, 30, primo de Valdenei, foi chamado por Alessandra para ver Nicolas por volta das 10h. "Logo que entrei na casa meu primo disse que ele (Nicolas) estava morto. Levantei o cobertor e constatei que o menino estava gelado e duro", conta.
Após acionar a polícia, Almeida acompanhou o corpo de Nicolas até o hospital. "Ele tinha marcas vermelhas no pescoço, nas costas e no abdome. Até a médica ficou horrorizada ao ver que o menino estava todo machucado", destaca.
O primo do padrasto revela ainda que a vítima só estava com o casal havia cerca de sete meses, pois antes morava com a avó materna na cidade de Promissão, no Interior do Estado. "Eles iriam viajar amanhã (hoje) para a casa do meu tio em Promissão, mas não deu tempo."
REVOLTA - Revoltados com o caso, familiares de Valdenei permaneceram o dia todo na porta da delegacia na tentativa de agredir os suspeitos. Para que o casal fosse retirado da viatura em direção ao distrito foi necessário reforço policial. Inclusive, a filha do padrasto de Nicolas, Paola, engrossava o coro daqueles que pediam por justiça e paravam o trânsito no Centro de Ribeirão Pires. "É vergonhoso, mas é meu pai. Além de ser revoltante, é muito triste", lamenta.
Família afirma ter denunciado maus-tratos
Preocupados com as constantes agressões do casal contra a vítima, a família de Valdenei Aparecido de Azevedo disse ter denunciado o caso ao Conselho Tutelar de Ribeirão Pires há cerca de um mês.
"O Conselho Tutelar foi omisso", denuncia a prima do suposto assassino, Susana de Almeida, que informou o órgão sobre os maus-tratos sofridos por Nicolas. Segundo ela, a família recebeu a visita de conselheiras tutelares, foi encaminhada para conversa, mas o garoto continuou com a mãe.
O casal vive junto há cerca de um ano - quando se mudaram de Promissão, no Interior do Estado, para Ribeirão Pires - e é usuário de drogas, de acordo com os familiares. "Ela (Alessandra) vendia tudo para comprar crack. Dava vontade de pegar a criança à força", destaca.
A manicure Raquel de Oliveira, 40, revela já ter pedido para que Alessandra doasse o garoto a alguém da família. "A gente sempre ajudava, doando comida, e cheguei a pedir o menino para cuidar, mas ela (mãe) dizia que nunca iam tirar o filho dela", conta.
O casal nega a autoria do crime, no entanto, os três estavam sozinhos em casa, comenta o delegado do 1º Distrito Policial de Ribeirão Pires, André Diogo Rodrigues. "Ainda estou aguardando resultado do laudo do IML para atestar a causa da morte, mas há marcas de agressão na barriga", diz. Informações de um perito do Instituto Médico-Legal de Santo André apontam espancamento como causa da morte.
Uma das principais testemunhas, o vendedor Francismar Nunes de Almeida, 30, primo de Valdenei, foi chamado por Alessandra para ver Nicolas por volta das 10h. "Logo que entrei na casa meu primo disse que ele (Nicolas) estava morto. Levantei o cobertor e constatei que o menino estava gelado e duro", conta.
Após acionar a polícia, Almeida acompanhou o corpo de Nicolas até o hospital. "Ele tinha marcas vermelhas no pescoço, nas costas e no abdome. Até a médica ficou horrorizada ao ver que o menino estava todo machucado", destaca.
O primo do padrasto revela ainda que a vítima só estava com o casal havia cerca de sete meses, pois antes morava com a avó materna na cidade de Promissão, no Interior do Estado. "Eles iriam viajar amanhã (hoje) para a casa do meu tio em Promissão, mas não deu tempo."
REVOLTA - Revoltados com o caso, familiares de Valdenei permaneceram o dia todo na porta da delegacia na tentativa de agredir os suspeitos. Para que o casal fosse retirado da viatura em direção ao distrito foi necessário reforço policial. Inclusive, a filha do padrasto de Nicolas, Paola, engrossava o coro daqueles que pediam por justiça e paravam o trânsito no Centro de Ribeirão Pires. "É vergonhoso, mas é meu pai. Além de ser revoltante, é muito triste", lamenta.
Família afirma ter denunciado maus-tratos
Preocupados com as constantes agressões do casal contra a vítima, a família de Valdenei Aparecido de Azevedo disse ter denunciado o caso ao Conselho Tutelar de Ribeirão Pires há cerca de um mês.
"O Conselho Tutelar foi omisso", denuncia a prima do suposto assassino, Susana de Almeida, que informou o órgão sobre os maus-tratos sofridos por Nicolas. Segundo ela, a família recebeu a visita de conselheiras tutelares, foi encaminhada para conversa, mas o garoto continuou com a mãe.
O casal vive junto há cerca de um ano - quando se mudaram de Promissão, no Interior do Estado, para Ribeirão Pires - e é usuário de drogas, de acordo com os familiares. "Ela (Alessandra) vendia tudo para comprar crack. Dava vontade de pegar a criança à força", destaca.
A manicure Raquel de Oliveira, 40, revela já ter pedido para que Alessandra doasse o garoto a alguém da família. "A gente sempre ajudava, doando comida, e cheguei a pedir o menino para cuidar, mas ela (mãe) dizia que nunca iam tirar o filho dela", conta.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Vamos nos unir e salvar essas crianças!!!!
Amigos e pessoas interessadas em iniciar uma jornada em direção a felicidade de ver crianças órfãs encontrarem uma família.
Após ver o interesse de algumas pessoas, estou escrevendo novamente para indicar um endereço em que tenhamos um passo inicial para montar o plano de promover encontros entre os futuros pais e mães com as crianças que tem menos chances de adoção. Peço que nos enviem idéias, orientações, dados e/ou qualquer informação que julgarem importante e/ou interessante. Não conseguiremos fazer nada sozinhos, precisamos de ajuda.
Precisamos que os interessados entrem em contato por e-mail para irmos montando um cadastro e trocar idéias sobre como viabilizar o plano. A princípio tinha imaginado uma célula apenas, onde eu moro, mas após ler os comentários entendi que outros também têm a visão (mas como nós faltam-lhes os meios) de realizar um trabalho de engajar as pessoas pela causa dos órfãos.
Descobri que temos um cadastro nacional de veículos roubados mas será que temos um de crianças com condições plenas de adoção. Neste país, me parece, os carros são mais valiosos que nossas crianças.
Entrem em contato, espalhem a semente.
Eu preciso de ajuda, nós precismaos de ajuda, as crianças órfãos precisam de ajuda, os futuros pais e mães precisam de ajuda.
Escrevam para: "familiaparacrianca@bol.com.br"
Simaron Mancini
Após ver o interesse de algumas pessoas, estou escrevendo novamente para indicar um endereço em que tenhamos um passo inicial para montar o plano de promover encontros entre os futuros pais e mães com as crianças que tem menos chances de adoção. Peço que nos enviem idéias, orientações, dados e/ou qualquer informação que julgarem importante e/ou interessante. Não conseguiremos fazer nada sozinhos, precisamos de ajuda.
Precisamos que os interessados entrem em contato por e-mail para irmos montando um cadastro e trocar idéias sobre como viabilizar o plano. A princípio tinha imaginado uma célula apenas, onde eu moro, mas após ler os comentários entendi que outros também têm a visão (mas como nós faltam-lhes os meios) de realizar um trabalho de engajar as pessoas pela causa dos órfãos.
Descobri que temos um cadastro nacional de veículos roubados mas será que temos um de crianças com condições plenas de adoção. Neste país, me parece, os carros são mais valiosos que nossas crianças.
Entrem em contato, espalhem a semente.
Eu preciso de ajuda, nós precismaos de ajuda, as crianças órfãos precisam de ajuda, os futuros pais e mães precisam de ajuda.
Escrevam para: "familiaparacrianca@bol.com.br"
Simaron Mancini
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Livro aborda os desafios psíquicos de pais e filhos adotivos
Dedicado ao estudo da filiação por adoção e à análise das peculiaridades psíquicas envolvendo os dois principais elos desse processo – filhos adotivos e pais que adotam –, Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos, livro da psicóloga Maria Salete Abrão, lança mão da experiência clínica e da psicanálise como instrumentos de reflexão.
O livro – lançado pela Primavera Editorial, selo PSI – apresenta relatos comoventes de pessoas que viveram a experiência, seja como filhos adotivos ou como pais que adotam. A obra será lançada em 17 de novembro, a partir das 18h30, na Livraria da Vila – Shopping Higienópolis (Avenida Higienópolis, 618), em São Paulo.
Tão antiga quanto a história da humanidade, a adoção ainda representa um desafio aos que se dedicam a estudá-la, sobretudo pela sua ligação histórica com conceitos como infância e abandono. Ao analisar o tema com clareza, é essencial ressaltar que a filiação biológica não garante a formação dos vínculos estruturantes entre pais e filhos. A maternidade e a paternidade biológica podem ocorrer de modo fortuito, não intencional. Embora os filhos sejam gerados biologicamente, o ato não produz necessariamente pais e mães.
A biologia não garante a cultura. Nesse sentido, filhos biológicos também precisam ser adotados. Essa adoção pode ocorrer por pais biológicos ou por pais movidos por um desejo profundo de assumir esse papel. Em Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos, a psicóloga Maria Salete Abrão trata exatamente dessa questão. O livro tem por base duas pesquisas, de mestrado e doutorado, conduzidas no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a partir da clínica psicanalítica. A obra, lançada pela Primavera Editorial, selo PSI, contará com uma sessão de autógrafos em 17 de novembro, a partir das 18h30, na Livraria da Vila – Shopping Higienópolis (Avenida Higienópolis, 618), em São Paulo.
Dedicado ao estudo da filiação por adoção e à análise das peculiaridades psíquicas envolvendo os dois principais elos desse processo – filhos adotivos e pais que adotam –, a obra lança mão da experiência clínica da autora e da psicanálise como instrumentos de reflexão, apresentando relatos comoventes de pessoas que viveram a experiência, seja como filho ou pais adotivos. O texto demonstra como a ampliação dos conhecimentos sobre as peculiaridades afetivas e intersubjetivas dos processos de adoção pode abrir caminho para o planejamento e a execução de ações preventivas que visem a saúde mental e o desenvolvimento psíquico de pais e filhos adotivos.
A autora apresenta quatro histórias clínicas, sendo duas narradas pela perspectiva do filho adotivo e duas desenvolvidas a partir do olhar dos pais adotivos. As histórias ilustram bem os desafios e particularidades do processo; mostram, ainda, como os narradores encontram recursos no trabalho terapêutico para tentar superar esses desafios. No livro, Maria Salete faz uma breve retrospectiva do estatuto da adoção e das circunstâncias envolvendo infância e abandono ao longo da história – um preâmbulo que auxilia o leitor a compreender de forma mais ampla e profunda as reflexões relativas aos quatro casos analisados. Para o entendimento dos casos clínicos, a escritora tem na psicanálise a principal referência teórica. Autores como Sigmund Freud, Donald Winnicott, Silvia Bleichmar e Eva Giberti formam a base das reflexões.
No prefácio, o jornalista Helvio Falleiros afirma que a obra pode conquistar a atenção de um universo amplo de pessoas que inclui – além de pais e filhos adotivos –, todos aqueles que se deixam sensibilizar pelas questões envolvendo maternidade e paternidade, biológica ou adotiva. (…) “Ao voltar sua investigação para algumas das principais questões psíquicas envolvendo filhos, mães e pais que viveram a experiência da adoção, a autora lança luz sobre temas essenciais, como o da chamada “revelação”. Para o público não especializado, que inclui, naturalmente, a ampla maioria dos que vivem a experiência de adoção, a revelação à criança da sua condição de adotivo é um momento cercado sempre de muita tensão e expectativa.”
Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos mostra que a história da adoção traz sempre fraturas, interrupções e rupturas. A autora defende que para legitimar essa filiação, os pais não podem ficar presos ao factual. (…) “Não se corrige a fratura, a ruptura produzida pela transferência de cuidados da mãe biológica para outra mãe. É preciso integrá-la, considerá-la, absorvê-la e, sobretudo, falar sobre ela. ”É necessário aprender que pais adotivos não são iguais aos pais biológicos – não são melhores nem piores; são diferentes. A obra alerta que para a adoção transcorrer bem é imprescindível poder lidar com a diferença. (…) “Em uma sociedade marcada pela estética da igualdade e da semelhança, os pais adotivos precisam escapar dessa igualdade. O filho adotivo deve ser reconhecido como o outro que é originado geneticamente por outros.”
Elo rompido
Um dos desafios da adoção diz respeito aos valores culturais associados à maternidade e à paternidade – questões que habitam o imaginário popular e que pregam que a mãe que gera deve ser a mesma que cria. Na adoção, esse elo indissolúvel é rompido e, nesse contexto, o vínculo simbólico entre pais e filhos adotivos precisa incorporar esse difícil elemento de superação. Por meio de um trabalho de elaboração psíquica, pais e filhos precisam integrar essa experiência vivida e as suas peculiaridades.
A trajetória de quem viveu a experiência de adoção apresenta, em geral, um espaço repleto de lacunas. Os pais traduzem a adoção para os filhos a partir de histórias individuais, pelo prisma da herança cultural. O imaginário individual é composto por conceitos construídos e transmitidos em sociedade, ou seja, conceitos que compõem a história ancestral. “A principal tarefa de pais e filhos adotivos é a criação de uma narrativa coerente. O esforço de historiar sem ter à mão evidências factuais e achados arqueológicos compõe esse desafio. O elo perdido é um elo construído. Quando a história de adoção é construída por pais e filhos como uma narrativa com elos de continuidade, cria-se uma versão possível para o sujeito – o que torna uma história humana como qualquer outra”, ressalta a autora, que cita Clarice Lispector, em A Descoberta do Mundo, página 118.
(…) Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu. E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso eu não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir completamente o outro estarei salva e pensarei eis meu porto de chegada.
Infância, abandono e adoção
No capítulo Infância, abandono e adoção, a autora traça um rico panorama do processo de adoção ao longo da história. A noção contemporânea de “abandono” é uma construção de três séculos. O conceito que se tem hoje de abandono está intimamente ligado aos padrões éticos e morais desenvolvidos especialmente a partir do Iluminismo. Os valores que hoje prevalecem socialmente sobre a infância não são os mesmos do início da civilização Ocidental. A exposição de crianças e mesmo o infanticídio eram práticas comuns na Antiguidade. O infanticídio, o aborto e o enjeitamento eram práticas usuais e legais. Há na história várias evidências de que tais práticas ocorreram em praticamente todas as grandes civilizações.
Em 1203 surgiu, em Roma, a primeira “roda” destinada a receber os bebês deixados pelos pais. O dispositivo permitia que o bebê fosse entregue sem que ninguém visse quem o havia deixado. “A partir do fim da Idade Média, a adoção de crianças foi objeto de progressiva aceitação e reintrodução na legislação. O desenvolvimento e a transformação dos valores sociais em relação à infância trazem reflexos para o instituto legal da adoção. As limitações foram evidentes durante muito tempo. A adoção volta a fazer parte da legislação na Idade Moderna. Mas nesse período era instituído que o adotivo não poderia ser considerado membro da família do adotante. Isso só mudou definitivamente no século passado”, detalha Maria Salete Abrão.
No Brasil, a escravatura e a miscigenação contribuíram para que a história da infância tivesse peculiaridades mais “trágicas”. Sociedade de senhores e de escravos, a violência no país fazia parte das instituições sociais. Era mesmo um instrumento de sua preservação e reprodução. Entre as muitas vítimas dessa violência estavam as crianças, especialmente as filhas de pais brancos e de mães negras. Muitas dessas crianças compuseram boa parte das que eram encaminhadas às Rodas de Enjeitados, cuja existência se manteve no Brasil até 1951 – um século depois de terem sido abandonadas na Europa.
AUTORA
Maria Salete Abrão
Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Maria Salete Abrão possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). A autora é professora do Departamento de Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, instituição em que se formou psicanalista. Maria Salete integra o Grupo Acesso – Estudo, Pesquisa e Intervenção em Adoção, também ligado ao Sedes. O contato da autora com a experiência da adoção deu-se ainda durante a adolescência, graças à convivência com uma amiga que era filha adotiva. A ligação com o tema se aprofundou, mais tarde, nas clínicas de saúde escolar da Prefeitura de São Paulo e na experiência clínica, em consultório particular. Em mais de 30 anos de atividade profissional, passou a conhecer de perto questões de quem vive a adoção, seja como filho, seja como pai ou mãe que adota. É esta experiência, iluminada por muitos anos de estudo e reflexão, que chega agora ao leitor brasileiro.
TRECHOS DO LIVRO
Página 25
(…) “Em seus primeiros 15 dias de vida, Clara tem uma experiência inicial da qual seus pais adotivos pouco sabem. Ela não tem referências de tradução dessa história, que está registrada, mas encontra entraves para ser retranscrita. Essa vivência não traduzida refere-se a fatos vividos com outros que cuidaram dela antes dos pais adotivos. Há uma ruptura na continuidade desse processo e há também uma dificuldade em criar uma tradução capaz de interligar esse momento inicial à história atual vivida com os pais adotivos. Torna-se impossível resgatar a própria história, o que torna traumática essa quebra de continuidade.”
Página 42
(…) “Todas essas ambiguidades – de querer e não querer a mãe por perto, de achar a mãe boa e não querer magoá-la, de desvalorizá-la e não perdoá-la – fazem Amanda sentir-se muito culpada. Há um movimento pendular de identificação e de afastamento em relação à mãe biológica. Em seu processo de análise ela se deu conta de que as vivências sucessivas de abandono foram ampliando a dicotomia entre amor e ódio intenso pelas figuras parentais. O ódio produzia muita culpa. Para evitar o contato com o mesmo, produziam-se os sintomas obsessivos compulsivos.
