"Ontem chorei, vi nos olhos de uma criança, um olhar sem amanhã."

* Mostrar a realidade

A minha intenção ao colocar estas postagens é de mostrar todos os problemas que envolvem as crianças abandonadas.
Tanto os problemas relacionados ao abandono, como também os traumas, as mentiras, os preconceitos. O que envolve os pais que abandonam, os pais que adotam e os filhos adotivos.
Quando se toma uma decisão de adotar é uma responsabilidade muito grande,pois se trata de um ser humano, e as marcas e recordações ficaram pra vida toda.

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cor da pele é o maior fator de rejeição; 500 crianças vivem em abrigos do Estado ou filnatrópicos.

Setenta crianças esperam pela adoção em Mato Grosso


Atualmente 72 crianças e adolescentes estão preparadas para serem adotadas e, na contramão disso, chega a 300 o número de pessoas na lista de espera para adotar uma criança. Em Cuiabá e Várzea Grande 47 crianças estão na lista de espera.

A procura maior que a oferta não é bom sinal neste caso. Isso significa que as crianças que estão em abrigos não correspondem às características desejadas por quem quer adotar.

O cadastro de adoções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela uma realidade cruel: 37,25% dos candidatos a pais, 11.316 do total de 30 mil, só aceitam receber em seus lares crianças brancas. Ou seja, se houver uma criança disponível, mas com outra cor de pele, a adoção não será considerada por esses adultos.

De acordo com os números do cadastro, a raça ainda é um fator essencial na hora de uma família escolher uma criança. Dos adultos inscritos, 14.259, ou 46,94%, fazem questão de escolher a cor da pele do futuro filho.

Além das exigências caucasianas, 5,81% (1.764) só aceitam uma criança de pele parda; 1,91% (579) só aceita uma criança negra; 1% (304) só aceita uma criança amarela; e 0,97% (296), uma criança indígena.

É o que explica a diretora do Ceja, Elaine Zorgetti Pereira. "Muitas pessoas quando decidem adotar já traçaram um perfil da criança que querem. Geralmente querem uma criança branca, com menos de três anos, que não tenha irmãos e que não possua deficiência física ou mental", explicou.

Elaine informou que cerca de 500 crianças vivem em abrigos no Estado, mas nem todos podem ser adotados. "A criança só fica pronta para a adoção quando a família perde o Poder Pátrio sobre ela. Além disso, a criança passa por um tratamento psicológico até ficar preparada para conviver com outra família".


Como adotar

Além de preparar as crianças para a adoção, o Ceja também prepara as pessoas que estão dispostas a adotar. Quem decide adotar deve procurar o Fórum de sua cidade, com os documentos pessoais e fazer o cadastro de pretendente. Depois da análise e aprovação da documentação, psicólogos e assistentes sociais fazem entrevistas e visitas na casa do requerente.

A parte final de todo o processo é o curso preparatório para adoção. Finalizado o curso e com a aprovação em todos o quesitos a pessoa está habilitada para adotar. Estando em ordem a documentação, em média o cumprimento dos atos processuais já enumerados leva 15 dias entre o ajuizamento e a decisão.

Elaine explica que em caso de adoção todo o cuidado é pouco. "A nossa maior preocupação são as crianças que, em sua grande maioria, já foram rejeitadas por seus pais biológicos. Não podemos permitir que o menor seja adotado e depois devolvido, como acontecia em um passado não muito distante", revelou a diretora.



As buscas por lares para as crianças que vivem em abrigos passam por quatro esferas. "Primeiramente procurados na própria comarca, depois no cadastro estadual e nacional, em último caso recorremos para a adoção internacional. Antes da criação do Ceja era comum que crianças brasileiras fossem adotadas por estrangeiros. Hoje uma das principais preocupações é que as crianças fiquem no território nacional", explicou Elaine.







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