Página 51
(…) “Essa filha tem uma vida cheia de batalhas como ocorre nas narrativas dos mitos de heróis. O que identifica a menina é que ela briga, briga, briga o tempo inteiro – mas não por um ideal. Ela tenta, literalmente na “pancada”, encontrar algo que dê contorno a esse desconhecido assustador que habita nela mesma. Nessa saga, a garota encontra pessoas assustadas olhando para a sua fúria. Não encontra paz. Encontra cada vez mais desamparo e medo. Fantasia que tudo aquilo que habita dentro dela e que a define e a identifica deve ser tão terrível que só pode despertar pavor. Assustada, esperneia mais e mais, e assusta-se mais e mais.”
Página 66 e 67
(…) “A família na Antiguidade estava sob a autoridade do pai, que tinha o direito de vida e morte sobre os filhos. Filho e escravo eram propriedades dos pais e nada do que se fizesse com aquilo que é de sua propriedade era injusto. A história da adoção começa nesse mesmo período, mas se fundamentava em conceitos diferentes dos atuais. Estava diretamente ligada à transmissão de patrimônio e de títulos. A primeira regulamentação conhecida sobre a adoção está no código babilônico de Hamurabi e data do segundo milênio A.C. O texto do código versa sobre a impossibilidade de um filho adotivo ser reclamado por quem o deixou. Essa regulamentação persiste como referência até a Idade Média, quando ocorre uma involução legal e social. A adoção desaparece das legislações, especialmente por iniciativa da Igreja Católica. O direito canônico deixou de incorporar o instituto da adoção por considerá-lo uma porta aberta ao reconhecimento de filhos originários de relações adúlteras ou incestuosas. A adoção como prática regular
entrada foi então totalmente eliminada do mundo Ocidental.”
O livro – lançado pela Primavera Editorial, selo PSI – apresenta relatos comoventes de pessoas que viveram a experiência, seja como filhos adotivos ou como pais que adotam. A obra será lançada em 17 de novembro, a partir das 18h30, na Livraria da Vila – Shopping Higienópolis (Avenida Higienópolis, 618), em São Paulo.
Tão antiga quanto a história da humanidade, a adoção ainda representa um desafio aos que se dedicam a estudá-la, sobretudo pela sua ligação histórica com conceitos como infância e abandono. Ao analisar o tema com clareza, é essencial ressaltar que a filiação biológica não garante a formação dos vínculos estruturantes entre pais e filhos. A maternidade e a paternidade biológica podem ocorrer de modo fortuito, não intencional. Embora os filhos sejam gerados biologicamente, o ato não produz necessariamente pais e mães.
A biologia não garante a cultura. Nesse sentido, filhos biológicos também precisam ser adotados. Essa adoção pode ocorrer por pais biológicos ou por pais movidos por um desejo profundo de assumir esse papel. Em Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos, a psicóloga Maria Salete Abrão trata exatamente dessa questão. O livro tem por base duas pesquisas, de mestrado e doutorado, conduzidas no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a partir da clínica psicanalítica. A obra, lançada pela Primavera Editorial, selo PSI, contará com uma sessão de autógrafos em 17 de novembro, a partir das 18h30, na Livraria da Vila – Shopping Higienópolis (Avenida Higienópolis, 618), em São Paulo.
Dedicado ao estudo da filiação por adoção e à análise das peculiaridades psíquicas envolvendo os dois principais elos desse processo – filhos adotivos e pais que adotam –, a obra lança mão da experiência clínica da autora e da psicanálise como instrumentos de reflexão, apresentando relatos comoventes de pessoas que viveram a experiência, seja como filho ou pais adotivos. O texto demonstra como a ampliação dos conhecimentos sobre as peculiaridades afetivas e intersubjetivas dos processos de adoção pode abrir caminho para o planejamento e a execução de ações preventivas que visem a saúde mental e o desenvolvimento psíquico de pais e filhos adotivos.
A autora apresenta quatro histórias clínicas, sendo duas narradas pela perspectiva do filho adotivo e duas desenvolvidas a partir do olhar dos pais adotivos. As histórias ilustram bem os desafios e particularidades do processo; mostram, ainda, como os narradores encontram recursos no trabalho terapêutico para tentar superar esses desafios. No livro, Maria Salete faz uma breve retrospectiva do estatuto da adoção e das circunstâncias envolvendo infância e abandono ao longo da história – um preâmbulo que auxilia o leitor a compreender de forma mais ampla e profunda as reflexões relativas aos quatro casos analisados. Para o entendimento dos casos clínicos, a escritora tem na psicanálise a principal referência teórica. Autores como Sigmund Freud, Donald Winnicott, Silvia Bleichmar e Eva Giberti formam a base das reflexões.
No prefácio, o jornalista Helvio Falleiros afirma que a obra pode conquistar a atenção de um universo amplo de pessoas que inclui – além de pais e filhos adotivos –, todos aqueles que se deixam sensibilizar pelas questões envolvendo maternidade e paternidade, biológica ou adotiva. (…) “Ao voltar sua investigação para algumas das principais questões psíquicas envolvendo filhos, mães e pais que viveram a experiência da adoção, a autora lança luz sobre temas essenciais, como o da chamada “revelação”. Para o público não especializado, que inclui, naturalmente, a ampla maioria dos que vivem a experiência de adoção, a revelação à criança da sua condição de adotivo é um momento cercado sempre de muita tensão e expectativa.”
Construindo vínculo entre pais e filhos adotivos mostra que a história da adoção traz sempre fraturas, interrupções e rupturas. A autora defende que para legitimar essa filiação, os pais não podem ficar presos ao factual. (…) “Não se corrige a fratura, a ruptura produzida pela transferência de cuidados da mãe biológica para outra mãe. É preciso integrá-la, considerá-la, absorvê-la e, sobretudo, falar sobre ela. ”É necessário aprender que pais adotivos não são iguais aos pais biológicos – não são melhores nem piores; são diferentes. A obra alerta que para a adoção transcorrer bem é imprescindível poder lidar com a diferença. (…) “Em uma sociedade marcada pela estética da igualdade e da semelhança, os pais adotivos precisam escapar dessa igualdade. O filho adotivo deve ser reconhecido como o outro que é originado geneticamente por outros.”
Elo rompido
Um dos desafios da adoção diz respeito aos valores culturais associados à maternidade e à paternidade – questões que habitam o imaginário popular e que pregam que a mãe que gera deve ser a mesma que cria. Na adoção, esse elo indissolúvel é rompido e, nesse contexto, o vínculo simbólico entre pais e filhos adotivos precisa incorporar esse difícil elemento de superação. Por meio de um trabalho de elaboração psíquica, pais e filhos precisam integrar essa experiência vivida e as suas peculiaridades.
A trajetória de quem viveu a experiência de adoção apresenta, em geral, um espaço repleto de lacunas. Os pais traduzem a adoção para os filhos a partir de histórias individuais, pelo prisma da herança cultural. O imaginário individual é composto por conceitos construídos e transmitidos em sociedade, ou seja, conceitos que compõem a história ancestral. “A principal tarefa de pais e filhos adotivos é a criação de uma narrativa coerente. O esforço de historiar sem ter à mão evidências factuais e achados arqueológicos compõe esse desafio. O elo perdido é um elo construído. Quando a história de adoção é construída por pais e filhos como uma narrativa com elos de continuidade, cria-se uma versão possível para o sujeito – o que torna uma história humana como qualquer outra”, ressalta a autora, que cita Clarice Lispector, em A Descoberta do Mundo, página 118.
(…) Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu. E como hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho já que não ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido O Caminho, com letra maiúscula, hoje me agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso eu não encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder sentir completamente o outro estarei salva e pensarei eis meu porto de chegada.
Infância, abandono e adoção
No capítulo Infância, abandono e adoção, a autora traça um rico panorama do processo de adoção ao longo da história. A noção contemporânea de “abandono” é uma construção de três séculos. O conceito que se tem hoje de abandono está intimamente ligado aos padrões éticos e morais desenvolvidos especialmente a partir do Iluminismo. Os valores que hoje prevalecem socialmente sobre a infância não são os mesmos do início da civilização Ocidental. A exposição de crianças e mesmo o infanticídio eram práticas comuns na Antiguidade. O infanticídio, o aborto e o enjeitamento eram práticas usuais e legais. Há na história várias evidências de que tais práticas ocorreram em praticamente todas as grandes civilizações.
Em 1203 surgiu, em Roma, a primeira “roda” destinada a receber os bebês deixados pelos pais. O dispositivo permitia que o bebê fosse entregue sem que ninguém visse quem o havia deixado. “A partir do fim da Idade Média, a adoção de crianças foi objeto de progressiva aceitação e reintrodução na legislação. O desenvolvimento e a transformação dos valores sociais em relação à infância trazem reflexos para o instituto legal da adoção. As limitações foram evidentes durante muito tempo. A adoção volta a fazer parte da legislação na Idade Moderna. Mas nesse período era instituído que o adotivo não poderia ser considerado membro da família do adotante. Isso só mudou definitivamente no século passado”, detalha Maria Salete Abrão.
No Brasil, a escravatura e a miscigenação contribuíram para que a história da infância tivesse peculiaridades mais “trágicas”. Sociedade de senhores e de escravos, a violência no país fazia parte das instituições sociais. Era mesmo um instrumento de sua preservação e reprodução. Entre as muitas vítimas dessa violência estavam as crianças, especialmente as filhas de pais brancos e de mães negras. Muitas dessas crianças compuseram boa parte das que eram encaminhadas às Rodas de Enjeitados, cuja existência se manteve no Brasil até 1951 – um século depois de terem sido abandonadas na Europa.
AUTORA
Maria Salete Abrão
Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Maria Salete Abrão possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). A autora é professora do Departamento de Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, instituição em que se formou psicanalista. Maria Salete integra o Grupo Acesso – Estudo, Pesquisa e Intervenção em Adoção, também ligado ao Sedes. O contato da autora com a experiência da adoção deu-se ainda durante a adolescência, graças à convivência com uma amiga que era filha adotiva. A ligação com o tema se aprofundou, mais tarde, nas clínicas de saúde escolar da Prefeitura de São Paulo e na experiência clínica, em consultório particular. Em mais de 30 anos de atividade profissional, passou a conhecer de perto questões de quem vive a adoção, seja como filho, seja como pai ou mãe que adota. É esta experiência, iluminada por muitos anos de estudo e reflexão, que chega agora ao leitor brasileiro.
TRECHOS DO LIVRO
Página 25
(…) “Em seus primeiros 15 dias de vida, Clara tem uma experiência inicial da qual seus pais adotivos pouco sabem. Ela não tem referências de tradução dessa história, que está registrada, mas encontra entraves para ser retranscrita. Essa vivência não traduzida refere-se a fatos vividos com outros que cuidaram dela antes dos pais adotivos. Há uma ruptura na continuidade desse processo e há também uma dificuldade em criar uma tradução capaz de interligar esse momento inicial à história atual vivida com os pais adotivos. Torna-se impossível resgatar a própria história, o que torna traumática essa quebra de continuidade.”
Página 42
(…) “Todas essas ambiguidades – de querer e não querer a mãe por perto, de achar a mãe boa e não querer magoá-la, de desvalorizá-la e não perdoá-la – fazem Amanda sentir-se muito culpada. Há um movimento pendular de identificação e de afastamento em relação à mãe biológica. Em seu processo de análise ela se deu conta de que as vivências sucessivas de abandono foram ampliando a dicotomia entre amor e ódio intenso pelas figuras parentais. O ódio produzia muita culpa. Para evitar o contato com o mesmo, produziam-se os sintomas obsessivos compulsivos.
Página 51
(…) “Essa filha tem uma vida cheia de batalhas como ocorre nas narrativas dos mitos de heróis. O que identifica a menina é que ela briga, briga, briga o tempo inteiro – mas não por um ideal. Ela tenta, literalmente na “pancada”, encontrar algo que dê contorno a esse desconhecido assustador que habita nela mesma. Nessa saga, a garota encontra pessoas assustadas olhando para a sua fúria. Não encontra paz. Encontra cada vez mais desamparo e medo. Fantasia que tudo aquilo que habita dentro dela e que a define e a identifica deve ser tão terrível que só pode despertar pavor. Assustada, esperneia mais e mais, e assusta-se mais e mais.”
Página 66 e 67
(…) “A família na Antiguidade estava sob a autoridade do pai, que tinha o direito de vida e morte sobre os filhos. Filho e escravo eram propriedades dos pais e nada do que se fizesse com aquilo que é de sua propriedade era injusto. A história da adoção começa nesse mesmo período, mas se fundamentava em conceitos diferentes dos atuais. Estava diretamente ligada à transmissão de patrimônio e de títulos. A primeira regulamentação conhecida sobre a adoção está no código babilônico de Hamurabi e data do segundo milênio A.C. O texto do código versa sobre a impossibilidade de um filho adotivo ser reclamado por quem o deixou. Essa regulamentação persiste como referência até a Idade Média, quando ocorre uma involução legal e social. A adoção desaparece das legislações, especialmente por iniciativa da Igreja Católica. O direito canônico deixou de incorporar o instituto da adoção por considerá-lo uma porta aberta ao reconhecimento de filhos originários de relações adúlteras ou incestuosas. A adoção como prática regular
entrada foi então totalmente eliminada do mundo Ocidental.”
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Polícia encontra carro de pai de garoto achado morto na zona leste de SP
SÃO PAULO - A Polícia encontrou um carro abandonado do pai do menino de 2 anos achado morto na zona leste de São Paulo na madrugada da última quinta-feira, 3.
Segundo a polícia, no último domingo, 30, o garoto havia sido entregue ao pai para comemorar seu aniversário com o avô paterno - o menino morava com a mãe em um conjunto habitacional em Itapevi (Grande São Paulo).
O carro do pai, um Siena vermelho, foi localizado em uma rua na Ponte Rasa, também na zona leste, por volta das 16 horas. Nele havia uma cadeirinha para transporte de crianças com manchas de sangue, uma bicicleta,uma camiseta infantil e um pedaço de pau.
Segundo a polícia, no último domingo, 30, o garoto havia sido entregue ao pai para comemorar seu aniversário com o avô paterno - o menino morava com a mãe em um conjunto habitacional em Itapevi (Grande São Paulo).
O carro do pai, um Siena vermelho, foi localizado em uma rua na Ponte Rasa, também na zona leste, por volta das 16 horas. Nele havia uma cadeirinha para transporte de crianças com manchas de sangue, uma bicicleta,uma camiseta infantil e um pedaço de pau.
Menino de 3 anos é achado morto na zona leste de São Paulo
Vigilante de rua encontrou o corpo da criança com o rosto desfigurado. Polícia informou que não havia registro de desaparecimento no sistema
Um menino de aproximadamente 3 anos foi encontrado morto, por volta da 0h30 desta quinta-feira, caído junto ao meio fio da Rua Sambaíba, na Vila Marieta, na zona leste de São Paulo. O vigilante de rua José Iran Ferreira Filho passava pelo local quando viu a criança caída, com o rosto desfigurado - possivelmente por pancadas - e com as calças abaixadas.
O menino tinha um moletom azul e tênis azuis com listras amarelas. Até o fim da madrugada, a polícia ainda não havia identificado a criança. Policiais civis de plantão no 24º Distrito Policial, da Ponte Rasa, informaram que não detectaram no sistema nenhum boletim de ocorrência de desaparecimento registrado naquela região.
O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi registrado pelo delegado Rogério Zuim Uehara.
Um menino de aproximadamente 3 anos foi encontrado morto, por volta da 0h30 desta quinta-feira, caído junto ao meio fio da Rua Sambaíba, na Vila Marieta, na zona leste de São Paulo. O vigilante de rua José Iran Ferreira Filho passava pelo local quando viu a criança caída, com o rosto desfigurado - possivelmente por pancadas - e com as calças abaixadas.
O menino tinha um moletom azul e tênis azuis com listras amarelas. Até o fim da madrugada, a polícia ainda não havia identificado a criança. Policiais civis de plantão no 24º Distrito Policial, da Ponte Rasa, informaram que não detectaram no sistema nenhum boletim de ocorrência de desaparecimento registrado naquela região.
O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e foi registrado pelo delegado Rogério Zuim Uehara.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Bebê foi encontrado em uma caixa de papelão. 20.10.11
Ele estava enrolando em dois lençóis e tinha um terço no pulso
O bebê após ser entregue ao serviço médico.
“Queria o bebê para mim”, esta é a frase da jovem Thais Cristina da Conceição Maidana, 19 anos, que achou um recém-nascido na noite de (20), por volta das 23 horas na rua Alegrete esquina com a avenida Mascarenhas de Morais, em Campo Grande.
Thais conta que estava com uma amiga Adriana da Silva Borges, 33 nos, voltando para a casa a pé, quando escutaram um chorinho na rua. No início elas não ligaram, escutaram mais uma vez e Thais resolveu voltar para ver o que era.
“Eu achei que era um gatinho, quando vi o bebê enrolado em dois lençóis peguei a caixa e comecei a chorar”. Segundo ela, quando pegou a criança no colo ele dormiu.
O bebê foi levado para casa de Thais, a mãe da jovem a orientou levar para o Posto de Saúde da Coronel Antonino. Lá o enfermeiro que atendeu o recém-nascido – um garoto pesando 2,930 quilos e 45 centímetros, disse que pela características parecia que o bebê tinha cerca de 2h ou 3 horas de vida.
O recém-nascido foi encaminhado pelo Samu (Serviço Atendimento Móvel de Urgência) para a Santa Casa. Ele deu entrada no hospital ainda com um elástico amarrando o cordão umbilical.
“Eu fiquei o tempo todo com a criança no colo, na hora de deixá-lo fiquei muito triste”, disse Thais que deu nome de José Miguel para o bebê.
A jovem acredita que a mãe não queria que nada de mau acontecesse com ele. A caixa estava na calçada em frente a uma casa. Segundo ela a mulher pode estar arrependida neste momento. “Pode ter sido no momento de desespero ou depressão”.
“O bebê estava com um terço no pulso. A pessoa deixou a criança em um lugar com boa localização e perto do posto de saúde. Eu rezo para que tudo de certo, que ele encontre uma mãe e nunca saiba que um dia foi abandonado”, finaliza Thais. Com muito carinho, ela mostra o seu celular com as fotos do garoto.
A delegada já ouviu as duas jovens que encontraram o recém-nascido. Segundo ela também já solicitou uma lista das mulheres que tiveram bebês nos últimos dias em hospitais da cidade.
Conforme a delegada, a mãe pode responder inicialmente por abandono de incapaz. Segundo a assessoria do hospital o bebê está bem, mas, por enquanto, ainda não tem previsão de alta.
O bebê após ser entregue ao serviço médico.
“Queria o bebê para mim”, esta é a frase da jovem Thais Cristina da Conceição Maidana, 19 anos, que achou um recém-nascido na noite de (20), por volta das 23 horas na rua Alegrete esquina com a avenida Mascarenhas de Morais, em Campo Grande.
Thais conta que estava com uma amiga Adriana da Silva Borges, 33 nos, voltando para a casa a pé, quando escutaram um chorinho na rua. No início elas não ligaram, escutaram mais uma vez e Thais resolveu voltar para ver o que era.
“Eu achei que era um gatinho, quando vi o bebê enrolado em dois lençóis peguei a caixa e comecei a chorar”. Segundo ela, quando pegou a criança no colo ele dormiu.
O bebê foi levado para casa de Thais, a mãe da jovem a orientou levar para o Posto de Saúde da Coronel Antonino. Lá o enfermeiro que atendeu o recém-nascido – um garoto pesando 2,930 quilos e 45 centímetros, disse que pela características parecia que o bebê tinha cerca de 2h ou 3 horas de vida.
O recém-nascido foi encaminhado pelo Samu (Serviço Atendimento Móvel de Urgência) para a Santa Casa. Ele deu entrada no hospital ainda com um elástico amarrando o cordão umbilical.
“Eu fiquei o tempo todo com a criança no colo, na hora de deixá-lo fiquei muito triste”, disse Thais que deu nome de José Miguel para o bebê.
A jovem acredita que a mãe não queria que nada de mau acontecesse com ele. A caixa estava na calçada em frente a uma casa. Segundo ela a mulher pode estar arrependida neste momento. “Pode ter sido no momento de desespero ou depressão”.
“O bebê estava com um terço no pulso. A pessoa deixou a criança em um lugar com boa localização e perto do posto de saúde. Eu rezo para que tudo de certo, que ele encontre uma mãe e nunca saiba que um dia foi abandonado”, finaliza Thais. Com muito carinho, ela mostra o seu celular com as fotos do garoto.
A delegada já ouviu as duas jovens que encontraram o recém-nascido. Segundo ela também já solicitou uma lista das mulheres que tiveram bebês nos últimos dias em hospitais da cidade.
Conforme a delegada, a mãe pode responder inicialmente por abandono de incapaz. Segundo a assessoria do hospital o bebê está bem, mas, por enquanto, ainda não tem previsão de alta.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Livros Infantis Grátis da Coleção Itaú Criança 2011
É grátis. E desta vez os livros estão em seu formato original e os títulos são excelentes pedidas. Veja abaixo como pedir os exemplares, assista aos vídeos com Ziraldo, Ângela Lago e Suppa e leia os comentários e links do blog Contar Histórias para se aprofundar nos temas de cada obra literária.
Quem aprende a gostar de ler sabe
escrever a própria história.
Fundação Itaú Social
O Itaú realiza uma série de programas e parcerias para tornar o Estatuto da Criança e do Adolescente uma realidade para todos. E investe cada vez mais na qualidade da educação.
A Coleção Itaú de Livros Infantis foi criada pela Fundação Itaú Social para ajudar a despertar desde cedo o prazer pela leitura. Ela foi feita para você que também acredita que a educação é o melhor caminho para a transformação do Brasil.
A educação muda o Brasil.
E o Itaú participa dessa mudança com você.
A coleção
A Fundação Itaú Social busca oferecer ao público livros com a mesma qualidade dos encontrados nas livrarias, com mínimas adaptações nos formatos originais, e conta com a assessoria da Associação Vaga Lume na curadoria da Campanha Itaú Criança.
Os critérios usados para a escolha desses três títulos foram a qualidade e a diversidade de gênero do texto, autores, ilustradores, projeto gráfico, editoras e origem das histórias. São títulos premiados e recomendados por educadores e especialistas em literatura infantil.
Esperamos que você tenha muitos momentos agradáveis ao ler essas histórias para crianças.
Os livros
Adivinha quanto eu te amo
de Sam McBratney, ilustrações de Anita Jeram
Um coelhinho se esforça para mostrar o tamanho do amor que ele tem pelo pai. O Coelho Pai entra na brincadeira, mas ambos percebem que não é fácil medir o amor.
O tema deste livro ressalta a importância dos primeiros contatos afetivos com as palavras. Esta postagem também abarca, ou melhor, abraça estes dois verbos, ler e amar: Por que contar histórias para bebês e crianças?
Chapeuzinho Amarelo
de Chico Buarque, ilustrações de Ziraldo
A história é uma releitura bem-humorada do clássico Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault. Só que desta vez não há vovós nem caçadores. Chapeuzinho é uma bela menina que sofre de um mal terrível: sente medo de tudo, até do medo.
“Mãe, posso dormir na sua cama?” Para ajudar os pais a responderem a esta pergunta, o livro Chapeuzinho Amarelo do Chico Buarque, já tinha sido recomendado aqui na postagem sobre O medo e o acolhimento.
A Festa no Céu – um conto no nosso folclore
Ilustrações e tradução de Ângela Lago
Haveria uma festa no céu, e os bichos sem asas estavam jururus de fazer dó. Mas a tartaruga não se deu por vencida e decidiu que ia ao baile. Será que ela vai conseguir?
O trabalho de Ângela Lago também já foi recomendado por aqui. O site da autora é uma verdadeira aula de como usar as novas linguagens e a interatividade da Internet a favor das histórias e da poesia lúdica. Para navegar no tema clique no post O Tradicional e o Novo ao Contar Histórias.
Para pedir os livros gratuitos da Coleção .
(http://ww2.itau.com.br/itaucrianca/peca_colecao.aspx)
Quem aprende a gostar de ler sabe
escrever a própria história.
Fundação Itaú Social
O Itaú realiza uma série de programas e parcerias para tornar o Estatuto da Criança e do Adolescente uma realidade para todos. E investe cada vez mais na qualidade da educação.
A Coleção Itaú de Livros Infantis foi criada pela Fundação Itaú Social para ajudar a despertar desde cedo o prazer pela leitura. Ela foi feita para você que também acredita que a educação é o melhor caminho para a transformação do Brasil.
A educação muda o Brasil.
E o Itaú participa dessa mudança com você.
A coleção
A Fundação Itaú Social busca oferecer ao público livros com a mesma qualidade dos encontrados nas livrarias, com mínimas adaptações nos formatos originais, e conta com a assessoria da Associação Vaga Lume na curadoria da Campanha Itaú Criança.
Os critérios usados para a escolha desses três títulos foram a qualidade e a diversidade de gênero do texto, autores, ilustradores, projeto gráfico, editoras e origem das histórias. São títulos premiados e recomendados por educadores e especialistas em literatura infantil.
Esperamos que você tenha muitos momentos agradáveis ao ler essas histórias para crianças.
Os livros
Adivinha quanto eu te amo
de Sam McBratney, ilustrações de Anita Jeram
Um coelhinho se esforça para mostrar o tamanho do amor que ele tem pelo pai. O Coelho Pai entra na brincadeira, mas ambos percebem que não é fácil medir o amor.
O tema deste livro ressalta a importância dos primeiros contatos afetivos com as palavras. Esta postagem também abarca, ou melhor, abraça estes dois verbos, ler e amar: Por que contar histórias para bebês e crianças?
Chapeuzinho Amarelo
de Chico Buarque, ilustrações de Ziraldo
A história é uma releitura bem-humorada do clássico Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault. Só que desta vez não há vovós nem caçadores. Chapeuzinho é uma bela menina que sofre de um mal terrível: sente medo de tudo, até do medo.
“Mãe, posso dormir na sua cama?” Para ajudar os pais a responderem a esta pergunta, o livro Chapeuzinho Amarelo do Chico Buarque, já tinha sido recomendado aqui na postagem sobre O medo e o acolhimento.
A Festa no Céu – um conto no nosso folclore
Ilustrações e tradução de Ângela Lago
Haveria uma festa no céu, e os bichos sem asas estavam jururus de fazer dó. Mas a tartaruga não se deu por vencida e decidiu que ia ao baile. Será que ela vai conseguir?
O trabalho de Ângela Lago também já foi recomendado por aqui. O site da autora é uma verdadeira aula de como usar as novas linguagens e a interatividade da Internet a favor das histórias e da poesia lúdica. Para navegar no tema clique no post O Tradicional e o Novo ao Contar Histórias.
Para pedir os livros gratuitos da Coleção .
(http://ww2.itau.com.br/itaucrianca/peca_colecao.aspx)
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Criança de dois anos desaparece da porta de casa na baixada.
Mãe foi avisada que menino estava com um homem moreno, magro e alto
Yure brincava na porta de casa, em Mesquista, quando sumiu. Ele usava blusa verde e bermuda cinza e amarela.
....Policiais da Delegacia de Mesquita (53ª DP), na Baixada Fluminense, investigam o desaparecimento do menino Yure de dois anos. Segundo a mãe da criança, Rosângela da Silva Melo, o menino brincava com a irmã na porta de casa quando sumiu, na manhã de sábado (22).
- Minha filha foi buscar água para ele e entrou em casa um minuto. Então o ouvi chamando “mãe!”. Eu corri para ver o que era e ele já tinha desaparecido. Não tinha mais ninguém no portão. Fiquei desesperada!
Ela contou que já percorreu as ruas do bairro com a foto do menino e colou cartazes nos postes de várias ruas do bairro onde mora, em Santo Elias, e redondezas.
Rosângela disse ainda que, durante as buscas, algumas pessoas reconheceram Yure.
- Eles falaram que ele estava com um homem alto, magro e moreno, que usava uma blusa do Brasil. Meu filho chorava e gritava por mim. Mas ninguém desconfiou que ele poderia ter sido roubado.
Na última vez que foi visto Yure, que tem olhos azuis, pele branca e cabelo castanho claro, estava de com uma blusa verde e bermuda amarela e cinza.
Yure brincava na porta de casa, em Mesquista, quando sumiu. Ele usava blusa verde e bermuda cinza e amarela.
....Policiais da Delegacia de Mesquita (53ª DP), na Baixada Fluminense, investigam o desaparecimento do menino Yure de dois anos. Segundo a mãe da criança, Rosângela da Silva Melo, o menino brincava com a irmã na porta de casa quando sumiu, na manhã de sábado (22).
- Minha filha foi buscar água para ele e entrou em casa um minuto. Então o ouvi chamando “mãe!”. Eu corri para ver o que era e ele já tinha desaparecido. Não tinha mais ninguém no portão. Fiquei desesperada!
Ela contou que já percorreu as ruas do bairro com a foto do menino e colou cartazes nos postes de várias ruas do bairro onde mora, em Santo Elias, e redondezas.
Rosângela disse ainda que, durante as buscas, algumas pessoas reconheceram Yure.
- Eles falaram que ele estava com um homem alto, magro e moreno, que usava uma blusa do Brasil. Meu filho chorava e gritava por mim. Mas ninguém desconfiou que ele poderia ter sido roubado.
Na última vez que foi visto Yure, que tem olhos azuis, pele branca e cabelo castanho claro, estava de com uma blusa verde e bermuda amarela e cinza.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Steven Paul Jobs (filho adotivo)
Steven Paul Jobs nasceu em 24 de fevereiro de 1955 em São Francisco, na Califórnia. Deixado para adoção pela sua mãe biológica, ele foi criado por Paul e Clara Jobs na cidade de Mountain View, e estudou na Cupertino Junior High School e na Homestead High School.
Sua condição de adotado não o impediu de ter sido um gênio.
Não morreu apenas um homem que abriu as portas para o inimaginavel.
Morreu um exemplo de que o filho adotivo é um filho como qualquer outro e que pode ir muito mais além se assim o desejar.
Sua condição de adotado não o impediu de ter sido um gênio.
Não morreu apenas um homem que abriu as portas para o inimaginavel.
Morreu um exemplo de que o filho adotivo é um filho como qualquer outro e que pode ir muito mais além se assim o desejar.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
O fio de cabelo (Texto de Luiz Schettini Filho, do livro A coragem de conviver, Editora Vozes)
Os seres humanos sempre tropeçam em pedras,
nunca em montanhas.
Emilie Cady
A convivência se processa na trama de pequenas (ou grandes) coisas que, ao longo do tempo, vão tomando contornos e construindo configurações estranhas. Por vezes, complicadas a tal ponto que passam a ser obstáculo à permanência das relações entre as pessoas.
Em cada história repetem-se ações e reações semelhantes, embora com tonalidades pessoais. O dia-a-dia da convivência aponta para um sem-número de acontecimentos que, individualmente, são vistos como irrelevantes, quando não, sem qualquer significação e que respondem por desgastes e barreiras à vida em comunidade. Para usar uma imagem simples – simplória até --, são como fios de cabelo a quem ninguém dá importância maior. Chama-nos a atenção um fenômeno ocorrente na experiência de quase todos nós: pias e lavatórios que, sem mais nem menos, nos surpreendem simplesmente entupidos; de tempos em tempos nos irritamos com a água que, a cada dia, escoa com mais lentidão. Constatamos o inevitável entupimento.
Tomadas a providências de praxe, descobrimos o surpreendente: a razão de tão incômodo transtorno é simplesmente um amontoado de fios de cabelo. Jamais um fio de cabelo sozinho provocaria tamanho problema. Nem dois, nem três ou quatro... A questão torna-se evidente: o problema é a conjunção dos finíssimos e ignorados fios que vão tecendo uma teia de intervalos tão pequenos que não mais permitem a passagem da água.
Não estaríamos tão longe da realidade se comparássemos boa parte das dificuldades da convivência com o processo de obstrução das pias que deveriam ser um meio de coletar o que nos é útil e deixar escoar o que não mais nos serve para o uso.
No cotidiano das relações é, sem dúvida, o acúmulo de atitudes e ações, aparentemente inofensivas, o responsável pelo entrave da convivência amadurecida e propícia à consecução de projetos comuns das pessoas dos vários grupos a que pertencem: seja na família, no exercício da profissão ou na escola.
Que “fios de cabelos” tão incômodos seriam esses? Vale refletir sobre alguns exemplos.
As palavras apressadas da crítica, movida pela raiva ou por uma interpretação errônea ou, ainda, respostas intempestivas a perguntas que nem sequer foram convenientemente compreendidas.
Comentários maldosos que expõem o outro à crítica de seu grupo de convivência.
Suspeição sobre a conduta do outro sem nenhuma intenção de chegar à verdade para estabelecer uma forma de ajuda.
Negação de oportunidade para que o outro tente reformular comportamentos desorganizados e inadequados.
Idéias pré-formadas sobre o comportamento alheio que dificultem ou impeçam a análise e a disponibilidade de deixar o outro se expressar para podermos assumir atitudes de ajuda.
Dificuldade de ouvir o que o outro diz naquilo que ele tem a dizer, sem nos deixarmos contaminar com o que queremos ou preferimos ouvir. Somos seres da palavra, o que nos faz, por conseqüência, seres da audição.
Criar expectativas distantes ou incompatíveis com a realidade do outro, isto é, exigir dele que se comporte em consonância com o que é bom, adequado ou esperado, sem levar em conta suas limitações e seu ritmo pessoal. Não será muito difícil agirmos de uma maneira justa e amorosa com aqueles em quem reconhecemos limitações decorrentes de patologias ou dificuldades genéticas ou congênitas. Difícil para alguns é agir com justiça e amor quando não enxergam as peculiaridades que não têm a cor da doença entendida como disfunção orgânica.
Interpretar como defeito o que faz parte do conjunto de características pessoais. Há pessoas lentas na compreensão do que se lhes diz, confusas na expressão de suas idéias ou com baixos limiares de irritabilidade, sem que isso tenha que ser visto como um defeito de personalidade. É verdade, que nem sempre, estamos munidos de paciência para esperar do outro um resultado ao qual já chegamos há muito tempo. A boa convivência, entretanto, pede que busquemos usar os recursos que temos em favor dos que não os têm. Afinal, se quisermos alimentar, ao mesmo tempo e no mesmo local, uma girafa e uma ovelha, não seria justo e eficiente colocar o alimento apenas ao alcance da girafa, com seu gigantesco pescoço. Com certeza, a ovelha morreria de fome. A convivência se deteriora quando disponibilizamos seus nutrientes apenas ao alcance dos mais “ágeis” e “habilidosos”.
O silêncio continuado poderá enfraquecer as relações de convivência, sendo interpretado de forma distorcida e injusta. O “não-dito” dá margem a fantasias por vezes incontroláveis. O recolhimento demasiado para dentro de si contribui para distanciamentos no conviver, em que, ao invés de possibilitar compartilhamentos, poderá romper o tecido do aconchego.
Talvez não possamos evitar todos os “fios de cabelo” que se interpõem nas relações de convivência. Todavia poderemos, com certeza, evitar que formem redes e trançados que inviabilizem sentirmo-nos bem nos grupos a que pertencemos.
(Texto de Luiz Schettini Filho, do livro A coragem de conviver, Editora Vozes)
Achei incrivel esse texto. Como as palavras e o dialogo é importante para a convivencia.
nunca em montanhas.
Emilie Cady
A convivência se processa na trama de pequenas (ou grandes) coisas que, ao longo do tempo, vão tomando contornos e construindo configurações estranhas. Por vezes, complicadas a tal ponto que passam a ser obstáculo à permanência das relações entre as pessoas.
Em cada história repetem-se ações e reações semelhantes, embora com tonalidades pessoais. O dia-a-dia da convivência aponta para um sem-número de acontecimentos que, individualmente, são vistos como irrelevantes, quando não, sem qualquer significação e que respondem por desgastes e barreiras à vida em comunidade. Para usar uma imagem simples – simplória até --, são como fios de cabelo a quem ninguém dá importância maior. Chama-nos a atenção um fenômeno ocorrente na experiência de quase todos nós: pias e lavatórios que, sem mais nem menos, nos surpreendem simplesmente entupidos; de tempos em tempos nos irritamos com a água que, a cada dia, escoa com mais lentidão. Constatamos o inevitável entupimento.
Tomadas a providências de praxe, descobrimos o surpreendente: a razão de tão incômodo transtorno é simplesmente um amontoado de fios de cabelo. Jamais um fio de cabelo sozinho provocaria tamanho problema. Nem dois, nem três ou quatro... A questão torna-se evidente: o problema é a conjunção dos finíssimos e ignorados fios que vão tecendo uma teia de intervalos tão pequenos que não mais permitem a passagem da água.
Não estaríamos tão longe da realidade se comparássemos boa parte das dificuldades da convivência com o processo de obstrução das pias que deveriam ser um meio de coletar o que nos é útil e deixar escoar o que não mais nos serve para o uso.
No cotidiano das relações é, sem dúvida, o acúmulo de atitudes e ações, aparentemente inofensivas, o responsável pelo entrave da convivência amadurecida e propícia à consecução de projetos comuns das pessoas dos vários grupos a que pertencem: seja na família, no exercício da profissão ou na escola.
Que “fios de cabelos” tão incômodos seriam esses? Vale refletir sobre alguns exemplos.
As palavras apressadas da crítica, movida pela raiva ou por uma interpretação errônea ou, ainda, respostas intempestivas a perguntas que nem sequer foram convenientemente compreendidas.
Comentários maldosos que expõem o outro à crítica de seu grupo de convivência.
Suspeição sobre a conduta do outro sem nenhuma intenção de chegar à verdade para estabelecer uma forma de ajuda.
Negação de oportunidade para que o outro tente reformular comportamentos desorganizados e inadequados.
Idéias pré-formadas sobre o comportamento alheio que dificultem ou impeçam a análise e a disponibilidade de deixar o outro se expressar para podermos assumir atitudes de ajuda.
Dificuldade de ouvir o que o outro diz naquilo que ele tem a dizer, sem nos deixarmos contaminar com o que queremos ou preferimos ouvir. Somos seres da palavra, o que nos faz, por conseqüência, seres da audição.
Criar expectativas distantes ou incompatíveis com a realidade do outro, isto é, exigir dele que se comporte em consonância com o que é bom, adequado ou esperado, sem levar em conta suas limitações e seu ritmo pessoal. Não será muito difícil agirmos de uma maneira justa e amorosa com aqueles em quem reconhecemos limitações decorrentes de patologias ou dificuldades genéticas ou congênitas. Difícil para alguns é agir com justiça e amor quando não enxergam as peculiaridades que não têm a cor da doença entendida como disfunção orgânica.
Interpretar como defeito o que faz parte do conjunto de características pessoais. Há pessoas lentas na compreensão do que se lhes diz, confusas na expressão de suas idéias ou com baixos limiares de irritabilidade, sem que isso tenha que ser visto como um defeito de personalidade. É verdade, que nem sempre, estamos munidos de paciência para esperar do outro um resultado ao qual já chegamos há muito tempo. A boa convivência, entretanto, pede que busquemos usar os recursos que temos em favor dos que não os têm. Afinal, se quisermos alimentar, ao mesmo tempo e no mesmo local, uma girafa e uma ovelha, não seria justo e eficiente colocar o alimento apenas ao alcance da girafa, com seu gigantesco pescoço. Com certeza, a ovelha morreria de fome. A convivência se deteriora quando disponibilizamos seus nutrientes apenas ao alcance dos mais “ágeis” e “habilidosos”.
O silêncio continuado poderá enfraquecer as relações de convivência, sendo interpretado de forma distorcida e injusta. O “não-dito” dá margem a fantasias por vezes incontroláveis. O recolhimento demasiado para dentro de si contribui para distanciamentos no conviver, em que, ao invés de possibilitar compartilhamentos, poderá romper o tecido do aconchego.
Talvez não possamos evitar todos os “fios de cabelo” que se interpõem nas relações de convivência. Todavia poderemos, com certeza, evitar que formem redes e trançados que inviabilizem sentirmo-nos bem nos grupos a que pertencemos.
(Texto de Luiz Schettini Filho, do livro A coragem de conviver, Editora Vozes)
Achei incrivel esse texto. Como as palavras e o dialogo é importante para a convivencia.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Após parto, mãe deixa criança em geladeira
Segundo a polícia, mulher deixou bebê em uma geladeira desligada para buscar ajuda
...Policiais da Delegacia de Madureira foram acionados nesta terça-feira (20) para atender a uma denúncia de uma mãe que teria abandonado o filho recém-nascido na geladeira de uma serralheria em Madureira, na zona norte do Rio. Para a polícia, a mãe apenas deixou o filho no local para buscar ajuda.
De acordo com o titular da delegacia, Rubem Eduardo da Costa Campos, a mulher mora com a filha de seis anos de favor nos fundos de uma serralheria, onde o segundo filho nasceu. Ainda de acordo com o delegado, ela teve o filho sozinha e após o parto saiu para procurar ajuda, deixando a criança dentro de uma geladeira desligada, que era utilizada como estante.
- O único crime que essa mãe cometeu foi o fato de ser pobre. Ela deixou a criança no lugar onde considerou ser o mais seguro e saiu para procurar ajuda, já que se sentia muito fraca e precisava alimentar a criança.
O bebê foi encaminhado para o hospital do bairro onde está sendo assistido. O Conselho Tutelar foi acionado para prestar assistência à mãe e às crianças.
...Policiais da Delegacia de Madureira foram acionados nesta terça-feira (20) para atender a uma denúncia de uma mãe que teria abandonado o filho recém-nascido na geladeira de uma serralheria em Madureira, na zona norte do Rio. Para a polícia, a mãe apenas deixou o filho no local para buscar ajuda.
De acordo com o titular da delegacia, Rubem Eduardo da Costa Campos, a mulher mora com a filha de seis anos de favor nos fundos de uma serralheria, onde o segundo filho nasceu. Ainda de acordo com o delegado, ela teve o filho sozinha e após o parto saiu para procurar ajuda, deixando a criança dentro de uma geladeira desligada, que era utilizada como estante.
- O único crime que essa mãe cometeu foi o fato de ser pobre. Ela deixou a criança no lugar onde considerou ser o mais seguro e saiu para procurar ajuda, já que se sentia muito fraca e precisava alimentar a criança.
O bebê foi encaminhado para o hospital do bairro onde está sendo assistido. O Conselho Tutelar foi acionado para prestar assistência à mãe e às crianças.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Outro bebe abandonado!!!!!!!! O que esta acontecendo? É o fim do mundo!!!!!!
Choro salva bebê encontrado em terreno baldio em Jaú
Um chorinho semelhante a um miado de gato, que vinha de um terreno baldio, foi o som que ajudou a encontrar um recém-nascido para ser socorrido. O bebê foi deixado enrolado em um lençol sujo de sangue no terreno baldio na rua Waldemar Galante, próximo ao numeral 67, no Jardim Olímpia, em Jaú (47 quilômetros de Bauru), é mais um caso na lista de crianças abandonadas logo após o nascimento. A menina passa bem, pesou cerca de quatro quilos e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Jaú. A mãe, identificada no início da tarde, foi presa em flagrante.
Lucimary Leal Ferreira, uma calçadista, foi a primeira a encontrar a pequena Vitória, como ela batizou. Emocionada, a mulher conta que todos os dias, por volta das 6h, passeia com seu cão. “Eram 6h20 mais ou menos, estava muito frio e eu desci a rua com meu cachorro. No terreno ouvi um chorinho e resolvi ver o que acontecia. O pezinho dela estava de fora do lençol”, conta Lucimary.
A mulher ficou desesperada e chamou uma moradora vizinha do terreno. “Logo vi que era uma menina e que estava com muito frio. Enrolamos ela em um cobertor e ligamos para a polícia, mas antes da viatura chegar, passou o Wesley que se prontificou em levar o bebê para o Pronto-Socorro Municipal,” declara a calçadista.
O modelista de calçados Wesley Ramos Paleólogo passava pelo local quando viu as mulheres com o recém-nascido no colo. “Elas disseram que tinham acabado de achar a menina. Eu coloquei em meu veículo e corri para o PSM. Em sete minutos, a criança foi entregue para a enfermeira,” diz.
Ele lembra que chegou correndo e pediu socorro. “A enfermeira pegou a criança e correu, desesperada. Um minuto a mais poderia comprometer a vida dela e nosso intuito era salvá-la. O pediatra atendeu e a Vitória foi para a UTI. Depois eu fui vê-la. Ela não corre risco de morte. Isso me deixou aliviado, tenho um filho de três meses,” conta Wesley Ramos.
Mãe de uma única filha, atualmente com 15 anos, Lucimary Ferreira está disposta a adotar o recém-nascido. “Na hora eu liguei para o meu marido, que está trabalhando, e ele ficou super feliz. Se eu tiver oportunidade, quero ficar com ela. Ela apareceu na minha vida e deve ter um porquê para isso.”
Criança chegou com hipotermia
O médico plantonista da UTI da Santa Casa de Jaú, Luis Gonzaga Gerlin, declarou que o recém-nascido chegou em estado de hipotermia, ou seja, com temperatura abaixo do normal. “O primeiro procedimento foi aquecer a criança. A menina com cerca de quatro quilos ainda está na UTI por precaução, mas em ótimo estado de saúde.”
Para o médico, a criança poderia ter morrido, caso não tivesse sido enrolada em um cobertor. “Na madrugada de hoje (ontem) os termômetros apontavam em Jaú uma temperatura de aproximadamente 10 graus.” Gerlin pede para que as gestantes, no estado de parto, procurem o hospital para dar à luz, evitando locais que não ofereçam as condições necessárias tanto para a mãe como para o bebê.
Mãe é identificada e será processada
Logo após a localização do recém-nascido, a polícia iniciou as investigações para tentar identificar a mãe. O ponto de partida foi o pressuposto de que a mulher residiria nas imediações. Após conversas com vizinhos, o delegado Luverci da Costa Mello recebeu informações sobre algumas gestantes do bairro, mas nenhuma delas havia dado à luz ainda.
Por volta das 12h40, a Polícia Militar recebeu denúncia de que haveria uma gestante trabalhando como balconista de uma padaria no jardim Planalto, bairro próximo ao local onde o recém-nascido foi encontrado. A princípio, a mulher, identificada como Lilian Bernardes Silva, 24 anos, negou ser a mãe do bebê.
Contudo, após conversa com o delegado, a jovem confessou que havia dado à luz menina sozinha, em sua residência, por volta das 3h da madrugada de ontem. Segundo ela, ninguém sabia da sua gestação. Desesperada por não ter como cuidar dela, pelo fato de já ter dois filhos e estar separada do marido, a mulher disse que decidiu abandoná-la no terreno baldio.
De acordo com Mello, após passar por atendimento médico no Pronto-Socorro do município, a mulher foi conduzida à delegacia, onde foi presa e autuada em flagrante por abandono de incapaz. Depois de pagar fiança no valor de R$ 500,00, ela foi liberada para responder pelo crime em liberdade.
A mulher também foi apresentada à Vara da Infância e Juventude de Jaú para que a Justiça decida qual será o futuro da criança. “Ela demonstrou que não tem condições e que não quer ficar com a criança”, revela o delegado, que ainda pretende ouvir mais duas testemunhas antes de concluir o inquérito.
Abandono de incapaz em uma situação de risco, como foi o caso ocorrido ontem, pode ser transformado em tentativa de homicídio. Esta é a opinião do delegado Luverci da Costa Mello.
A tese do delegado é de que a criança, um recém-nascido, foi abandonada sem as mínimas condições de sobrevivência. “Enrolada em um lençol, submetido a uma temperatura baixa em um local ermo, com poucas possibilidades de ser encontrado”,
Precisa ter uma pena maior para essas mulheres, não é possivel uma fiança de R$ 500,00?????
Essa mulher devia ser condenada a pena máxima!!!!!
Um chorinho semelhante a um miado de gato, que vinha de um terreno baldio, foi o som que ajudou a encontrar um recém-nascido para ser socorrido. O bebê foi deixado enrolado em um lençol sujo de sangue no terreno baldio na rua Waldemar Galante, próximo ao numeral 67, no Jardim Olímpia, em Jaú (47 quilômetros de Bauru), é mais um caso na lista de crianças abandonadas logo após o nascimento. A menina passa bem, pesou cerca de quatro quilos e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Jaú. A mãe, identificada no início da tarde, foi presa em flagrante.
Lucimary Leal Ferreira, uma calçadista, foi a primeira a encontrar a pequena Vitória, como ela batizou. Emocionada, a mulher conta que todos os dias, por volta das 6h, passeia com seu cão. “Eram 6h20 mais ou menos, estava muito frio e eu desci a rua com meu cachorro. No terreno ouvi um chorinho e resolvi ver o que acontecia. O pezinho dela estava de fora do lençol”, conta Lucimary.
A mulher ficou desesperada e chamou uma moradora vizinha do terreno. “Logo vi que era uma menina e que estava com muito frio. Enrolamos ela em um cobertor e ligamos para a polícia, mas antes da viatura chegar, passou o Wesley que se prontificou em levar o bebê para o Pronto-Socorro Municipal,” declara a calçadista.
O modelista de calçados Wesley Ramos Paleólogo passava pelo local quando viu as mulheres com o recém-nascido no colo. “Elas disseram que tinham acabado de achar a menina. Eu coloquei em meu veículo e corri para o PSM. Em sete minutos, a criança foi entregue para a enfermeira,” diz.
Ele lembra que chegou correndo e pediu socorro. “A enfermeira pegou a criança e correu, desesperada. Um minuto a mais poderia comprometer a vida dela e nosso intuito era salvá-la. O pediatra atendeu e a Vitória foi para a UTI. Depois eu fui vê-la. Ela não corre risco de morte. Isso me deixou aliviado, tenho um filho de três meses,” conta Wesley Ramos.
Mãe de uma única filha, atualmente com 15 anos, Lucimary Ferreira está disposta a adotar o recém-nascido. “Na hora eu liguei para o meu marido, que está trabalhando, e ele ficou super feliz. Se eu tiver oportunidade, quero ficar com ela. Ela apareceu na minha vida e deve ter um porquê para isso.”
Criança chegou com hipotermia
O médico plantonista da UTI da Santa Casa de Jaú, Luis Gonzaga Gerlin, declarou que o recém-nascido chegou em estado de hipotermia, ou seja, com temperatura abaixo do normal. “O primeiro procedimento foi aquecer a criança. A menina com cerca de quatro quilos ainda está na UTI por precaução, mas em ótimo estado de saúde.”
Para o médico, a criança poderia ter morrido, caso não tivesse sido enrolada em um cobertor. “Na madrugada de hoje (ontem) os termômetros apontavam em Jaú uma temperatura de aproximadamente 10 graus.” Gerlin pede para que as gestantes, no estado de parto, procurem o hospital para dar à luz, evitando locais que não ofereçam as condições necessárias tanto para a mãe como para o bebê.
Mãe é identificada e será processada
Logo após a localização do recém-nascido, a polícia iniciou as investigações para tentar identificar a mãe. O ponto de partida foi o pressuposto de que a mulher residiria nas imediações. Após conversas com vizinhos, o delegado Luverci da Costa Mello recebeu informações sobre algumas gestantes do bairro, mas nenhuma delas havia dado à luz ainda.
Por volta das 12h40, a Polícia Militar recebeu denúncia de que haveria uma gestante trabalhando como balconista de uma padaria no jardim Planalto, bairro próximo ao local onde o recém-nascido foi encontrado. A princípio, a mulher, identificada como Lilian Bernardes Silva, 24 anos, negou ser a mãe do bebê.
Contudo, após conversa com o delegado, a jovem confessou que havia dado à luz menina sozinha, em sua residência, por volta das 3h da madrugada de ontem. Segundo ela, ninguém sabia da sua gestação. Desesperada por não ter como cuidar dela, pelo fato de já ter dois filhos e estar separada do marido, a mulher disse que decidiu abandoná-la no terreno baldio.
De acordo com Mello, após passar por atendimento médico no Pronto-Socorro do município, a mulher foi conduzida à delegacia, onde foi presa e autuada em flagrante por abandono de incapaz. Depois de pagar fiança no valor de R$ 500,00, ela foi liberada para responder pelo crime em liberdade.
A mulher também foi apresentada à Vara da Infância e Juventude de Jaú para que a Justiça decida qual será o futuro da criança. “Ela demonstrou que não tem condições e que não quer ficar com a criança”, revela o delegado, que ainda pretende ouvir mais duas testemunhas antes de concluir o inquérito.
Abandono de incapaz em uma situação de risco, como foi o caso ocorrido ontem, pode ser transformado em tentativa de homicídio. Esta é a opinião do delegado Luverci da Costa Mello.
A tese do delegado é de que a criança, um recém-nascido, foi abandonada sem as mínimas condições de sobrevivência. “Enrolada em um lençol, submetido a uma temperatura baixa em um local ermo, com poucas possibilidades de ser encontrado”,
Precisa ter uma pena maior para essas mulheres, não é possivel uma fiança de R$ 500,00?????
Essa mulher devia ser condenada a pena máxima!!!!!
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Relação de Abrigos e orfanatos.
Casa Amarela
Associação que atende crianças de 0 a 16 anos. O atendimento é totalmente gratuito, mantido pela Guarany Embalagens.
Casa de Apoio de Contagem, Contagem —MG
Fundada em 20 de julho de 1994, a instituição é uma sociedade civil sem fins lucrativos e de caráter filantrópico que atua nas áreas de educação, saúde, desenvolvimento social e protagonismo juvenil.
Casa da Criança Paralítica da Campinas (CCP), Campinas - SP
A Casa da Criança Paralítica oferece atendimento especializado nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontológica, psicologia, serviço social e pedagógica a crianças e adolescentes de 0 a 18 anos portadores de necessidades especiais na área física, com comprometimento neurológico, além de orientação à família.
Casa de Ensaio, Campo Grande — MS
A Casa de Ensaio existe para cultivar a cidadania e expandir conhecimentos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em relação à cultura.
Casa de Francisco de Assis(CFA), Rio de Janeiro - RJ
A Casa de Francisco de Assis é uma Instituição Não Governamental, beneficente, filantrópica, com registro no CNAS — Conselho Nacional de Assistência Social e CMAS — Conselho Municipal de Assistência Social, reconhecida como de Utilidade Pública Estadual e Federal, CMDCA — Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; atuando no Terceiro Setor desde sua fundação em 1975.
Casa Lar Ebenezer, Santo André - SP
Com cara, tamanho e jeito de casa, o Lar Ebenezer é um abrigo beneficiente para crianças carentes em Santo André, São Paulo, que aguardam para serem adotadas ou retornarem a suas familias.
Casa Mateus, Mauá - SP
Tem como missão promover junto à comunidade local o desenvolvimento de crianças, jovens e famílias em situação de risco social, estimulando e potencializando suas capacidades e dons para o pleno exercício da cidadania.
Casa do Menino Jesus de Praga, Porto Alegre - RS
Instituição filantrópica, fundada em 1984, construída e mantida com apoio da comunidade, empresas e instituições, em terreno doado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O atendimento é direcionado a crianças com lesão cerebral grave e deficiência motora permanente, provenientes de famílias carentes e/ou desestruturadas da região metropolitana de Porto Alegre.
Casa de Nazaré Centro de Apoio ao Menor, Porto Alegre - RS
A Casa de Nazaré é uma instituição que, nos seus mais de 20 anos de atividades, realiza um trabalho de promoção da vida junto à comunidade da Vila Nossa Senhora da Graças, no Bairro Cristal, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Casa da Providência, Indaiatuba - SP
Tem como missão acompanhar as famílias, através de projeto sócio educativos e assistenciais que visam acolher, proteger, educar, socializar, trabalhando com situações de vulnerabilidade e riscos sociais e inserindo-as na comunidade com qualidade de vida.
Casa das Rosas - Centro de Apoio à infância e à juventude
Entidade cuja missão é contribuir para o desenvolvimento psicobiológico de jovens, oportunizando o crescimento de sua capacidade para o mercado de trabalho de sua região, diminuindo a violência e a minimizando os jovens no mundo do crime.
Casa Vó Benedita
A Casa Vó Benedita (CVB), com sede em Santos, é uma Instituição particular, sem fins lucrativos, que foi declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 1599 de 19/06/97 e que mantém convênio com a Prefeitura Municipal de Santos.
Casas da Convivência Familiar (CCFs), Fortaleza - CE
O objetivo principal do projeto é abrigar as crianças no horário alternado ao da escola enquanto os pais trabalham.O projeto é completamente gratuito e oferece: amparo, respeito, carinho, dedicação, acompanhamento saúde e educação.
Centro de Adoção de Ribeirão Preto (CARIB),Ribeirão Preto - SP
Hoje, a entidade desenvolve o projeto de abrigo, atendendo cerca de vinte sete crianças, a maioria delas com até quatro anos de idade, mantendo convênios com a municipalidade e contando com o apoio da sociedade civil.O Carib proporciona moradia, assistência médica, psicológica, social, educacional, moral, afetiva e de lazer.
Centro de Assistencia Social de Capao Bonito
Instituição filantrópica criada para atendimento de crianças carentesde 0 até 14 anos de idade,em uma das regiõesmais pobres do Estado São Paulo/Brasil.
Centro Comunitário Irmão André (CECOIA), Campinas - SP
Busca promover ações que levem a socialização dos usuários e de seu grupo familiar, numa perspectiva de educação para a vida, exercício da cidadania e processo de conscientização social, participativo e emancipatório.
Centro de Orientaçao ao Adolescente de Campinas (COMEC), Campinas - SP
O COMEC - Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas - foi fundado em 1980pelo Juiz de Direito Dr. Rubens de Andrade Noronha e pelo Promotor de Justiça Dr. Hermano Roberto Santamaria, na época, respectivamente, Juiz e Curador de Menores, os quais coordenaram um grupo de pessoas preocupadas com a questão do adolescente autor de ato infracional na cidade de Campinas.
Centro de Reabilitação Jundiaí (CRJ), Jundiaí - SP
O Centro de Reabilitação Jundiaí é uma entidade filantrópica que atende a portadores de deficiência física e crianças com dificuldades de aprendizagem de Jundiaí e região.
Centro Social Padre Aldo da Tófori (CESPAT)
Fundado em 6 de fevereiro de 1996. Antes dessa data era chamado de CENTRO SOCIAL JOÃO XXIII. Objetivo foi sempre o mesmo: ser um recurso voltado para a população carente da região.
Centro de Treinamento de Adolescentes Dom João Bosco (CTA)
Desenvolve trabalhos com crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal, na faixa etária de 07 a 18 anos de ambos os sexos, residentes na zona rural e urbana, vinda de famílias com extrema carência afetiva e financeira.
Cepac Barueri
Fundada em 05 de maio de 1993, a Associação para Proteção das Crianças e Adolescentes, mais conhecida como CEPAC, é uma organização não-governamental sem fins lucrativos.
Comunidade Do Amor
A Comunidade do Amor nasceu da união de ideais de pessoas que acreditam que a Educação Continuada complementa a Educação Formal e é um agente de conscientização e formação social.
Creche - Sinhazinha Meirelles, São Paulo - SP
Informações gerais sobre a creche, atividades desenvolvidas e espaço para quem deseja oferece ajudar a instituição.
Creche Cantinho de Luz, Campinas - SP
Tem como missão proporcionar condições para o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, mediante práticas de incentivo à sua autonomia, criatividade e responsabilidade.
Creche Frederico Cozanam, Brasília - DF
Histórico da creche, diretoria, equipe de trabalho, instalações, álbum de fotos, e outros conteúdos.
Creche Hilda Vertematti, São Bernardo do Campo — SP
Nasceu em 2004 do sonho de proporcionar à criança carente a oportunidade de alimentar suas esperança em um futuro melhor através da educação infantil. Atende gratuitamente 50 crianças de um a quatro anos de idade provenientes de famílias de baixa ou nenhuma renda e que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Creche Nosso Sonho, Rio de Janeiro - RJ
Informações sobre a filosofia da escola, hotelzinho, instalações, notícias, eventos, equipe, atividades, nutrição, entre outras.
Cteg Casa Transitória de Embu Guaçu, Embu Guaçu - SP
A Casa Transitória de Embu Guaçu é uma entidade sem fins lucrativos que abriga crianças vítimas de maus tratos, destituidas de seus lares mediante ordem judicial.
ERÊ - Projeto Alternativo de Apoio a Meninos e Meninas de Rua, Maceió - AL
O Erê é uma ONG (Organização Não Governamental) de natureza assistencial e de caráter sócio-educativo e cultural que atualmente trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social nas ruas e praças centrais e comunidades periféricas de Maceió.
Espaço Maria Helena Marinho, Recife - PE
O Espaço Maria Helena Marinho do Movimento Pró-Criança - EMHM-MPC - é uma sub-sede do Movimento Pró-Criança, instituição sem fins lucrativos que desenvolve atividades de arte-educação com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social provenientes das comunidades carentes da Região Metropolitana do Recife.
Estrela Guia, Santos - SP
A Associação de Assistência a Infância Estrela Guia (A.A.I.E.G), Fundada em 09/10/1980, surgiu da iniciativa de 34 pessoas envolvidas em ações sociais. É de caráter filantrópico, iniciou suas atividades na Rua Alfaia Rodrigues, atendendo 18 crianças de 2 anos até 6 anos e 11 meses.
Fundo Cristão para Crianças
O Fundo Cristão para Crianças promove o desenvolvimento do potencial da criança e do adolescente, com o envolvimento da família e comunidade, através de ações que fortaleçam o exercício da cidadania para a melhoria das condições de vida.
Organização não governamental de apoio à criança carente, através do sistema de apadrinhamento.
Grupo Assistencial Alvorada Nova, São Paulo - SP
O GAAN - Grupo Assistencial Alvorada Nova é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em Junho de 1996, cujo objetivo é abrigar 10 crianças, abandonadas, carentes, vítimas de violência ou órfãs de 0 a 4 anos de idade.
Instituto da Criança, Rio de Janeiro - RJ
O Instituto da Criança é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que apóia projetos no Rio de Janeiro e São Paulo.
Instituto Francisca de Souza Peixoto, Cataguases - MG
O Instituto Francisca de Souza Peixoto sempre teve o objetivo de promover ações conjuntas e hoje inúmeras empresas e instituições locais participam de diversas iniciativas em projetos de educação, cultura, saúde, esportes e cidadania.
Instituto Humberto Campos, Sorocaba - SP
Entidade sem fins lucrativos, onde atende a 365 crianças e adolescentes, de 06 à 16 anos, com atividades que complementam seu horários escolar.
Instituto da Infância (IFAN), Fortaleza - CE
O Instituto da Infância (IFAN) é uma associação civil sem fins lucrativos, constituída no ano de 1999, com sede administrativa em Fortaleza (CE) e um escritório operativo em São Luiz (MA), atua nos 05 Estados da Região Nordeste do Brasil (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).
Instituto Presbiteriano Álvaro Reis de Assistência à Criança e ao Adolescente (INPAR)
Página do Instituto Presbiteriano Alvaro Reis de Assistência à criança e ao adolescente.
Instituto Social - CEVAD - Casa de Acolhida Irmã Tereza, São Paulo - SP
O CEVAD é uma instituição filantrópica fundada em 2003 por Irmã Tereza Ferraz Moreira, Franciscana Secular da Ordem Terceira, que desde os 14 anos de idade, há mais de quarenta anos, vem recebendo mensagens Divinas nítidas e claras de que está sendo escolhida para uma missão muito grande 'Você deve criar o projeto CEVAD para gerar o caminho de Como Encontrar Vida, Amor e Deus, destinado à busca dos Meus filhos que estão jogados nas ruas pelo mundo afora com frio, com sede, com fome, sem teto e sem saber como Me encontrar'.
Lar do Caminho
Organização privada, sem fins lucrativos e sem vínculos políticos ou religiosos. Tem como missão promover o desenvolvimento integral de crianças em situação de abandono durante todo o seu período de crescimento.
Lar da Criança Feliz, Campinas - SP
Tem como objetivo objetivo de amparar crianças órfãs e desassistidas, encaminhadas pelo Conselho Tutelar de Campinas e pela Vara da Infância e Juventude.
Lar Escola Agricola a Semente, São Paulo - SP
O Lar Agrícola a Semente abriga, ampara e educa crianças carentes promovendo atividades e serviços que visem a melhoria da vida da população infanto-juvenil de acordo e inspirado no E.C.A. (Estatuto do direito das crianças e adolescentes).
Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, Curitiba - PR
Desde 1963, o Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, vem prestando expressivo serviço à comunidade curitibana.
Lar Escola São Francisco, São Paulo - SP
Proporciona tratamento nas seguintes áreas médicas: fisiatria, reumatologia, geriatria e pneumologia e nas áreas terapêuticas: Atividade Física Adaptada, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Nutrição, Oficina Terapêutica, Psicopedagogia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, e em Odontologia. Possuí escola especial de ensino infantil e de primeira a quarta série para crianças de 4 a 15 anos.
Lar Infantil Allan Kardek, São Paulo - SP
Site do Lar Infantil Allan Kardec, uma instituição que atende a crianças carentes.
Lar da Infância de Nice, São Paulo - SP
Fundado em 1972, o 'Lar da Infância de Nice' é uma entidade não governamental que abriga meninos e meninas de 0 a 17 anos que se encontram em situação de abandono.
Lar Nossa Senhora Aparecida, Parelheiros - SP
O Lar, como é conhecido no meio biker, é uma Instituição social, uma equipe de Mountain Bike, uma loja de bicicleta, um centro de treinamento, um local de alfabetização, uma grande família.
Lar Santo Antônio, Biritiba Mirim - SP
O Lar Santo Antônio é uma obra social administrada pelas Irmãs da Caridade do Japão e foi fundado em 1981, com a finalidade de acolher e atender as necessidades emergentes das crianças e adolescentes, oferecendo-lhes um lar, e com este, alimentação, vestuário, cuidados com a saúde integral e educação.
Lar, Amor, Luz e Esperança da Criança (LALEC), São Paulo - SP
Entidade beneficente de assistência social, não governamental e sem fins lucrativos que apoia crianças portadoras de HIV.
Legião da Boa Vontade (LBV)
A Legião da Boa Vontade (LBV) é uma associação civil de direito privado, beneficente, filantrópica, educacional, cultural, filosófica, ecumênica e altruística, sem fins econômicos, reconhecida no Brasil e no exterior por seu trabalho socioeducacional.
Missão Criança, Brasília - DF
A Missão Criança é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), não-governamental e sem fins lucrativos, voltada ao combate a todas as formas de pobreza e exclusão social, especialmente por meio de investimentos na área de educação.
Missão Evangélica de Amparo ao Menor (MEAME), Ijuí - RS
Entidade civil, filantrópica, sem fins lucrativos , que abriga crianças que não têm condições de viver em seu próprio lar, ou oriundos de um lar 'destruído'; muitas vezes são crianças abandonadas pelos pais e entregues para adoção.
Movimento de Adolescentes e Crianças (MAC)
Organização que esta a serviço da Organização e da Evangelização das Crianças e Adolescentes dos meios populares em todo o Brasil
Novo Lar Betânia, São Paulo - SP
O Novo Lar Betânia é uma ONG que atende 170 crianças/adolescentes, em três programas sociais: 100 crianças e adolescentes no Núcleo Sócio Educativo; 60 crianças no Centro de Educação Infantil e Casa Abrigo.
Orfanato Recanto Cristo Vivo
O Orfanato Recanto Cristo Vivo é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que vêm prestando assistência social, integral, gratuita.
Orfanato Santa Rita de Cássia, Rio de Janeiro - RJ
Site do Orfanato Santa Rita de Cássia. Informações sobre nossas crianças e adolescentes.
Projeto Acolher, Belo Horizonte - MG
O Projeto Acolher é uma ONG que trabalha com crianças em situação de risco social entre 6 e 10 anos residentes na Vila São Francisco e região, no noroeste de Belo Horizonte.
Projeto Aconchego, Brasília - DF
O Projeto Aconchego é uma entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1997, com atuação em todo o Distrito Federal. Tem como missão incentivar e apoiar ações que promovam a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em situação de abrigamento no Distrito Federal.
Projeto Criança Feliz
Projeto, apoiadores, resultados, projetos sociais, brinquedos educativos.
Projeto Sorriso de Criança
Grupo de Amigos que deseja proporcionar amor, carinho, alegria e diversão às crianças carentes.
Projeto Vida Feliz
O Projeto Vida Feliz nasceu em 1999, tendo como principal objetivo apoiar e encorajar estudantes, plantando e reafirmando valores éticos, morais, sociais e espirituais, como ferramentas que possibilitem uma Vida segura, saudável e Feliz.
São Martinho, Rio de Janeiro - RJ
São Martinho, as crianças, prestação de contas, notícias, projetos, doações.
Associação que atende crianças de 0 a 16 anos. O atendimento é totalmente gratuito, mantido pela Guarany Embalagens.
Casa de Apoio de Contagem, Contagem —MG
Fundada em 20 de julho de 1994, a instituição é uma sociedade civil sem fins lucrativos e de caráter filantrópico que atua nas áreas de educação, saúde, desenvolvimento social e protagonismo juvenil.
Casa da Criança Paralítica da Campinas (CCP), Campinas - SP
A Casa da Criança Paralítica oferece atendimento especializado nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontológica, psicologia, serviço social e pedagógica a crianças e adolescentes de 0 a 18 anos portadores de necessidades especiais na área física, com comprometimento neurológico, além de orientação à família.
Casa de Ensaio, Campo Grande — MS
A Casa de Ensaio existe para cultivar a cidadania e expandir conhecimentos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade em relação à cultura.
Casa de Francisco de Assis(CFA), Rio de Janeiro - RJ
A Casa de Francisco de Assis é uma Instituição Não Governamental, beneficente, filantrópica, com registro no CNAS — Conselho Nacional de Assistência Social e CMAS — Conselho Municipal de Assistência Social, reconhecida como de Utilidade Pública Estadual e Federal, CMDCA — Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; atuando no Terceiro Setor desde sua fundação em 1975.
Casa Lar Ebenezer, Santo André - SP
Com cara, tamanho e jeito de casa, o Lar Ebenezer é um abrigo beneficiente para crianças carentes em Santo André, São Paulo, que aguardam para serem adotadas ou retornarem a suas familias.
Casa Mateus, Mauá - SP
Tem como missão promover junto à comunidade local o desenvolvimento de crianças, jovens e famílias em situação de risco social, estimulando e potencializando suas capacidades e dons para o pleno exercício da cidadania.
Casa do Menino Jesus de Praga, Porto Alegre - RS
Instituição filantrópica, fundada em 1984, construída e mantida com apoio da comunidade, empresas e instituições, em terreno doado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O atendimento é direcionado a crianças com lesão cerebral grave e deficiência motora permanente, provenientes de famílias carentes e/ou desestruturadas da região metropolitana de Porto Alegre.
Casa de Nazaré Centro de Apoio ao Menor, Porto Alegre - RS
A Casa de Nazaré é uma instituição que, nos seus mais de 20 anos de atividades, realiza um trabalho de promoção da vida junto à comunidade da Vila Nossa Senhora da Graças, no Bairro Cristal, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Casa da Providência, Indaiatuba - SP
Tem como missão acompanhar as famílias, através de projeto sócio educativos e assistenciais que visam acolher, proteger, educar, socializar, trabalhando com situações de vulnerabilidade e riscos sociais e inserindo-as na comunidade com qualidade de vida.
Casa das Rosas - Centro de Apoio à infância e à juventude
Entidade cuja missão é contribuir para o desenvolvimento psicobiológico de jovens, oportunizando o crescimento de sua capacidade para o mercado de trabalho de sua região, diminuindo a violência e a minimizando os jovens no mundo do crime.
Casa Vó Benedita
A Casa Vó Benedita (CVB), com sede em Santos, é uma Instituição particular, sem fins lucrativos, que foi declarada de Utilidade Pública pela Lei nº 1599 de 19/06/97 e que mantém convênio com a Prefeitura Municipal de Santos.
Casas da Convivência Familiar (CCFs), Fortaleza - CE
O objetivo principal do projeto é abrigar as crianças no horário alternado ao da escola enquanto os pais trabalham.O projeto é completamente gratuito e oferece: amparo, respeito, carinho, dedicação, acompanhamento saúde e educação.
Centro de Adoção de Ribeirão Preto (CARIB),Ribeirão Preto - SP
Hoje, a entidade desenvolve o projeto de abrigo, atendendo cerca de vinte sete crianças, a maioria delas com até quatro anos de idade, mantendo convênios com a municipalidade e contando com o apoio da sociedade civil.O Carib proporciona moradia, assistência médica, psicológica, social, educacional, moral, afetiva e de lazer.
Centro de Assistencia Social de Capao Bonito
Instituição filantrópica criada para atendimento de crianças carentesde 0 até 14 anos de idade,em uma das regiõesmais pobres do Estado São Paulo/Brasil.
Centro Comunitário Irmão André (CECOIA), Campinas - SP
Busca promover ações que levem a socialização dos usuários e de seu grupo familiar, numa perspectiva de educação para a vida, exercício da cidadania e processo de conscientização social, participativo e emancipatório.
Centro de Orientaçao ao Adolescente de Campinas (COMEC), Campinas - SP
O COMEC - Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas - foi fundado em 1980pelo Juiz de Direito Dr. Rubens de Andrade Noronha e pelo Promotor de Justiça Dr. Hermano Roberto Santamaria, na época, respectivamente, Juiz e Curador de Menores, os quais coordenaram um grupo de pessoas preocupadas com a questão do adolescente autor de ato infracional na cidade de Campinas.
Centro de Reabilitação Jundiaí (CRJ), Jundiaí - SP
O Centro de Reabilitação Jundiaí é uma entidade filantrópica que atende a portadores de deficiência física e crianças com dificuldades de aprendizagem de Jundiaí e região.
Centro Social Padre Aldo da Tófori (CESPAT)
Fundado em 6 de fevereiro de 1996. Antes dessa data era chamado de CENTRO SOCIAL JOÃO XXIII. Objetivo foi sempre o mesmo: ser um recurso voltado para a população carente da região.
Centro de Treinamento de Adolescentes Dom João Bosco (CTA)
Desenvolve trabalhos com crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal, na faixa etária de 07 a 18 anos de ambos os sexos, residentes na zona rural e urbana, vinda de famílias com extrema carência afetiva e financeira.
Cepac Barueri
Fundada em 05 de maio de 1993, a Associação para Proteção das Crianças e Adolescentes, mais conhecida como CEPAC, é uma organização não-governamental sem fins lucrativos.
Comunidade Do Amor
A Comunidade do Amor nasceu da união de ideais de pessoas que acreditam que a Educação Continuada complementa a Educação Formal e é um agente de conscientização e formação social.
Creche - Sinhazinha Meirelles, São Paulo - SP
Informações gerais sobre a creche, atividades desenvolvidas e espaço para quem deseja oferece ajudar a instituição.
Creche Cantinho de Luz, Campinas - SP
Tem como missão proporcionar condições para o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, mediante práticas de incentivo à sua autonomia, criatividade e responsabilidade.
Creche Frederico Cozanam, Brasília - DF
Histórico da creche, diretoria, equipe de trabalho, instalações, álbum de fotos, e outros conteúdos.
Creche Hilda Vertematti, São Bernardo do Campo — SP
Nasceu em 2004 do sonho de proporcionar à criança carente a oportunidade de alimentar suas esperança em um futuro melhor através da educação infantil. Atende gratuitamente 50 crianças de um a quatro anos de idade provenientes de famílias de baixa ou nenhuma renda e que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Creche Nosso Sonho, Rio de Janeiro - RJ
Informações sobre a filosofia da escola, hotelzinho, instalações, notícias, eventos, equipe, atividades, nutrição, entre outras.
Cteg Casa Transitória de Embu Guaçu, Embu Guaçu - SP
A Casa Transitória de Embu Guaçu é uma entidade sem fins lucrativos que abriga crianças vítimas de maus tratos, destituidas de seus lares mediante ordem judicial.
ERÊ - Projeto Alternativo de Apoio a Meninos e Meninas de Rua, Maceió - AL
O Erê é uma ONG (Organização Não Governamental) de natureza assistencial e de caráter sócio-educativo e cultural que atualmente trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social nas ruas e praças centrais e comunidades periféricas de Maceió.
Espaço Maria Helena Marinho, Recife - PE
O Espaço Maria Helena Marinho do Movimento Pró-Criança - EMHM-MPC - é uma sub-sede do Movimento Pró-Criança, instituição sem fins lucrativos que desenvolve atividades de arte-educação com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social provenientes das comunidades carentes da Região Metropolitana do Recife.
Estrela Guia, Santos - SP
A Associação de Assistência a Infância Estrela Guia (A.A.I.E.G), Fundada em 09/10/1980, surgiu da iniciativa de 34 pessoas envolvidas em ações sociais. É de caráter filantrópico, iniciou suas atividades na Rua Alfaia Rodrigues, atendendo 18 crianças de 2 anos até 6 anos e 11 meses.
Fundo Cristão para Crianças
O Fundo Cristão para Crianças promove o desenvolvimento do potencial da criança e do adolescente, com o envolvimento da família e comunidade, através de ações que fortaleçam o exercício da cidadania para a melhoria das condições de vida.
Organização não governamental de apoio à criança carente, através do sistema de apadrinhamento.
Grupo Assistencial Alvorada Nova, São Paulo - SP
O GAAN - Grupo Assistencial Alvorada Nova é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em Junho de 1996, cujo objetivo é abrigar 10 crianças, abandonadas, carentes, vítimas de violência ou órfãs de 0 a 4 anos de idade.
Instituto da Criança, Rio de Janeiro - RJ
O Instituto da Criança é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que apóia projetos no Rio de Janeiro e São Paulo.
Instituto Francisca de Souza Peixoto, Cataguases - MG
O Instituto Francisca de Souza Peixoto sempre teve o objetivo de promover ações conjuntas e hoje inúmeras empresas e instituições locais participam de diversas iniciativas em projetos de educação, cultura, saúde, esportes e cidadania.
Instituto Humberto Campos, Sorocaba - SP
Entidade sem fins lucrativos, onde atende a 365 crianças e adolescentes, de 06 à 16 anos, com atividades que complementam seu horários escolar.
Instituto da Infância (IFAN), Fortaleza - CE
O Instituto da Infância (IFAN) é uma associação civil sem fins lucrativos, constituída no ano de 1999, com sede administrativa em Fortaleza (CE) e um escritório operativo em São Luiz (MA), atua nos 05 Estados da Região Nordeste do Brasil (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).
Instituto Presbiteriano Álvaro Reis de Assistência à Criança e ao Adolescente (INPAR)
Página do Instituto Presbiteriano Alvaro Reis de Assistência à criança e ao adolescente.
Instituto Social - CEVAD - Casa de Acolhida Irmã Tereza, São Paulo - SP
O CEVAD é uma instituição filantrópica fundada em 2003 por Irmã Tereza Ferraz Moreira, Franciscana Secular da Ordem Terceira, que desde os 14 anos de idade, há mais de quarenta anos, vem recebendo mensagens Divinas nítidas e claras de que está sendo escolhida para uma missão muito grande 'Você deve criar o projeto CEVAD para gerar o caminho de Como Encontrar Vida, Amor e Deus, destinado à busca dos Meus filhos que estão jogados nas ruas pelo mundo afora com frio, com sede, com fome, sem teto e sem saber como Me encontrar'.
Lar do Caminho
Organização privada, sem fins lucrativos e sem vínculos políticos ou religiosos. Tem como missão promover o desenvolvimento integral de crianças em situação de abandono durante todo o seu período de crescimento.
Lar da Criança Feliz, Campinas - SP
Tem como objetivo objetivo de amparar crianças órfãs e desassistidas, encaminhadas pelo Conselho Tutelar de Campinas e pela Vara da Infância e Juventude.
Lar Escola Agricola a Semente, São Paulo - SP
O Lar Agrícola a Semente abriga, ampara e educa crianças carentes promovendo atividades e serviços que visem a melhoria da vida da população infanto-juvenil de acordo e inspirado no E.C.A. (Estatuto do direito das crianças e adolescentes).
Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, Curitiba - PR
Desde 1963, o Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, vem prestando expressivo serviço à comunidade curitibana.
Lar Escola São Francisco, São Paulo - SP
Proporciona tratamento nas seguintes áreas médicas: fisiatria, reumatologia, geriatria e pneumologia e nas áreas terapêuticas: Atividade Física Adaptada, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Nutrição, Oficina Terapêutica, Psicopedagogia, Psicologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, e em Odontologia. Possuí escola especial de ensino infantil e de primeira a quarta série para crianças de 4 a 15 anos.
Lar Infantil Allan Kardek, São Paulo - SP
Site do Lar Infantil Allan Kardec, uma instituição que atende a crianças carentes.
Lar da Infância de Nice, São Paulo - SP
Fundado em 1972, o 'Lar da Infância de Nice' é uma entidade não governamental que abriga meninos e meninas de 0 a 17 anos que se encontram em situação de abandono.
Lar Nossa Senhora Aparecida, Parelheiros - SP
O Lar, como é conhecido no meio biker, é uma Instituição social, uma equipe de Mountain Bike, uma loja de bicicleta, um centro de treinamento, um local de alfabetização, uma grande família.
Lar Santo Antônio, Biritiba Mirim - SP
O Lar Santo Antônio é uma obra social administrada pelas Irmãs da Caridade do Japão e foi fundado em 1981, com a finalidade de acolher e atender as necessidades emergentes das crianças e adolescentes, oferecendo-lhes um lar, e com este, alimentação, vestuário, cuidados com a saúde integral e educação.
Lar, Amor, Luz e Esperança da Criança (LALEC), São Paulo - SP
Entidade beneficente de assistência social, não governamental e sem fins lucrativos que apoia crianças portadoras de HIV.
Legião da Boa Vontade (LBV)
A Legião da Boa Vontade (LBV) é uma associação civil de direito privado, beneficente, filantrópica, educacional, cultural, filosófica, ecumênica e altruística, sem fins econômicos, reconhecida no Brasil e no exterior por seu trabalho socioeducacional.
Missão Criança, Brasília - DF
A Missão Criança é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), não-governamental e sem fins lucrativos, voltada ao combate a todas as formas de pobreza e exclusão social, especialmente por meio de investimentos na área de educação.
Missão Evangélica de Amparo ao Menor (MEAME), Ijuí - RS
Entidade civil, filantrópica, sem fins lucrativos , que abriga crianças que não têm condições de viver em seu próprio lar, ou oriundos de um lar 'destruído'; muitas vezes são crianças abandonadas pelos pais e entregues para adoção.
Movimento de Adolescentes e Crianças (MAC)
Organização que esta a serviço da Organização e da Evangelização das Crianças e Adolescentes dos meios populares em todo o Brasil
Novo Lar Betânia, São Paulo - SP
O Novo Lar Betânia é uma ONG que atende 170 crianças/adolescentes, em três programas sociais: 100 crianças e adolescentes no Núcleo Sócio Educativo; 60 crianças no Centro de Educação Infantil e Casa Abrigo.
Orfanato Recanto Cristo Vivo
O Orfanato Recanto Cristo Vivo é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que vêm prestando assistência social, integral, gratuita.
Orfanato Santa Rita de Cássia, Rio de Janeiro - RJ
Site do Orfanato Santa Rita de Cássia. Informações sobre nossas crianças e adolescentes.
Projeto Acolher, Belo Horizonte - MG
O Projeto Acolher é uma ONG que trabalha com crianças em situação de risco social entre 6 e 10 anos residentes na Vila São Francisco e região, no noroeste de Belo Horizonte.
Projeto Aconchego, Brasília - DF
O Projeto Aconchego é uma entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1997, com atuação em todo o Distrito Federal. Tem como missão incentivar e apoiar ações que promovam a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes em situação de abrigamento no Distrito Federal.
Projeto Criança Feliz
Projeto, apoiadores, resultados, projetos sociais, brinquedos educativos.
Projeto Sorriso de Criança
Grupo de Amigos que deseja proporcionar amor, carinho, alegria e diversão às crianças carentes.
Projeto Vida Feliz
O Projeto Vida Feliz nasceu em 1999, tendo como principal objetivo apoiar e encorajar estudantes, plantando e reafirmando valores éticos, morais, sociais e espirituais, como ferramentas que possibilitem uma Vida segura, saudável e Feliz.
São Martinho, Rio de Janeiro - RJ
São Martinho, as crianças, prestação de contas, notícias, projetos, doações.
Cadastro nacional , três anos com mais de 3 mil adoções
Perfil pretendido e realidade dos abrigos ainda dificultam aproximação.
Cadastro tem hoje 4,5 mil crianças; nos abrigos, há mais de 29 mil.
Em três anos, 3.015 adoções, quase três por dia. A marca, alcançada pelo Cadastro Nacional de Adoção, criado em abril de 2008, surpreende e faz a principal ferramenta para unir pretendentes a pais às crianças que aguardam uma família no Brasil ser considerada um avanço na área da infância e juventude.
“Antes não havia nada. Não havia uma relação de crianças disponibilizadas para adoção. Também não havia um cadastro de candidatos elencados em todo o Brasil. Isso gerava um transtorno porque eles tinham que percorrer comarca por comarca levando sua carta de habilitação e, às vezes, tendo que se submeter a um processo iniciado do zero”, diz Maria Bárbara Toledo, da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad).
Estudo revela queda no preconceito dos pais na hora de adotar criançasA presidente do Grupo de Apoio à Adoção de SP (Gaasp), Mônica Natale, lembra bem dessas dificuldades. Há oito anos, foi a 25 cidades diferentes fora do estado de São Paulo para tentar acelerar o sonho de ser mãe. Um ano após a peregrinação, obteve resultado: conseguiu adotar um menino, ainda bebê, no Rio Grande do Sul. Alberto tem hoje 7 anos.
Após a implementação do cadastro de forma efetiva nos 26 estados há cerca de dois anos, Mônica, que tem 45 anos e é tecnóloga em construção civil, decidiu dar um irmão ou uma irmã a Alberto. Sem sair de casa, recebeu uma chamada de Minas Gerais. Era o prenúncio da chegada de Bruna, hoje com 1 ano e 8 meses, que passou a fazer parte da família em dezembro de 2009.
“Eu tenho a absoluta certeza de que o cadastro facilitou a vida de todos. Ele evita a chamada adoção à brasileira e permite que toda a equipe que trabalha nas varas da infância tenha acesso aos dados. No Paraná, há o caso de um juiz que foi à procura de pais para cinco irmãos. Não havia nenhuma expectativa de conseguir esse perfil em Cascavel, mas uma família de fora do estado estava aberta a essa opção no cadastro e a aproximação foi feita com sucesso. É um exemplo emblemático”, afirma a diretora-adjunta da Coordenadoria da Infância e Juventude da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Maria Roseli Guiessmann.
Apesar dos avanços, nem tudo é motivo para comemoração. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obtidos pelo G1 mostram que existem hoje 4.513 crianças cadastradas aptas à adoção. Nos abrigos, a estatística oficial aponta 29.144, mas o número pode ser ainda maior. E apesar de haver 26.820 mil pretendentes no cadastro, o abismo que os separam das crianças e adolescentes ainda é enorme. Mais de 30% das crianças disponíveis aguardam um futuro lar nessas instituições junto com seus irmãos, enquanto menos de 20% dos pretendentes estão abertos a levar para casa mais de um filho.
Segundo o CNJ, São Paulo é o estado com mais crianças cadastradas (1.198) e pretendentes (6.936). Amapá e Piauí não têm nenhuma criança no cadastro (apesar de possuírem mais de cem em abrigos).
“O cadastro está funcionando, sim, mas não da forma que deveria. Depois de ele implantado, descobriu-se que o processo não andava tão mais rápido porque nem todas as crianças estavam no cadastro, apesar de todos os pretendentes estarem lá. Se for pegar o dado atualizado, há muitas crianças e muitos adolescentes que não estão no perfil que a maioria deseja. E esse número não muda”, diz Mônica.
“De fato quando se faz o diagnóstico do número de crianças disponibilizadas comparando com as que estão nos abrigos, é possível ver que há algum nó, algum equívoco, algum mistério não revelado”, diz Maria Bárbara Toledo.
Problemas de estrutura
O problema, na maior parte dos casos, diz respeito à não destituição do poder familiar. No cadastro só são incluídas as crianças e adolescentes que já não têm mais vínculo algum com os pais. Para isso, é preciso que tenha sido dada uma sentença e que ela tenha transitado em julgado (ou seja, que não seja mais possível recorrer dessa decisão), o que pode fazer com que os casos se arrastem por anos.
A demora nos julgamentos acontece, muitas vezes, por falta de estrutura, reconhece o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Nicolau Lupianhes Neto. “Falta estrutura material e humana nas varas de infância e juventude. Faltam psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e outros profissionais para as equipes interdisciplinares. O número é irrisório para atender a demanda, o que atrasa o processo, porque o juiz necessita do auxílio dos profissionais”, afirma o juiz.
Segundo a nova lei de adoção, de novembro de 2009, a permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não deve se prolongar por mais de dois anos, “salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária”.
A criança não pertence à família biológica. Ela pertence àquela família capaz de amar mais"Maria Bárbara Toledo, presidente da AngaadNos últimos meses, foram feitas em todo o país as chamadas audiências concentradas nos abrigos. Lupianhes Neto estima que até 30% das crianças abrigadas tenham voltado para as famílias de origem. “Se elas forem reintegradas e ali conseguirem se desenvolver satisfatoriamente, dignamente, é o desejado por todos. A adoção tem de ser a última opção, a exceção. O ideal é que a criança conviva na sua família”, diz.
Maria Bárbara afirma, no entanto, que o número esconde uma realidade perversa. “Muitas vezes em que se coloca uma criança de volta à família, o número baixa, mas depois volta a crescer. A tentativa de reintegrar nem sempre dá certo. O que se precisa entender é que a criança não pertence à família biológica, ela pertence àquela família capaz de amar mais, cuidar mais.”
Alberto foi adotado antes do cadastro, após mãe percorrer 25 cidades fora de SP e encontrá-lo em Porto Alegre (Foto: Daigo Oliva/G1)
Perfil
Um problema que ainda persiste quando o assunto é adoção é a falta de sintonia entre as preferências de quem quer adotar e o perfil das crianças. Dados do CNJ mostram, por exemplo, que apenas 1/3 das crianças aptas no cadastro são brancas. O índice dos que só aceitam crianças brancas, entretanto, ainda é alto: 37%.
A presidente do Gaasp diz que há um trabalho para mudar essa posição dos pretendentes e que ele tem dado resultado. No ano passado, segundo ela, o grupo fez um acompanhamento de 14 adoções feitas em São Paulo. Seis famílias mudaram o perfil desejado de início. “Ou queriam um bebê e adotaram um maior, ou queriam um branco e adotaram uma criança parda ou negra, ou queriam um e adotaram irmãos. Três preencheram o cadastro após ir ao grupo, o que já fez eles entrarem abertos às opções. Só cinco mantiveram a posição inicial.”
A gente vem trabalhando para trazer o filho desejado o mais próximo do filho real"Mônica Natale, presidente do Gaasp“A gente vem trabalhando para trazer o filho desejado o mais próximo possível do filho real. E a gente tem que trabalhar o porquê daquele perfil. Muitas vezes os pais querem uma criança que se pareça com eles para não contar para ela. Quando eles percebem que se essa mentira for escondida, um dia a criança vai descobrir e, se isso ocorrer na adolescência, mina todo o relacionamento, muda essa mentalidade”, afirma Mônica.
Ela conta que, no seu caso, a única exigência ao adotar a segunda criança é que ela fosse mais nova que o outro filho, prestes a fazer 6 anos. “A gente só queria mais nova para ele não se sentir enciumado. A gente dizia que ia chegar um irmãozinho que ele ia ensinar a jogar videogame ou uma irmãzinha e que ele ia ser o ajudante.”
A adoção tardia e de grupo de irmãos ainda são as mais difíceis. Isso porque apenas 17% dos pretendentes aceitam adotar mais de uma criança. “É difícil, mas não impossível. Isso acontece porque as famílias estão preparadas financeiramente para um filho. É até desonesto falar em preconceito. As famílias na verdade estão sendo responsáveis, têm um planejamento. E quando acontece essa adoção é porque os pais se apaixonam mesmo pelo grupo de irmãos”, afirma Maria Bárbara Toledo.
Exemplo disso é o caso do economista Marcelo Monteiro, de 42 anos, e da mulher Luciana, de 40, do Rio de Janeiro. Os dois decidiram se tornar pais muito tarde e não conseguiram ter um filho biológico. Ao optarem pela adoção, ficaram logo com três, todos com mais de 1 ano de idade.
“Eu e minha mulher trabalhamos o dia todo e já não queríamos bebê. Eu não queria ficar à noite acordado, com bebê chorando. A gente queria conversar com a criança, interagir com ela. Mas nós pretendíamos adotar filhos menores de 6 anos. Com o tempo, passamos a frequentar a ONG Quintal de Casa de Ana e fomos mudando o perfil.”
É uma troca. Eles nos fazem felizes e a gente tenta fazer o mesmo"Marcelo Monteiro, economista, pai de três crianças adotadasMonteiro diz que foi convidado a conhecer três crianças em um abrigo, um menino então com 3 anos, uma menina com 8 e um outro garoto com 10. “No primeiro momento, a gente já se identificou com as crianças e elas com a gente. É por isso que eu falo para as pessoas esquecerem essa questão de perfil. Elas têm que se dar o direito de conhecer a criança. Porque a criança ideal não existe. Já a real vai rir com você, se divertir no momento em que estiver lá.”
Dois anos depois da adoção, e de uma mudança total na vida do casal, o economista diz que o fato de eles serem irmãos só ajudou. “Acabou facilitando o processo de integração porque um ajudou o outro nessa nova realidade, nessa nova família. Foi um processo de transição sem que eles se sentissem isolados.”
Monteiro conta que, agora, o que existe é uma “relação de troca” e de “cumplicidade”. “Eles nos fazem felizes e a gente tenta fazer o mesmo.”
Cadastro tem hoje 4,5 mil crianças; nos abrigos, há mais de 29 mil.
Em três anos, 3.015 adoções, quase três por dia. A marca, alcançada pelo Cadastro Nacional de Adoção, criado em abril de 2008, surpreende e faz a principal ferramenta para unir pretendentes a pais às crianças que aguardam uma família no Brasil ser considerada um avanço na área da infância e juventude.
“Antes não havia nada. Não havia uma relação de crianças disponibilizadas para adoção. Também não havia um cadastro de candidatos elencados em todo o Brasil. Isso gerava um transtorno porque eles tinham que percorrer comarca por comarca levando sua carta de habilitação e, às vezes, tendo que se submeter a um processo iniciado do zero”, diz Maria Bárbara Toledo, da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad).
Estudo revela queda no preconceito dos pais na hora de adotar criançasA presidente do Grupo de Apoio à Adoção de SP (Gaasp), Mônica Natale, lembra bem dessas dificuldades. Há oito anos, foi a 25 cidades diferentes fora do estado de São Paulo para tentar acelerar o sonho de ser mãe. Um ano após a peregrinação, obteve resultado: conseguiu adotar um menino, ainda bebê, no Rio Grande do Sul. Alberto tem hoje 7 anos.
Após a implementação do cadastro de forma efetiva nos 26 estados há cerca de dois anos, Mônica, que tem 45 anos e é tecnóloga em construção civil, decidiu dar um irmão ou uma irmã a Alberto. Sem sair de casa, recebeu uma chamada de Minas Gerais. Era o prenúncio da chegada de Bruna, hoje com 1 ano e 8 meses, que passou a fazer parte da família em dezembro de 2009.
“Eu tenho a absoluta certeza de que o cadastro facilitou a vida de todos. Ele evita a chamada adoção à brasileira e permite que toda a equipe que trabalha nas varas da infância tenha acesso aos dados. No Paraná, há o caso de um juiz que foi à procura de pais para cinco irmãos. Não havia nenhuma expectativa de conseguir esse perfil em Cascavel, mas uma família de fora do estado estava aberta a essa opção no cadastro e a aproximação foi feita com sucesso. É um exemplo emblemático”, afirma a diretora-adjunta da Coordenadoria da Infância e Juventude da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Maria Roseli Guiessmann.
Apesar dos avanços, nem tudo é motivo para comemoração. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obtidos pelo G1 mostram que existem hoje 4.513 crianças cadastradas aptas à adoção. Nos abrigos, a estatística oficial aponta 29.144, mas o número pode ser ainda maior. E apesar de haver 26.820 mil pretendentes no cadastro, o abismo que os separam das crianças e adolescentes ainda é enorme. Mais de 30% das crianças disponíveis aguardam um futuro lar nessas instituições junto com seus irmãos, enquanto menos de 20% dos pretendentes estão abertos a levar para casa mais de um filho.
Segundo o CNJ, São Paulo é o estado com mais crianças cadastradas (1.198) e pretendentes (6.936). Amapá e Piauí não têm nenhuma criança no cadastro (apesar de possuírem mais de cem em abrigos).
“O cadastro está funcionando, sim, mas não da forma que deveria. Depois de ele implantado, descobriu-se que o processo não andava tão mais rápido porque nem todas as crianças estavam no cadastro, apesar de todos os pretendentes estarem lá. Se for pegar o dado atualizado, há muitas crianças e muitos adolescentes que não estão no perfil que a maioria deseja. E esse número não muda”, diz Mônica.
“De fato quando se faz o diagnóstico do número de crianças disponibilizadas comparando com as que estão nos abrigos, é possível ver que há algum nó, algum equívoco, algum mistério não revelado”, diz Maria Bárbara Toledo.
Problemas de estrutura
O problema, na maior parte dos casos, diz respeito à não destituição do poder familiar. No cadastro só são incluídas as crianças e adolescentes que já não têm mais vínculo algum com os pais. Para isso, é preciso que tenha sido dada uma sentença e que ela tenha transitado em julgado (ou seja, que não seja mais possível recorrer dessa decisão), o que pode fazer com que os casos se arrastem por anos.
A demora nos julgamentos acontece, muitas vezes, por falta de estrutura, reconhece o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Nicolau Lupianhes Neto. “Falta estrutura material e humana nas varas de infância e juventude. Faltam psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e outros profissionais para as equipes interdisciplinares. O número é irrisório para atender a demanda, o que atrasa o processo, porque o juiz necessita do auxílio dos profissionais”, afirma o juiz.
Segundo a nova lei de adoção, de novembro de 2009, a permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não deve se prolongar por mais de dois anos, “salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária”.
A criança não pertence à família biológica. Ela pertence àquela família capaz de amar mais"Maria Bárbara Toledo, presidente da AngaadNos últimos meses, foram feitas em todo o país as chamadas audiências concentradas nos abrigos. Lupianhes Neto estima que até 30% das crianças abrigadas tenham voltado para as famílias de origem. “Se elas forem reintegradas e ali conseguirem se desenvolver satisfatoriamente, dignamente, é o desejado por todos. A adoção tem de ser a última opção, a exceção. O ideal é que a criança conviva na sua família”, diz.
Maria Bárbara afirma, no entanto, que o número esconde uma realidade perversa. “Muitas vezes em que se coloca uma criança de volta à família, o número baixa, mas depois volta a crescer. A tentativa de reintegrar nem sempre dá certo. O que se precisa entender é que a criança não pertence à família biológica, ela pertence àquela família capaz de amar mais, cuidar mais.”
Alberto foi adotado antes do cadastro, após mãe percorrer 25 cidades fora de SP e encontrá-lo em Porto Alegre (Foto: Daigo Oliva/G1)
Perfil
Um problema que ainda persiste quando o assunto é adoção é a falta de sintonia entre as preferências de quem quer adotar e o perfil das crianças. Dados do CNJ mostram, por exemplo, que apenas 1/3 das crianças aptas no cadastro são brancas. O índice dos que só aceitam crianças brancas, entretanto, ainda é alto: 37%.
A presidente do Gaasp diz que há um trabalho para mudar essa posição dos pretendentes e que ele tem dado resultado. No ano passado, segundo ela, o grupo fez um acompanhamento de 14 adoções feitas em São Paulo. Seis famílias mudaram o perfil desejado de início. “Ou queriam um bebê e adotaram um maior, ou queriam um branco e adotaram uma criança parda ou negra, ou queriam um e adotaram irmãos. Três preencheram o cadastro após ir ao grupo, o que já fez eles entrarem abertos às opções. Só cinco mantiveram a posição inicial.”
A gente vem trabalhando para trazer o filho desejado o mais próximo do filho real"Mônica Natale, presidente do Gaasp“A gente vem trabalhando para trazer o filho desejado o mais próximo possível do filho real. E a gente tem que trabalhar o porquê daquele perfil. Muitas vezes os pais querem uma criança que se pareça com eles para não contar para ela. Quando eles percebem que se essa mentira for escondida, um dia a criança vai descobrir e, se isso ocorrer na adolescência, mina todo o relacionamento, muda essa mentalidade”, afirma Mônica.
Ela conta que, no seu caso, a única exigência ao adotar a segunda criança é que ela fosse mais nova que o outro filho, prestes a fazer 6 anos. “A gente só queria mais nova para ele não se sentir enciumado. A gente dizia que ia chegar um irmãozinho que ele ia ensinar a jogar videogame ou uma irmãzinha e que ele ia ser o ajudante.”
A adoção tardia e de grupo de irmãos ainda são as mais difíceis. Isso porque apenas 17% dos pretendentes aceitam adotar mais de uma criança. “É difícil, mas não impossível. Isso acontece porque as famílias estão preparadas financeiramente para um filho. É até desonesto falar em preconceito. As famílias na verdade estão sendo responsáveis, têm um planejamento. E quando acontece essa adoção é porque os pais se apaixonam mesmo pelo grupo de irmãos”, afirma Maria Bárbara Toledo.
Exemplo disso é o caso do economista Marcelo Monteiro, de 42 anos, e da mulher Luciana, de 40, do Rio de Janeiro. Os dois decidiram se tornar pais muito tarde e não conseguiram ter um filho biológico. Ao optarem pela adoção, ficaram logo com três, todos com mais de 1 ano de idade.
“Eu e minha mulher trabalhamos o dia todo e já não queríamos bebê. Eu não queria ficar à noite acordado, com bebê chorando. A gente queria conversar com a criança, interagir com ela. Mas nós pretendíamos adotar filhos menores de 6 anos. Com o tempo, passamos a frequentar a ONG Quintal de Casa de Ana e fomos mudando o perfil.”
É uma troca. Eles nos fazem felizes e a gente tenta fazer o mesmo"Marcelo Monteiro, economista, pai de três crianças adotadasMonteiro diz que foi convidado a conhecer três crianças em um abrigo, um menino então com 3 anos, uma menina com 8 e um outro garoto com 10. “No primeiro momento, a gente já se identificou com as crianças e elas com a gente. É por isso que eu falo para as pessoas esquecerem essa questão de perfil. Elas têm que se dar o direito de conhecer a criança. Porque a criança ideal não existe. Já a real vai rir com você, se divertir no momento em que estiver lá.”
Dois anos depois da adoção, e de uma mudança total na vida do casal, o economista diz que o fato de eles serem irmãos só ajudou. “Acabou facilitando o processo de integração porque um ajudou o outro nessa nova realidade, nessa nova família. Foi um processo de transição sem que eles se sentissem isolados.”
Monteiro conta que, agora, o que existe é uma “relação de troca” e de “cumplicidade”. “Eles nos fazem felizes e a gente tenta fazer o mesmo.”
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Cor da pele é o maior fator de rejeição; 500 crianças vivem em abrigos do Estado ou filnatrópicos.
Setenta crianças esperam pela adoção em Mato Grosso
Atualmente 72 crianças e adolescentes estão preparadas para serem adotadas e, na contramão disso, chega a 300 o número de pessoas na lista de espera para adotar uma criança. Em Cuiabá e Várzea Grande 47 crianças estão na lista de espera.
A procura maior que a oferta não é bom sinal neste caso. Isso significa que as crianças que estão em abrigos não correspondem às características desejadas por quem quer adotar.
O cadastro de adoções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela uma realidade cruel: 37,25% dos candidatos a pais, 11.316 do total de 30 mil, só aceitam receber em seus lares crianças brancas. Ou seja, se houver uma criança disponível, mas com outra cor de pele, a adoção não será considerada por esses adultos.
De acordo com os números do cadastro, a raça ainda é um fator essencial na hora de uma família escolher uma criança. Dos adultos inscritos, 14.259, ou 46,94%, fazem questão de escolher a cor da pele do futuro filho.
Além das exigências caucasianas, 5,81% (1.764) só aceitam uma criança de pele parda; 1,91% (579) só aceita uma criança negra; 1% (304) só aceita uma criança amarela; e 0,97% (296), uma criança indígena.
É o que explica a diretora do Ceja, Elaine Zorgetti Pereira. "Muitas pessoas quando decidem adotar já traçaram um perfil da criança que querem. Geralmente querem uma criança branca, com menos de três anos, que não tenha irmãos e que não possua deficiência física ou mental", explicou.
Elaine informou que cerca de 500 crianças vivem em abrigos no Estado, mas nem todos podem ser adotados. "A criança só fica pronta para a adoção quando a família perde o Poder Pátrio sobre ela. Além disso, a criança passa por um tratamento psicológico até ficar preparada para conviver com outra família".
Como adotar
Além de preparar as crianças para a adoção, o Ceja também prepara as pessoas que estão dispostas a adotar. Quem decide adotar deve procurar o Fórum de sua cidade, com os documentos pessoais e fazer o cadastro de pretendente. Depois da análise e aprovação da documentação, psicólogos e assistentes sociais fazem entrevistas e visitas na casa do requerente.
A parte final de todo o processo é o curso preparatório para adoção. Finalizado o curso e com a aprovação em todos o quesitos a pessoa está habilitada para adotar. Estando em ordem a documentação, em média o cumprimento dos atos processuais já enumerados leva 15 dias entre o ajuizamento e a decisão.
Elaine explica que em caso de adoção todo o cuidado é pouco. "A nossa maior preocupação são as crianças que, em sua grande maioria, já foram rejeitadas por seus pais biológicos. Não podemos permitir que o menor seja adotado e depois devolvido, como acontecia em um passado não muito distante", revelou a diretora.
As buscas por lares para as crianças que vivem em abrigos passam por quatro esferas. "Primeiramente procurados na própria comarca, depois no cadastro estadual e nacional, em último caso recorremos para a adoção internacional. Antes da criação do Ceja era comum que crianças brasileiras fossem adotadas por estrangeiros. Hoje uma das principais preocupações é que as crianças fiquem no território nacional", explicou Elaine.
Atualmente 72 crianças e adolescentes estão preparadas para serem adotadas e, na contramão disso, chega a 300 o número de pessoas na lista de espera para adotar uma criança. Em Cuiabá e Várzea Grande 47 crianças estão na lista de espera.
A procura maior que a oferta não é bom sinal neste caso. Isso significa que as crianças que estão em abrigos não correspondem às características desejadas por quem quer adotar.
O cadastro de adoções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela uma realidade cruel: 37,25% dos candidatos a pais, 11.316 do total de 30 mil, só aceitam receber em seus lares crianças brancas. Ou seja, se houver uma criança disponível, mas com outra cor de pele, a adoção não será considerada por esses adultos.
De acordo com os números do cadastro, a raça ainda é um fator essencial na hora de uma família escolher uma criança. Dos adultos inscritos, 14.259, ou 46,94%, fazem questão de escolher a cor da pele do futuro filho.
Além das exigências caucasianas, 5,81% (1.764) só aceitam uma criança de pele parda; 1,91% (579) só aceita uma criança negra; 1% (304) só aceita uma criança amarela; e 0,97% (296), uma criança indígena.
É o que explica a diretora do Ceja, Elaine Zorgetti Pereira. "Muitas pessoas quando decidem adotar já traçaram um perfil da criança que querem. Geralmente querem uma criança branca, com menos de três anos, que não tenha irmãos e que não possua deficiência física ou mental", explicou.
Elaine informou que cerca de 500 crianças vivem em abrigos no Estado, mas nem todos podem ser adotados. "A criança só fica pronta para a adoção quando a família perde o Poder Pátrio sobre ela. Além disso, a criança passa por um tratamento psicológico até ficar preparada para conviver com outra família".
Como adotar
Além de preparar as crianças para a adoção, o Ceja também prepara as pessoas que estão dispostas a adotar. Quem decide adotar deve procurar o Fórum de sua cidade, com os documentos pessoais e fazer o cadastro de pretendente. Depois da análise e aprovação da documentação, psicólogos e assistentes sociais fazem entrevistas e visitas na casa do requerente.
A parte final de todo o processo é o curso preparatório para adoção. Finalizado o curso e com a aprovação em todos o quesitos a pessoa está habilitada para adotar. Estando em ordem a documentação, em média o cumprimento dos atos processuais já enumerados leva 15 dias entre o ajuizamento e a decisão.
Elaine explica que em caso de adoção todo o cuidado é pouco. "A nossa maior preocupação são as crianças que, em sua grande maioria, já foram rejeitadas por seus pais biológicos. Não podemos permitir que o menor seja adotado e depois devolvido, como acontecia em um passado não muito distante", revelou a diretora.
As buscas por lares para as crianças que vivem em abrigos passam por quatro esferas. "Primeiramente procurados na própria comarca, depois no cadastro estadual e nacional, em último caso recorremos para a adoção internacional. Antes da criação do Ceja era comum que crianças brasileiras fossem adotadas por estrangeiros. Hoje uma das principais preocupações é que as crianças fiquem no território nacional", explicou Elaine.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Um bebê recém-nascido foi arremessado de um carro e atropelado por outro, em Guarulhos
Um bebê recém-nascido foi arremessado de um carro e atropelado por outro, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde de sábado. De acordo com a polícia, a criança, do sexo masculino, tinha cerca de 60 centímetros. Foi encontrada morta pelos policiais militares, que foram ao local após receberem denúncia pelo 190.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, a denúncia de um corpo na esquina das ruas José de Andrade com Bartolomeu de Gusmão, no Jardim Santa Francisca, levou os policiais ao local. Ao chegarem, os PMs foram informados por moradores de que uma pessoa num carro jogou um saco de lixo com o bebê pela janela.
Um automóvel que vinha atrás passou por cima. O número da placa não foi anotado.
"Pensei que era um cachorrinho, porque vi a cabecinha estava dentro da sacola e corpo para fora. Me assustei quando percebi que era uma criança e não um animal. Quem abandonou essa criança é um monstro", disse uma moradora.
O caso foi registrado como homicídio. De acordo com a polícia, uma mulher que deu entrada com sangramento num hospital em Guarulhos está sendo investigada por policiais do 1º Distrito Policial.
Aparecida Petrowky atua em peça sobre adoção. História se mistura com a vida
Em ‘Meu filho sem nome’, Aparecida vive uma mulher que adotou uma criança e vive rodeada de medos.
A história de vida de Aparecida Petrowky daria uma novela. “Minha mãe biológica e minha avó vieram de Minas Gerais para o Rio para trabalhar em casa de família. Um mês depois minha avó faleceu e minha mãe teve que se virar sozinha. Aos 14 anos ela engravidou de mim, mas não tinha condições psicológicas de me criar, pois era muito nova. Na época, Vera, que era patroa da minha mãe, fez um trato com ela: daria uma casa para minha mãe e em troca ela me deixava para Vera me criar. O trato foi feito, e Vera me adotou”, contou.
Aparecida só soube que era adotada aos cinco anos de idade. “No meu quinto aniversário, Vera me contou que a babá que cuidava de mim, na verdade era Glória, minha mãe biológica. Fiquei em choque até aceitar”, disse. A atriz viveu anos, passando os dias da semana com a família rica de Vera e os fins de semana ao lado da família de sangue que passava por dificuldades financeiras.
A história não acaba por aí. “Quando tinha 17 anos, Vera faleceu de câncer, deixando dois filhos bebês e, por incrível que pareça, quem cuidou deles, foi Glória, minha mãe biológica. Deus é tão bom que fez até surgir leite de Glória para amamentar os filhos de Vera. Hoje, somos uma grande família. Me sinto privilegiada, pois tive duas mães e tenho irmãos das duas famílias. Cresci com muito carinho”, contou.
Pais encontram na adoção lição de vida e amor
A paternidade é uma relação afetiva que liga a criança ao outro, ao mundo externo. O pai, diz a psicologia, é quem dá o limite, o contorno do diferente.
Hoje, garantem os psicólogos, os homens estão mais conscientes do seu papel e buscam cada vez mais atuar na construção psico-afetiva dos filhos, não apenas sendo o provedor do sustento como já foi no passado.
Esse desejo de cuidar se reflete também na adoção. A psicóloga Soraya Pereira, presidente da ONG Aconchego e que há 15 anos trabalha com a adoção no Distrito Federal, diz que o homem, quando toma a decisão de adotar, ou ser pai, é mais consciente. "Ele sabe do seu desejo e da batalha para realizá-lo e o que temos percebido nesses 15 anos é um desempenho cada vez melhor e mais proveitoso desses pais”.
Para Soraya é cada vez maior o número de homens que querem exercer a paternidade e que buscam a adoção de crianças e adolescentes. “Nos encontros sobre adoção realizados pela ONG é cada vez maior o número de homens interessados no assunto - principalmente na adoção tardia, quando o candidato não está a procura de um recém-nascido. Segundo a psicóloga, “os homens são mais tolerantes e investem no aprendizado da paternidade com muito carinho e disciplina”.
Dr. Benedito, como é conhecido, teve a vida transformada após a adoção. Médico há 38 anos, ele conheceu João Paulo nos corredores do Hospital Universitário de Brasília (HUB), enquanto fazia trabalhos voluntários no local. “Certo dia, eu fui instado por uma dedicada voluntária que visitasse uma criança na Enfermaria da Clínica de Cirurgia Pediátrica. Lá chegando, veio ao meu encontro uma criança correndo, trôpega, cabelos ralos, desnutrida, aparentando 1 a 2 anos, com colostomia, sonda na bexiga e arrastava uma bolsa coletora de urina. Ele me abraçou e disse: “papai””, lembra, emocionado. Acostumado a ver mazelas humanas, Benedito resume a experiência: “fui tocado pelo seu olhar que me convidava à uma grande e surpreendente viagem”.
Estar junto de João Paulo transmitia mais do que a vontade de ajudar, repassava uma verdadeira lição de vida. “Ele transmitia-me: olhe bem nos meus olhos, olhe forte e veja eu tenho um problema, mas não sou um problema. Venha, siga-me, eu o levarei a um mundo por todos sonhado, mas habitado por poucos. Um mundo de tolerância, generosidade, solidariedade e compaixão. Mesmo com meu sofrimento eu sou feliz e gostaria que você também experimentasse as emoções de amor e felicidade. Eu não preciso de pena ou caridade, mas de uma oportunidade de me tornar uma pessoa e ser útil ao mundo no qual eu vivo”, revela Benedito.
Naquela época, aos 64 anos, vivendo sozinho, pai de quatro filhos já adultos e avô de seis netos, ele não hesitou ao convite e ao desafio de ser pai. Foi quando começou uma longa história de superação. Não foram poucas as dificuldades devido a doença do filho, as inúmeras intervenções cirúrgicas e sofrimento. “João Paulo viveu em 20 metros no corredor daquela enfermaria por 3 anos”, relembra.
Hoje João Paulo é um adolescente de 15 anos e continua ensinando e aprendendo junto com o pai as grandes lições do amor incondicional. “Hoje decididamente não sou a mesma pessoa. A cada momento me convenço que acertei em aceitar aquele convite. Ele tem me ensinado o amor incondicional. Amor incondicional não é um sentimento focal, direcionado a uma pessoa ou coisa. É difuso, passa-se a gostar mais da vida, a acreditar que a raça humana é viável. O amor é terapêutico na medida em que cura nossos medos, dá verdadeiro sentido a vida. É transcendente, não é estático é dinâmico, gera anseio de evoluir através dele”, reflete.
Deusdedit também tem muito o que comemorar. Ele é pai de nove filhos, sendo quatro biológicos e cinco adotivos. Entre eles, gêmeos que chegaram em casa com quase 5 anos de idade. Hoje, os meninos que têm 16 anos riem ao lembrar do quanto chamava a atenção aquela família tão diferente, com pais brancos e filhos brancos e negros. Separado, hoje Deusdedit vive com cinco dos nove filhos, três adotados e dois biológicos - mas os laços de sangue não fazem a menor diferença para eles.
Geraldo vai ser pai no final do mês. Murilo será o primeiro menino de uma família também construída pela paternidade biológica e adotiva. Isadora, a filha mais velha, tem 10 anos. Depois veio Maria Vitória, que chegou por meio da adoção. A menina que está com quase três anos tem deficiência auditiva. Mas para Geraldo também não existe diferença.
Benedito, Deusdedit e Geraldo são apenas alguns pais modernos que acreditam e exercitam com consciência e determinação o cuidar, tão fundamental na vida de uma criança. São homens interessados em acertar e fortalecer a filiação e a paternidade. E acreditam que a adoção é apenas uma outra maneira de ser pai.
SAIBA MAIS
A ONG Aconchego faz palestras sobre adoção, abertas à comunidade, todo segundo sábado do mês, às 17 horas, no Colégio Leonardo da Vinci - Asa Sul (703 Sul). O Grupo de Adoção Tardia (para quem pretende adotar crianças com mais de 2 anos de idade) se reúne duas vezes por mês. Na primeira sexta-feira, às 19 horas, na sede do Aconchego CLN 106 bloco A - subsolo - loja 38). E no terceiro sábado do mês, às 9 horas no Colégio Leonardo da Vinci da Asa Sul. A entrada é sempre gratuita.
Hoje, garantem os psicólogos, os homens estão mais conscientes do seu papel e buscam cada vez mais atuar na construção psico-afetiva dos filhos, não apenas sendo o provedor do sustento como já foi no passado.
Esse desejo de cuidar se reflete também na adoção. A psicóloga Soraya Pereira, presidente da ONG Aconchego e que há 15 anos trabalha com a adoção no Distrito Federal, diz que o homem, quando toma a decisão de adotar, ou ser pai, é mais consciente. "Ele sabe do seu desejo e da batalha para realizá-lo e o que temos percebido nesses 15 anos é um desempenho cada vez melhor e mais proveitoso desses pais”.
Para Soraya é cada vez maior o número de homens que querem exercer a paternidade e que buscam a adoção de crianças e adolescentes. “Nos encontros sobre adoção realizados pela ONG é cada vez maior o número de homens interessados no assunto - principalmente na adoção tardia, quando o candidato não está a procura de um recém-nascido. Segundo a psicóloga, “os homens são mais tolerantes e investem no aprendizado da paternidade com muito carinho e disciplina”.
Dr. Benedito, como é conhecido, teve a vida transformada após a adoção. Médico há 38 anos, ele conheceu João Paulo nos corredores do Hospital Universitário de Brasília (HUB), enquanto fazia trabalhos voluntários no local. “Certo dia, eu fui instado por uma dedicada voluntária que visitasse uma criança na Enfermaria da Clínica de Cirurgia Pediátrica. Lá chegando, veio ao meu encontro uma criança correndo, trôpega, cabelos ralos, desnutrida, aparentando 1 a 2 anos, com colostomia, sonda na bexiga e arrastava uma bolsa coletora de urina. Ele me abraçou e disse: “papai””, lembra, emocionado. Acostumado a ver mazelas humanas, Benedito resume a experiência: “fui tocado pelo seu olhar que me convidava à uma grande e surpreendente viagem”.
Estar junto de João Paulo transmitia mais do que a vontade de ajudar, repassava uma verdadeira lição de vida. “Ele transmitia-me: olhe bem nos meus olhos, olhe forte e veja eu tenho um problema, mas não sou um problema. Venha, siga-me, eu o levarei a um mundo por todos sonhado, mas habitado por poucos. Um mundo de tolerância, generosidade, solidariedade e compaixão. Mesmo com meu sofrimento eu sou feliz e gostaria que você também experimentasse as emoções de amor e felicidade. Eu não preciso de pena ou caridade, mas de uma oportunidade de me tornar uma pessoa e ser útil ao mundo no qual eu vivo”, revela Benedito.
Naquela época, aos 64 anos, vivendo sozinho, pai de quatro filhos já adultos e avô de seis netos, ele não hesitou ao convite e ao desafio de ser pai. Foi quando começou uma longa história de superação. Não foram poucas as dificuldades devido a doença do filho, as inúmeras intervenções cirúrgicas e sofrimento. “João Paulo viveu em 20 metros no corredor daquela enfermaria por 3 anos”, relembra.
Hoje João Paulo é um adolescente de 15 anos e continua ensinando e aprendendo junto com o pai as grandes lições do amor incondicional. “Hoje decididamente não sou a mesma pessoa. A cada momento me convenço que acertei em aceitar aquele convite. Ele tem me ensinado o amor incondicional. Amor incondicional não é um sentimento focal, direcionado a uma pessoa ou coisa. É difuso, passa-se a gostar mais da vida, a acreditar que a raça humana é viável. O amor é terapêutico na medida em que cura nossos medos, dá verdadeiro sentido a vida. É transcendente, não é estático é dinâmico, gera anseio de evoluir através dele”, reflete.
Deusdedit também tem muito o que comemorar. Ele é pai de nove filhos, sendo quatro biológicos e cinco adotivos. Entre eles, gêmeos que chegaram em casa com quase 5 anos de idade. Hoje, os meninos que têm 16 anos riem ao lembrar do quanto chamava a atenção aquela família tão diferente, com pais brancos e filhos brancos e negros. Separado, hoje Deusdedit vive com cinco dos nove filhos, três adotados e dois biológicos - mas os laços de sangue não fazem a menor diferença para eles.
Geraldo vai ser pai no final do mês. Murilo será o primeiro menino de uma família também construída pela paternidade biológica e adotiva. Isadora, a filha mais velha, tem 10 anos. Depois veio Maria Vitória, que chegou por meio da adoção. A menina que está com quase três anos tem deficiência auditiva. Mas para Geraldo também não existe diferença.
Benedito, Deusdedit e Geraldo são apenas alguns pais modernos que acreditam e exercitam com consciência e determinação o cuidar, tão fundamental na vida de uma criança. São homens interessados em acertar e fortalecer a filiação e a paternidade. E acreditam que a adoção é apenas uma outra maneira de ser pai.
SAIBA MAIS
A ONG Aconchego faz palestras sobre adoção, abertas à comunidade, todo segundo sábado do mês, às 17 horas, no Colégio Leonardo da Vinci - Asa Sul (703 Sul). O Grupo de Adoção Tardia (para quem pretende adotar crianças com mais de 2 anos de idade) se reúne duas vezes por mês. Na primeira sexta-feira, às 19 horas, na sede do Aconchego CLN 106 bloco A - subsolo - loja 38). E no terceiro sábado do mês, às 9 horas no Colégio Leonardo da Vinci da Asa Sul. A entrada é sempre gratuita.
Assinar:
Postagens (Atom)